CATARATAS E PTERÍGIO – MPGO acompanha realização de 80 cirurgias oftalmológicas fruto de acordo visando reparação por danos ambientais.

O TAC e também um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) foram celebrados com o proprietário da Fazenda Caldas, em Cavalcante – GO, visando reparar os danos causados por desmatamento ilegal em áreas de preservação permanente (APPs) e em território pertencente à Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, no bioma Cerrado.

Cristina Rosa*

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da Promotoria de Justiça de Cavalcante, acompanhou no domingo (23/3) a segunda etapa no cumprimento de um termo de ajuste de conduta (TAC) no qual foi prevista a oferta de 80 cirurgias oftalmológicas, sendo 30 de catarata e 50 de pterígio (membrana que cresce na conjuntiva).

A promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes da Silva Pinto, titular da 1ª Promotoria de Cavalcante, acompanhou a conclusão desta segunda fase do compromisso, que foi a realização dos procedimentos, ocorrida em um consultório móvel equipado para as cirurgias.

O TAC e também um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) foram celebrados com o proprietário da Fazenda Caldas, visando reparar os danos causados por desmatamento ilegal em áreas de preservação permanente (APPs) e em território pertencente à Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto, no bioma Cerrado.

Foram realizadas 80 cirurgias oftalmológicas, sendo 30 de catarata e 50 de pterígio, conforme TAC e Acordo de Não Persecução Penal – ANPP. FOTOS: Divulgação MP-GO

Assim, entre as medidas acordadas, estava a realização dos procedimentos cirúrgicos oftalmológicos, destinados a pacientes de baixa renda previamente selecionados pela Secretaria Municipal de Saúde de Cavalcante. Na primeira fase, realizada no mês passado, houve a triagem dos pacientes.

Relembra detalhes do TAC e do ANPP

A investigação, conduzida pela promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes da Silva Pinto, titular da Promotoria de Justiça de Cavalcante, apontou três episódios de desmatamento irregular na Fazenda Caldas. O primeiro ocorreu em junho de 2019, quando foram suprimidos 0,235 hectares de vegetação em APP e 1.325,337 hectares de vegetação nativa em áreas comuns, sem a devida autorização ambiental. A irregularidade foi identificada por meio de imagens de satélite, que revelaram o desmatamento em nove polígonos distintos na unidade de conservação.

No segundo episódio, registrado em janeiro de 2022, constatou-se a supressão de 47,2094 hectares de vegetação nativa sem licenciamento. Já no terceiro caso, ocorrido em outubro de 2022, o proprietário realizou o corte raso de 55,957 hectares de vegetação nativa e 1,962 hectares em APP, ampliando os danos ao ecossistema local.

Promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes e o prefeito Vilmar Kalunga acompanharam a conclusão desta segunda fase do compromisso.

Conforme estabelecido no acordo, articulado pela promotora, o fazendeiro confessou a prática dos crimes ambientais e comprometeu-se a adotar medidas concretas para a recuperação ambiental das áreas afetadas. Ele deverá apresentar, no prazo de seis meses, um Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prad) e as Declarações Ambientais de Imóvel (DAI) na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), além de regularizar o uso da propriedade com base na legislação ambiental vigente.

As ações de recuperação incluem o replantio e a regeneração das áreas degradadas, com técnicas de recomposição florestal específicas para o bioma Cerrado e a obtenção de licenças ambientais corretivas. O cumprimento das obrigações será fiscalizado pela Promotoria de Justiça e pelos órgãos ambientais competentes, que também vão monitorar os resultados das medidas de reparação.

Compromissos assumidos

O proprietário rural, que é médico, assumiu o compromisso também de realizar ações sociais e contribuir para o bem-estar da comunidade de Cavalcante como parte das obrigações definidas no TAC e no ANPP. Entre as medidas acordadas, destaca-se a realização de 80 procedimentos cirúrgicos oftalmológicos, destinados a pacientes de baixa renda previamente selecionados pela Secretaria Municipal de Saúde de Cavalcante. Além disso, ele contribuirá com a construção e instalação do prédio da sede da Associação Comunitária e Beneficente Bem-Me-Quer, destinando o valor de R$ 100 mil para o projeto.

Consultório móvel equipado para os procedimentos cirúrgicos oftalmológicos, destinados a pacientes de baixa renda.

Essas iniciativas reforçam o compromisso para a reparação dos danos ambientais e a colaboração com as causas sociais locais, demonstrando um esforço conjunto para beneficiar a comunidade afetada.

O TAC e o ANPP possuem caráter restaurador e preventivo, mas não isentam o proprietário de possíveis sanções administrativas ou de ações penais caso as obrigações assumidas não sejam cumpridas integralmente

**FONTE: Assessoria de Comunicação Social do MPGO.

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