Dilma reúne vice-líderes do governo em busca de apoio contra pautas-bomba
Em mais uma tentativa de reunificar a base aliada na Câmara, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu hoje (17) à noite com vice-líderes do governo na Casa para pedir a colaboração em uma agenda para discutir “o país”.
Ao lado do vice-presidente Michel Temer e ministros do seu governo, Dilma debateu com 11 deputados da base aliada a necessidade de as lideranças se concentrarem no esforço de pensar em pautas que objetivem retomar o crescimento econômico e evitar as chamadas “pautas-bomba”, que causam impactos financeiros à União.
De acordo com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o encontro desta segunda-feira pode ser considerado inédito pelo fato de a presidenta ter reunido os dez vice-líderes do governo, nomeados em fevereiro. Segundo ele, o objetivo da conversa foi construir uma “agenda política na Câmara, a exemplo do que fez o Senado”.
Guimarães defende que é necessário consolidar a base do governo no Congresso para que não haja instabilidades econômicas no país. Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Defesa, Jaques Wagner, e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, participaram do encontro, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidenta.
Conforme relato dos presentes, nenhum tema específico ou projeto de lei foi discutido na reunião. As falas de Dilma e das lideranças sinalizaram a necessidade de união entre diferentes entes da sociedade que estejam comprometidas com o país. Guimarães disse que não há ainda uma lista de itens para essa agenda, e que ela começará a ser discutida, a partir de amanhã (18), entre o vice-presidente e os líderes do governo.
Para Sílvio Costa (PSC-PE), a reunião indica que os deputados precisam melhorar a “sinergia com o ajuste fiscal” para que a Câmara tenha um “choque de responsabilidade pública”. Ela [Dilma] mostrou claramente com dados, com números, que efetivamente é preciso que alguns partidos, alguns vice-líderes mudem a leitura que eles têm sobre o país.”