CÂNCER DE MAMA – Apenas 1/4 das mulheres brasileiras fizeram mamografia em 2022.
O Brasil novamente apresentou uma queda nos exames de mamografia feitos, ficando abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde.
Daniela Ferreira**
Segundo dados levantados do mês de janeiro deste ano até o mês de julho, pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), somente 1/4 das mulheres brasileiras com mais de 50 anos fizeram a mamografia. Foram realizadas apenas 1.108.249 milhão de mamografias em todo o Brasil. Enquanto, em 2017, ano anterior ao começo da pandemia, o número de exames feitos foram de 2.7 milhões.
Apesar da quantidade de mamografias feitas em 2017 já estar abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenta uma cobertura de pelo menos 70% das mulheres com mais de 50 anos, a taxa de exames feitos na primeira metade de 2022 conseguiu cair ainda mais.
Para a Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Rio de Janeiro, Maria Julia Calas, a causa dessa queda na procura por mamografias é multifatorial. Entretanto, ela destaca dois problemas que acabam sendo determinantes: a falta de conhecimento sobre o câncer de mama e a sua prevenção e a desigualdade no acesso à saúde.
“Existem algumas questões de ordem burocrática, a falta de informação, a falta do passo a passo, a falta de orientação de como e onde fazer e como esse exame é feito, existe. Apesar das campanhas do Outubro Rosa, existe uma população que desconhece a importância da realização da mamografia e o passo a passo para realização, seja via SUS ou Sistema Privado”, explica a especialista.
“A segunda situação são as questões de diferenças regionais, com relação a equipamentos disponíveis, a qualidade dos equipamentos, e também toda a equipe que é precisa, como um técnico para realizar o exame, um médico para fazer o diagnóstico, de um filme para impressão para ser entregue para a paciente. E isso por vezes, quando vemos o Brasil como um todo, nossas diferenças regionais, sabemos que é dispare, e, infelizmente, existem muitas mulheres que não realizam o exame. Além das questões burocráticas de informação, existe também, por parte das pacientes, o medo da dor do exame da mamografia, porque é um exame que contém uma compressão e para aquelas que têm mamas sensíveis é mais incômodo”, fala a profissional da saúde.
A médica também explica que a falta de adesão da mamografia afeta diretamente as taxas de mortalidade da doença. Pois, uma vez que ela é descoberta em seu estágio inicial, as suas chances de cura são de 95%. No entanto, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica a recuperação.
***FONTE: IG Delas.