ANIMAIS NA PISTA – Passagens de fauna serão instaladas nas GOs 118 e 239, em Alto Paraíso de Goiás.
Projeto visa a instalação de doze passagens de fauna, seis subterrâneas e seis suspensas, para a proteção dos animais. População da região contesta a instalação de quebra-molas na GO 118.
Roberto Naborfazan
A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) deu inicio ao cumprimento da ação judicial interposta pela Associação dos Amigos das Florestas – AAF, que determina, entre outras medidas, implantar sete redutores de velocidade na GO-118 e treze na GO-239, tipo ondulações transversais (quebra-molas), ou barreiras eletrônicas ao longo dos trechos que contemplam o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Na GO 118 já foram construídos alguns sonorizadores na pista e placas com sinalização vertical foram instaladas.
Moradores contestam a instalação de lombadas tipo quebra-molas na G0 118, por ser uma via interestadual (Liga o distrito Federal a Palmas – TO, atravessando vários municípios goianos) com tráfego intenso de caminhões carregados, havendo fortes possibilidades de graves acidentes nos pontos em que houver esse tipo de redutor de velocidades.
Não havendo tempo hábil para o embargo dessas construções, usuários da rodovia exigem que a GOINFRA faça a instalação de lombadas eletrônicas, opção permitida na determinação judicial.
As rodovias GO-239 e GO-118 receberão também doze novas passagens de fauna, que visam proteger os animais que vivem na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
A responsabilidade pelo desenvolvimento do anteprojeto será do Grupo Eco & Eco, empresa pioneira em desenvolver projetos e implantar estruturas inovadoras em áreas ambientais, junto da GOINFRA. Ao todo, serão desenvolvidas Doze passagens de fauna, seis subterrâneas e seis suspensas. Há mais sugestões para outras medidas de mitigação, como, por exemplo: áreas de cercamento nos locais, sinalização e lombadas eletrônicas para a redução das velocidades dos carros.
As passagens de fauna
Muito comum fora do Brasil, ás passagens de faunas vem ganhando cada vez mais espaço nas rodovias brasileiras. Ela é uma espécie de corredor, que possibilita a travessia segura dos animais em ambientes fragmentados, fazendo com que o número de atropelamento de animais silvestres seja reduzido drasticamente.
Segundo levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) revela que 15 animais são mortos por segundo no Brasil, ou seja, 1,3 milhão por dia, ou 475 milhões por ano. Na região do cerrado, a ONG Amigos da Floresta, que visa promover a proteção, fiscalização, conservação, recuperação e manejo do meio ambiente, fez um estudo que revela que mais de 800 animais são atropelados anualmente na região da Chapada dos Veadeiros. Nas rodovias no entorno do parque circulam cerca de 183 a 220 espécies. Sendo que seis espécies figuram na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Existem vários tipos de passagens de fauna, entre elas a suspensa, que permite o deslocamento para animais arborícolas (que vivem somente nas árvores) e escansoriais, (que vivem tanto no estrato arbóreo quanto no chão).
O Grupo Eco & Eco destaca-se por ser a primeira empresa a desenvolver e implantar o primeiro o modelo de Passagem de Fauna Suspensa com efetividade comprovada e dentro das normas. Outros tipos de passagem são: as subterrâneas, que são estruturas montadas, uma espécie de túnel, para fazer a ligação entre os dois fragmentos de vegetação, possibilitando aos animais um trânsito seguro entre as duas áreas, e os ecodutos, também conhecidos como pontes verdes, que é uma estrutura acima das rodovias que recompõe uma formação vegetal ou florestas, formando uma rota entre os fragmentos.