Campo de Libra: Investimento não atrasará nenhum projeto, diz Petrobrás

Segundo a petroleira, a Shell e a Total trarão expertise, especialmente em águas profundas, e as chinesas CNOOC e CNPC ‘robustez financeira’ ao consórcio.

Sabrina Valle, Monica Ciarelli e Mariana Durão, da Agência Estado

O diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, disse na segunda-feira, 28, que a Petrobrás não vai postergar projetos pela entrada da área gigante de Libra, leiloada na semana passada. Petrobrás terá 40% do consórcio, ao lado de Total, Shell, CNPC e CNOOC.
“Não estamos falando em substituir projetos”, disse. “Não significa atraso de qualquer projeto como já previsto no plano de negócios 2013-2017”. Segundo ele, Shell e Total trarão expertise, especialmente em águas profundas, e as chinesas CNOOC e CNPC trarão “principalmente robustez financeira” ao consórcio.
Na opinião do mercado, porém, o balanço do 3º trimestre trouxe desafios à empresa. A disponibilidade de caixa da empresa despencou de R$ 72,7 bilhões ao fim do segundo trimestre para R$ 57,8 bilhões no resultado divulgado na sexta-feira. Levando em conta esse montante, só o pagamento de bônus de R$ 6 bilhões pelo campo de Libra consumiria cerca de 10% dos recursos da petroleira.
Os investimentos da companhia somaram R$ 69,3 bilhões entre janeiro e setembro de 2013, cifra 16% superior ao volume desembolsado no mesmo período do ano passado. De acordo com dados que serão apresentados pela estatal em teleconferência com analistas, o acompanhamento físico e financeiro de 165 projetos mostra que 97,7% dos avanços físicos previstos para o ano já foram completados. Além disso, 97,8% dos avanços financeiros dos projetos já foram realizados.
O programa de redução de custos operacionais implementado atingiu, até setembro, 122% da meta anual. A redução de custos prevista era de R$ 2,8 bilhões no período, referente a 70% da meta para 2013 (R$ 3,9 bilhões).

Produção
A produção da Petrobrás no segundo semestre ficará abaixo do previsto no segundo semestre de 2013, informa a estatal na apresentação sobre os resultados do terceiro trimestre.
A companhia apresenta uma série de razões para isso. A identificação tardia de corais ocasionou alteração do arranjo submarino, o que interfere na operação da P-63, na área de Papa-Terra. A previsão é de que a plataforma comece a produzir em 31 de outubro.
Houve também um atraso da Subsea 7 na entrega e instalação dos sistemas de coleta do FPSO Cidade de São Paulo (Sapinhoá). Já a limitação dos navios PLSVs (barcos de lançamento de linhas) em decorrência de dificuldades de contratação no Brasil em 2010 e 2011 afetou a interligação de poços.
Formigli disse, porém, que os problemas com atrasos que resultaram em produção abaixo do previsto “já vem sendo superados”. Segundo ele, a tendência é de um aumento “bastante significativo” de produção no quarto trimestre, com uma diferença relevante ao longo de 2014, em relação a 2013.
A Petrobrás informa que o declínio natural dos campos em produção nos últimos 12 meses ficou em 9%, abaixo dos 10% a 11% esperados. A conclusão de seis novas unidades do quarto trimestre deve contribuir para o crescimento sustentado da produção em 2014, informou a companhia.

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