DE VOLTA À CADEIA – Polícia Federal prende Roberto Jefferson no inquérito das milícias digitais

Autorização partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, dentro do inquérito que investiga milícias digitais. Jefferson postou em uma rede social que policiais fizeram buscas em casas de parentes.

Por Camila Bomfim e Márcio Falcão***

A Polícia Federal foi às ruas na manhã desta sexta-feira (13) e prendeu o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.

O mandado é de prisão preventiva (que não tem prazo estipulado para acabar).

A autorização da prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também determinou: Bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais. Apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.

Em novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF,  Roberto Jefferson foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A ordem foi dada dentro do chamado inquérito da milícia digital, que é uma continuidade do inquérito dos atos antidemocráticos.

Jefferson postou numa rede social que a PF chegou a fazer buscas na casa de parentes pela manhã.

“A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”, escreveu o ex-deputado.

O advogado de defesa de Roberto Jefferson, Dr Luiz Gustavo Pereira da Cunha, informou, por telefone, que só vai se manifestar depois que tiver acesso a íntegra da decisão do mandado de prisão e da busca e apreensão.

De acordo com o STF, Moraes pediu parecer da procuradoria-geral da República antes de tomar a decisão. Só que o prazo se encerrou na terça-feira, e a PGR não se manifestou até a decisão dele, assinada na quinta (12). Até o presente momento, nenhum parecer foi juntado aos autos.

Milícia digital

O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho, por decisão de Moraes.

Nessa investigação, a PF apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito.

Essa organização se dividiria em núcleos: de produção, de publicação, de financiamento e político. Outra suspeita é de que o grupo tenha sido abastecido com verba pública.

Entre os nomes citados pela PF em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais contra desafetos da família do presidente Bolsonaro e adversários do governo.

Roberto Jefferson

O ex-deputado Roberto Jefferson foi o pivô do escândalo do mensalão, em 2005. Foi a partir de uma entrevista dele ao jornal “Folha de S. Paulo” que o país tomou conhecimento das denúncias de que o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva passava dinheiro a deputados da base.

Em novembro de 2012, no julgamento do mensalão no STF, ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Nos últimos anos, já sem mandato parlamentar, Jefferson se aproximou do presidente Jair Bolsonaro. Em suas redes sociais, começou a postar fotos com armas. O armamento da população é uma das principais causas do presidente.

GloboNews e TV Globo

Share

2 comentários em “DE VOLTA À CADEIA – Polícia Federal prende Roberto Jefferson no inquérito das milícias digitais

  • 21 de agosto de 2021 em 0:28
    Permalink

    O sujeito com uma arma na mão faz graves ameaças a ministros do STF, proferindo insultos à honra e à dignidade dos mesmos, prega o fechamento do Legislativo e do Judiciário, ataca as instituições da República e quando enfim é preso, diz que o culpado é quem mandou prendê-lo.

    Ou seja, pela lógica de alguns bolsonaristas, se “A” ofende “B”, quem tem de ser preso é “B” (o ofendido), e não “A” (o agressor), vale dizer, se José espanca João, para os apoiadores de Bolsonaro, quem tem de pagar pelo crime é o coitado do João (que apanhou), e não José (que bateu).

    Totalmente equivocado esse conceito de justiça defendido pelos adeptos do bolsonarismo.

    No Brasil, é o infrator sentenciado que tem de pagar pelo seu delito, e não o juiz que o sentenciou.

    Portanto, nesse caso específico, quem tem de pagar pelas ofensas e ameaças expressas é o sr Roberto Jefferson, pois foi ele quem bateu, foi ele quem ofendeu, foi ele quem ameaçou os ministros.

    Parabéns ao ministro Alexandre de Moraes pela oportuna, necessária e justíssima decisão.

    Resposta

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *