CORRUPÇÃO NA SAÚDE – Ex-prefeito de Teresina de Goiás está entre os presos por fraudar o sistema de regulação médica estadual.
Operação da Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (9) um grupo suspeito de receber até R$ 5 mil de pacientes para serem inseridos e furar a fila de cirurgias. “Não admitimos utilização indevida da estrutura de governo”, disse o Governador Ronaldo Caiado logo que soube da operação.
Roberto Naborfazan
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (09), a Operação Hipócrates que tem por finalidade o cumprimento de 22 mandados de prisão temporária, de busca e apreensão e de afastamento cautelar das funções públicas, em decorrência da prática de fraudes e corrupção no sistema de regulação médica estadual.
Quatro pessoas foram presas, entre ela o ex-prefeito de Teresina de Goiás, Odete Teixeira Magalhães, e um vereador de São Miguel do Araguaia.
Durante a investigação, se descobriu que pessoas estavam pagando a operadores do sistema de regulação até R$ 5.000,00 para que fossem incluídas indevidamente na fila de regulação médica na rede pública de Goiás e “pulassem” na fila de prioridade, a fim de que pudessem realizar cirurgias eletivas, principalmente plásticas, consultas médicas, exames e internações a serem custeados pelo serviço público de saúde, causando sobrecarga nas vagas das unidades hospitalares, em prejuízo daqueles que de fato necessitam realizar os procedimentos médicos.
A maioria dos casos se refere a procedimentos cirúrgicos para fins meramente estéticos. Suspeita-se que, só nos últimos 06 meses, apenas um operador tenha feito mais de 1.900 inserções fraudulentas no sistema de regulação médica estadual, considerando que alguns operadores sequer são vinculados a Unidades de Saúde do Estado ou dos municípios.
”Estamos numa operação forte para moralizar e não admitimos utilização indevida da estrutura de governo”, afirmou o governador Ronaldo Caiado, se referindo à Operação Hipócrates.
Categórico na defesa da moralidade e legalidade no serviço público, Caiado vê a repreensão de crimes dentro da administração estadual como uma meta de governo. “Nós não admitimos que nada venha, amanhã, alterar aquilo que é a forma honesta e transparente de se governar”, reforçou o governador.
Foram cumpridos mandados em Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás. São investigados crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.