Desvio na Serra da Laranjeira – Obra atende anseios de moradores do Sertão
Depois de décadas de dificuldades para transitar pela GO 239 no trecho que cruza a Serra da Laranjeira, moradores da região do Sertão, em Alto Paraíso, comemoram a obra de desvio e pavimentação feita pela prefeitura. O local sempre foi marcado por acidentes, muitos com vitimas fatais.
Roberto Naborfazan
As dificuldades enfrentadas por quem precisa atravessar a Serra da Laranjeira é uma questão histórica, onde muitas vidas foram perdidas em graves acidentes naquele local. Está no trajeto de uma rodovia estadual, a GO 239, que nunca teve a devida atenção dos governos que administraram o estado. Por ela, saindo de Alto Paraíso, se chega ao município de Iaciara percorrendo aproximadamente 140 quilômetros, enquanto que o caminho que se faz hoje, passando por Formosa, ultrapassa os 400 Km. Pela dificuldade de transitar por ali, agropecuaristas da região fazem outros percursos para levar sua produção agrícola ou animal aos grandes centros, com isso, os impostos que deveriam ser recolhidos em Alto Paraíso acabam indo para outros municípios, diminuindo a capacidade de arrecadação e, consequentemente de investimentos em setores básicos como saúde e educação.
Usuários sabem das dificuldades para asfaltar a rodovia, mas reivindicam da Agetop pelo menos que abrissem a estrada, visto que em alguns trechos só passa um carro, e que se fizesse o encascalhamento, o que possibilitaria transitar com mais segurança. Além da Serra da Laranjeira, mais dois trechos complicam o percurso; A subida do Cansa Gado e a do Paiol. Quem mora na região do sertão, tem até o acesso a saúde dificultado, visto que muitas vezes as ambulâncias não conseguem transpor a Serra da Laranjeira.
Visando solucionar de vez os perigos de acidentes, o prefeito de Alto Paraíso, Álan Barbosa, resolveu convocar sua equipe para eliminar pelo menos um desses pontos, que é exatamente a Serra da Laranjeira. Moradores e fazendeiros da região encamparam a ideia e auxiliaram de diversas formas, seja com recursos para comprar peças de maquinário e óleo diesel ou até com o cascalho, fundamental para este tipo de obra.
O secretário de administração e finanças, Martinho Mendes, que além de ser Administrador é também Topógrafo, acompanhado do agrônomo Carlos Eduardo, fez uma criteriosa análise da área e sugeriu um desvio em curvas, amenizando assim o pico da serra, que além de encurtar o trecho sobre a serra, evitou a utilização de bombas, que poderiam provocar danos ao meio ambiente. Buscadas as licenças necessárias, devidamente autorizadas pela Semarh, o prefeito Alan Barbosa autorizou a obra sob a coordenação do Secretário de Administração e Finanças Martinho Mendes da Silva que detém conhecimento técnico sobre o assunto. A previsão de conclusão da obra é para março de 2014, porém pelo andamento dos trabalhos acredita-se que a mesma poderá ser entregue já em janeiro de próximo.
O prefeito Álan Barbosa destaca que, apesar do apoio da Agetop com combustível, essa obra de suma importância para a região do Sertão foi encabeçada pela Prefeitura Municipal com recursos próprios. “Ao encarar o desafio de fazer essa obra, enfrentamos o ceticismo de muitos que afirmavam ser um problema de difícil solução e custo elevado. Nossa equipe de auxiliares, entre eles o vice-prefeito Eliomar Bertoldo, Fernando Couto, Martinho Mendes, pastor Marlone e o grupo operacional, buscou soluções simples e eficientes e graças a Deus estamos eliminando um ponto de nossa estrada principal para o Sertão onde muitos perderam suas vidas. Em breve estaremos entregando mais essa obra para nossa população e para aqueles que nos visitam.” Acentua o prefeito.
A obra, que beneficiará também, entre outros, os moradores dos municípios de Nova Roma, Flores e São João D’Aliança, deverá ter um custo aproximado de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reias) para os cofres do município, o que acentua, também, a capacidade administrativa dos gestores de Alto Paraíso, visto que a maioria das prefeituras do estado de Goiás não está conseguindo pagar nem a folha salarial em dia, quanto mais fazer obras com recursos próprios.