ALTO PARAÍSO DE GOIÁS – Mesmo com convênio, vias urbanas continuam cheias de buraco.
Prefeitura assinou convênio no valor de 2 Milhões de reais para recuperação e construção de asfalto nas vias urbanas. Após a administração gastar os primeiros 400 mil reais, população questiona porque quase nada mudou em toda a cidade.
Roberto Naborfazan
Apesar de asfaltamento urbano ser de responsabilidade das prefeituras, o governo de Goiás, ainda na gestão de Marconi Perillo, criou o programa Goiás na Frente, onde cada gestor decidia onde investir o valor destinado para cada município. A grande maioria dos prefeitos optou pela recuperação asfáltica de ruas e avenidas de suas cidades.
Para o município de Alto Paraíso de Goiás o governo do estado destinou aproximadamente Dois Milhões de Reais, que seriam repassados em dez parcelas de Duzentos mil reais, assim que toda a documentação fosse apresentada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento (SED).
No mês de maio deste ano, em entrevista as emissoras de rádio do município e também ao jornal O VETOR, o prefeito Martinho Mendes da Silva afirmou que já havia recebido duas parcelas (Quatrocentos mil reais) e que já estava previsto depósito de mais parcelas para os próximos dias.
Na época, a empresa contratada para efetuar o trabalho de pavimentação e/ou recuperação do asfalto, já trabalhava em alguns pontos da cidade, sob orientação da Secretaria de Obras do município.
Três meses se passaram, pequenos trechos de algumas vias foram reconstruídos (um trecho próximo a feira do produtor, outro ao lado da prefeitura até a escola Zeca de Faria, outro que passa na porta do supermercado Canaã, outro na Rua ao fundo do Cemitério, outro na Avenida João Bernardes Rabello em frente a lanchonete Sol da Chapada e outro que passa da porta do Bar da Dona Bia).
Enquanto municípios vizinhos optaram por trabalhar um bairro de cada vez, beneficiando os moradores de cada setor, em Alto Paraíso o trabalho foi feito de forma tão desordenada, que moradores e turistas nem percebem que essas ruas acabaram de passar por uma reconstrução de pavimentação asfáltica. O motorista sai de um trecho cheio de buracos, passa por um pequeno trecho recuperado e entra em outro longo trecho cheio de buracos. É como se a cidade ao invés de tomar banho, só lavou os pés.
Outro detalhe que tem incomodado a comunidade é o fato de as obras estarem paralisadas há mais de um mês, sem nenhuma explicação de qualquer agente público.
Ao Jornal O VETOR, a prefeitura, através da chefia de gabinete, informou que os primeiros Quatrocentos mil reais já foram gastos, que mais duas parcelas deverão ser depositadas nos próximos dias, e que assim que isso for feito as obras serão reiniciadas.
O convênio com o governo do estado acabou se tornando uma grande armadilha para muitos gestores, que se viram literalmente obrigados a seguir a cartilha do atual governador, sob pena de não receberem as parcelas restantes caso decidissem apoiar outro candidato nas eleições de outubro. Os mais destemidos e comprometidos com suas comunidades não se deixaram intimidar e seguiram o caminho que melhor visualizaram para o futuro da população de seus municípios. Outros preferiram se esconder na crença de falsas promessas, repetidas vezes feitas e não cumpridas pelo governo estadual. Vide a enorme lista de benfeitorias e melhorias alardeadas em grandes e pomposas reuniões feitas com dinheiro público, que chegariam através da implementação de ações baseadas nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (17 ODS). Efetivamente, nada foi feito, nem mesmo o dezenas de vezes anunciado calçamento das ruas no Distrito de São Jorge.
Enquanto isso, Setores como a Cidade Alta e Planalto, estão intransitáveis, com os buracos sendo tapados com sobras de construção (entulhos) pela própria população. A promessa é de que esses dois setores teriam recuperação do asfalto em todas as ruas e construção de asfalto nas ruas que fossem de terra batida, exceto a que sai do posto de gasolina até as casinhas, por necessitar de galerias para águas da chuva.
Há uma descrença geral que o governo do estado cumpra com o pagamento das parcelas restantes após as eleições, economistas preveem que o estado não conseguirá pagar nem mesmo o 13º do funcionalismo público no fim deste ano. Outro ponto importante, a proximidade do período chuvoso, quando se paralisa quase que totalmente esse tipo de obras.
Para piorar o quadro, uma importante fonte do meio político, com alta patente, disse ao jornal O VETOR que existe movimentos dentro da oposição para pedir ao Ministério Público Estadual rigorosa investigação nos repasses dos recursos feitos pelo estado às prefeitura, nas medições feitas pelas prefeituras e agentes do estado, e no valor pago às empreiteiras, fazendo comparação de custos em cada município, para verificar se existe ou não superfaturamento.
Fica evidente que quando não há um bom planejamento, o que era para ser conquista, vira dor de cabeça.
Boa Mui