ALTO PARAÍSO DE GOIÁS – Martinho Mendes diz que oposição está viva e terá candidato a prefeito e grupo forte para vereadores.
Afastado do meio político desde que deixou o cargo de prefeito, em 2020, Martinho Mendes da Silva tem sido procurado por populares e lideranças políticas do município e do estado para liderar um grupo de oposição em busca de um candidato de consenso para as eleições do próximo ano.
Roberto Naborfazan
Prestes a completar 54 anos de idade, o ex-prefeito Martinho Mendes da Silva, é natural de Alto Paraíso de Goiás.
Formado em administração de empresas e pós-graduado em gestão pública, é técnico em agropecuária, professor e mediador judicial. Foi servidor público estadual concursado da Secretaria Estadual de Educação, lotado no Colégio estadual Moisés Nunes Bandeira, onde desenvolveu funções como professor, coordenador e diretor; época em que elevou o Colégio para um dos melhores do Estado, com reconhecimento da própria Secretaria Estadual. Foi também funcionário concursado da Companhia de Saneamento do Estado – SANEAGO. Teve importante participação na questão de regularização fundiária, atuando como arbitrador no processo da ação discriminatória do município. Atualmente é empresário no ramo de hotelaria.
Entrou para a administração pública em 2009, quando, indicado por diversas lideranças, foi convidado pelo ex-prefeito Divaldo Willian Rinco para assumir a Secretaria de Administração e Finanças do município, com a missão de sanear as contas públicas e planejar ações de controle e desenvolvimento sustentável de curto, médio e longo prazos, tendo-se destacado já no primeiro ano através de suas ações com excelentes resultados, “Naquele momento a prefeitura atravessava momentos difíceis financeiramente, então o prefeito Divaldo Rinco precisava de alguém com conhecimento administrativo. Assumimos com o compromisso de fazermos um saneamento nas contas públicas, e assim o fizemos. Mesmo diante de inúmeras dificuldades, elevamos o município para uma posição de destaque no estado de Goiás, quando aparecemos entre os melhores no quesito administração, segundo uma pesquisa da FIRJAN. Quando aconteceu a tragédia em que perdemos nosso estimado amigo Divaldo, as finanças já estavam saneadas e ele (Divaldo) já retomava a construção de obras e realizações no município. Quis deixar o cargo naquele momento, mas a pedido de Álan Barbosa, que era o vice-prefeito e assumiu o cargo, continuei na secretaria até 2012, quando Álan Barbosa foi reeleito, e permanecemos como seu secretário até 2016.” Relata Martinho Mendes.
Na sequência, Martinho Mendes se afastou do cargo de secretário para enfrentar o pleito sucessório, sendo eleito prefeito de Alto Paraíso de Goiás entre 2017 e 2020.
Nesses onze anos em que atuou como secretário e como prefeito do município, Martinho Mendes afirma que melhorou sua bagagem sobre a dinâmica da política, principalmente na questão de ter que administrar a máquina pública com suas constantes mudanças, devido ao relacionamento com a Câmara de vereadores e as demandas que vão surgindo fora do planejamento.
“Para quem não vem de uma carreira política como eu, essas tratativas com os entes políticos do município se tornam até mais difíceis que a própria gestão da máquina como um todo. A questão da prestação de contas, receber as sugestões dos vereadores, que nem sempre estão alinhadas com o planejamento do gestor e sua equipe, mas que tem que ser trabalhado e alinhado caso a caso. Aprendi muito, principalmente com a Câmara de Vereadores, e hoje me sinto mais amadurecido e com conhecimento para melhor servir o município dentro dos princípios básicos que regem a Administração Pública no Brasil.” Destaca.
Martinho Mendes aponta ainda as dificuldades enfrentadas durante sua gestão, que foram inúmeras, mas que sempre teve a parceria e compreensão da Câmara de Vereadores e o empenho dos secretários e servidores municipais.
Ele relembra que, quando assumiu o município, apenas o banco Itaú estava funcionando. O Banco do Brasil tinha acabado de ser assaltado e depredado, assim como o Caixa 24 horas instalado na Praça do Skate. Uma sensação de medo e pânico tomava conta da cidade, constantes roubos a residências e no comercio, sendo necessária a busca urgente de parceria com o governo do Estado, especialmente a Secretaria de Segurança Pública, Policias Militar e Polícia Civil, para restabelecer a ordem e trazer paz à cidade.
“Assumimos a gestão com o Hospital Municipal fechado, funcionando apenas a UBS do Setor Cidade Alta. Imediatamente o reabrimos e o recolocamos em funcionamento, onde fizemos uma completa reestruturação, com equipamentos novos e modernos, ambulâncias, médicos, enfermeiros e laboratório.”
Martinho Mendes cita ainda outro entrave em sua gestão, que foi o grande incêndio que chegou praticamente dentro da cidade, em 2017, tendo sido, inclusive, montada uma base de emergência no aeroporto local, com presença do ministro do meio ambiente, secretários de estado e de todas as forças de segurança, aviões de combate a incêndios florestais, ente várias outras medidas que obrigaram a prefeitura a praticamente fechar as portas para atender a grave situação, que repercutiu internacionalmente.
Mas a mais grave situação enfrentada por sua gestão, prossegue Martinho Mendes, foi o enfrentamento a pandemia da Covid-19, que, de acordo com sua fala, além de provocar a morte de tantos queridos e saudosos moradores do município, gerou um clima de incompreensão por parte de alguns empresários, devido as rígidas normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, e também a paralisação de obras importantes, devido a necessidade de priorizar a área da saúde.
“Fizemos uma gestão enxuta, que deixou equipamentos novos, de última geração, no hospital; contas pagas e dinheiro em caixa. Liquidamos todos os débitos relativos ao transporte escolar, e compramos a maior e mais nova frota de veículos para todas as secretarias, principalmente as da saúde, assistência social e da educação. Conseguimos terminar o ano de 2020, o último de nossa gestão, com o maior pátio de ônibus, carros, tratores, caminhões, máquinas e equipamentos da história do município; além de termos deixado uma série de outros a serem entregues para a gestão seguinte. Isso sim foi um trabalho bem planejado. As pessoas falam isso ou aquilo, mas graças a Deus deixei o cargo de prefeito com meu nome limpo, comprovado até pela intensa fiscalização que enfrentamos. Nossos balanços vieram todos aprovados pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), saímos sem deixar dividas com ninguém, ao contrário, deixamos dinheiro em caixa e várias obras e projetos já aprovados em convênios com o governo federal e com o governo do estado, para que o novo gestor pudesse dar sequência. Algumas dessas obras e projetos, inclusive, estão sendo concluídas agora pela atual gestão.” Aponta Martinho Mendes.
Martinho Mendes cita, entre essas obras e projetos que sua gestão teve que paralisar, devido a pandemia e outros entraves, e foram aproveitados pela atual gestão, o início do tão sonhado calçamento do Distrito de São Jorge, que, nas palavras do ex-prefeito, por perseguição e burocracias, não conseguiu evoluir muito nessa pauta, mas deixou o início da primeira rua calçada, registrando a boa vontade e a preocupação com o distrito de São Jorge. Tanto que, na sequência, a demanda foi apresentada ao então deputado Federal Giuseppe Vecci, e ele destinou emenda no valor de Um Milhão de reais para ser investido na rua principal, o qual, em função da paralisação por causa pandemia, não foi realizada, mas sua gestão deixou empenhado o recurso, que a gestão atual trouxe para a sede do município e aplicou na rua ao lado do posto Vale da Lua, que vai até as casinhas do Setor Cidade Alta. Ele cita ainda o campo de futebol Society da Cidade Alta, deixado com o projeto bastante adiantado.
Martinho Mendes faz justiça aos ex-prefeitos ao afirmar que, depois de Divaldo Rinco, o ex-prefeito Álan Barbosa foi quem mais conseguiu moradias para o município. No entanto, prossegue, grande parte dessas moradias populares que foram iniciadas nas gestões anteriores, foram concluídas na sua gestão, como, por exemplo, as 40 casas no setor Novo Horizonte, as 50 casas no setor Cidade Alta, no primeiro momento, e mais 96 casas, em seguida, também no Setor Cidade Alta, totalizando 186 unidades, 186 famílias beneficiadas, sendo que, nesse planejamento, sua gestão também deu início aos estudos para desafetação da área onde, recentemente, foram construídas e estão sendo entregues pelo Governo do estado, por meio da Agehab, mais 30 casas no setor Planalto, demonstrando assim sua preocupação com as pessoas mais carentes do município.
“O que acontece, infelizmente, é que as pessoas se esquecem, por exemplo, que em sua primeira visita a Alto Paraíso de Goiás, após ser eleito no primeiro mandato, nos apresentamos ao governador Ronaldo Caiado vários ofícios nossos e de deputados amigos de nosso município, como o falecido deputado Iso Moreira, pedindo o levantamento de greid e o asfaltamento da GO 239 no sentido Sertão/Flores de Goiás/Nova Roma, com a devida construção de pontes e bueiros, destacando que estas pontes foram conseguidas via recursos da SUDECO para o estado, com destinação ao nosso município. E hoje estão quase concluídas, trazendo muitos benefícios para a região. Investimos na área da cultura, realizamos alguns importantes eventos e apoiamos a realização vários de outros eventos culturais; sem fazer negociatas, sempre apoiamos os artistas locais, alguns, inclusive, atuaram em nosso governo, nos ajudando na demanda com a classe artística e cultura. Deixamos dinheiro empenhado em conta, praticamente pronto, inclusive com processo licitatório aprovado pela Caixa Econômica Federal, do projeto da tão sonhada área de shows e eventos, que seria construído no espaço da antiga Casego. O local estava embaraçado com o estado e nós compramos e pagamos dentro de nossa gestão, exatamente para a construção do espaço de eventos, shows e conferências, uma espécie de Centro de Convenções, com o objetivo de acabar de vez com o problema das festas no centro da cidade, e ao mesmo tempo criando um espaço de lazer adequado para nossos jovens. Não sabemos por quais razoes preferiu-se prejudicar essa pauta e devolver o recurso de 700 mil reais, por nós conseguido junto ao Ministério do Turismo, que faz tanta falta, principalmente a nossa juventude, que sem espaço adequado, tem-se se reunido as margens de rodovias, em lugares ermos e perigosos, correndo diversos riscos desnecessários.” Assinala Martinho Mendes.
No resumo de suas realizações como prefeito, Martinho Mendes destaca que, quando assumiu o cargo de secretário de administração e finanças na gestão de Divaldo Rinco, em 2009, ainda se preenchiam cheques na máquina de escrever. Segundo ele, tanto como secretário, quanto quando prefeito, buscou modernizar e informatizar todas as áreas da administração, comprando computadores, impressoras e tudo que pudesse modernizar e agilizar o atendimento ao cidadão contribuinte.
“Ao final de nossa gestão, conseguimos entregar um município moderno, com as finanças enxutas, sem nenhum precatório, sem assinar nenhum Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que pudesse prejudicar o município. Tivemos a habilidade de lidarmos com o Ministério Público Federal e com o Ministério Público Estadual para desembaraçarmos os TACs já existentes, como a questão do Lixão, onde conseguimos aprimorar o convênio com a RecicleAlto, e também fazermos um trabalho de separação dentro da própria área do Lixão, minimizando o problema com incêndios e com a invasão de moscas na cidade, além de reformarmos a guarita e colocarmos um vigilante na portaria para impedir que fosse jogado lixo a céu aberto.” Pontua o ex-prefeito.
Perguntado sobre a expansão urbana em Alto Paraíso de Goiás e a importante ação sobre o Plano Diretor do município, Martinho Mendes frisa que, quem fez o Plano Diretor do município, foi a gestão do prefeito Jair Barbosa (1997/2001), que era para ser revisto a cada cinco anos, mas, segundo Martinho Mendes, por ser uma ação polêmica, que mexe com muitos interesses, ninguém teve coragem de mexer, até que ele, em 2019, resolveu fazer a revisão, porque a cidade já havia tomado outras proporções, a pressão imobiliária era muito grande, com invasões e parcelamentos de áreas de forma indevida e construções irregulares. “Resolvemos fazer a revisão para ordenar o crescimento do município e coibir as irregularidades que se avolumavam. Fizemos várias audiências Públicas, com participação de todos os setores da sociedade organizada, secretaria estadual de meio ambiente, ministério público e afins, e conseguimos evoluir nessa revisão do Plano Diretor em mais ou menos 70%, rumo a conclusão. Infelizmente, em 2020, quando nos preparávamos para essa conclusão, veio a pandemia da Covid-19, paralisando essa e outras importantes ações por nós iniciadas, e que só em 2022 algumas delas foram retomadas.” Resume Martinho Mendes.
O ex-prefeito lembra também suas ações para a área do meio ambiente, quando, de acordo com sua fala, sua gestão deixou encaminhado um concurso público na intenção de fiscalizar e ajustar o trabalho na área ambiental, e dar sustentação a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, transformada em secretaria gestora por sua administração, podendo gerir seus próprios recursos.
O concurso, afirma Martinho Mendes, viria ao encontro da intenção de, no futuro, a secretaria emitir licenças ambientais no próprio município, diminuindo a dependência da Secretaria de Meio Ambiente do Estado.
Martinho Mendes cita ainda a pressão que havia na região das Cataratas dos Couros, com invasões e cobranças indevidas aos visitantes.
“Alguns queriam que a área fosse transformada em Parque Municipal, mas sem apontar de onde viria os recursos para a implantação e manutenção. Como prefeito, agimos na cooperação como Estado e o Incra, onde o Estado daria o suporte da construção da estrutura física e manutenção ao acesso. Tanto que a estrada foi transformada na GO 575, depois de acordo entre o Estado e o município. Já o Incra faria a documentação para os moradores da parte antiga do assentamento Esusa, que há mais de trinta anos esperam essa legalização. E a prefeitura teria participação na gestão do Parque. Assim foi criado o Parque Estadual Águas do Paraíso, que, sem a cobrança constante que fazíamos junto ao estado e ao Incra, está paralisado, sem nenhum investimento ou ação. Lembrando que uma de nossas primeiras ações como prefeito foi abrir aquela estrada de acesso aos couros, da margem da GO 118, junto a Fazenda Vereada, até a Balsa do Rio Tocantinzinho, com um investimento de aproximadamente 80 mil reais dos cofres municipais, beneficiando os agricultores familiares da região e melhorando o acesso para os turistas. Sabemos que aquele corredor tem grande potencial e nós ainda vamos dar a ele a prosperidade que merece.” Afirma Martinho Mendes.
Muito criticado no fim de seu mandato pelas condições do asfalto em ruas e avenidas da cidade, Martinho Mendes aponta que tanto o ex-prefeito Uiter Araújo, quanto o ex-prefeito Álan Barbosa já haviam feito alguns trechos de asfalto novo e também de recapeamento.
“Em nossa gestão não foi diferente. É porque as pessoas esquecem. Nós refizemos o asfalto na Rua 12 de Dezembro, também na rua da antiga cooperativa, nós arrancamos e fizemos de novo. Na Cidade Alta/Setor Planalto, a rua da Mila materiais de construção, nós refizemos ela desde o Hotel Europa até a esquina onde foram o governo de Goiás acaba de construir as trinta casas. E em vários setores nós arrancamos os lugares mais comprometidos e refizemos trechos de 50 até 100 metros. Mas foi também um período que os recurso para investimento em infraestrutura, principalmente asfalto, foram conseguidos, mas chegaram aos cofres municipais. Mas fizemos, com recursos do município, a troca da galeria pluvial na Avenida Ari Valadão, onde antigamente a água da chuva transbordava e entrava nas lojas e casas, também na rua da palha, e em vários outros pontos onde refizemos a troca de tubos, revitalizando essas galerias e acabando com os alagamentos de enxurrada. Tínhamos um projeto grande, que seria feito em 2019, com recursos na ordem de 10 milhões de reais, que viria do Ministério das Cidades. No entanto, na troca do governo Michel Temer para o governo Bolsonaro, travou todos os repasses, e em seguida veio a pandemia e nada mais andou em termos de infraestrutura. O governo do estado, na transição Marconi Perillo/José Eliton, lançou o Programa Goiás na Frente, que pagaria dez parcelas de 200 mil reais, n’um total de 2 milhões de reais para asfaltamento urbano, no entanto, recebemos apenas três parcelas, quando fizemos a recuperação da Avenida João Bernardes Rabello, e também a rua do supermercado Canaã, e na sequência o programa foi paralisado, com a troca de governo.” Justifica Martinho Mendes.
Ainda em sua narrativa, Martinho Mendes fala sobre obras que só agora estão sendo concretizadas, mas que foram aprovadas em seu governo, como a construção do prédio da Delegacia de Polícia Civil, com anexo para a Delegacia da Mulher, no Setor Planalto, que foi desafetada e aprovada pela Câmara de vereadores após provocação de sua gestão, assim como a construção do prédio para abrigar a unidade do Corpo de Bombeiros, que foi iniciada pelo prefeito Álan Barbosa, cobrada por sua administração, e só agora que começa a andar, por meio das emendas dos deputados estaduais Alessandro Moreira e Bruno Peixoto, que não foram apoiados pela atual gestão, mas compreenderam a necessidade dessas obras para o município.
“Obras essas que são pautas que já existiam desde o governo de Marconi Perillo, que nós cobramos por anos a fio, e agora o governador Ronaldo Caiado decidiu dar seguimento por iniciativa desses dois deputados. Foram ações planejadas em nossa gestão, em parceria com a Câmara de vereadores da época, mostrando que as coisas não acontecem da noite para o dia; é preciso planejamento, competência e muito trabalho.” Ressalta o ex-prefeito.
Nesse ponto de sua conversa com a reportagem do Jornal O VETOR, Martinho Mendes volta a destacar que deixou todas as contas pagas, servidores e prestadores de serviços todos pagos e dinheiro em conta para a nova gestão, a época, iniciar seus trabalhos. Ele faz questão de apresentar os números dos valores deixados em cada conta, e esclarece que toda a documentação (Termo de Conferência de Saldos Bancários) que comprovam suas afirmativas estão a disposição de qualquer cidadão, em seus balancetes, que podem ser vistos na Câmara de vereadores de Alto Paraíso de Goiás ou junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Veja abaixo os números citados por Martinho Mendes.
Recursos deixados em contas do:
– Poder executivo/ administração e Finanças /Educação = R$ 2.814.345,10
– Previdência = R$ 3.600.283,30
– Saúde = R$ 1.085.750,67A
– Assistência Social =R$ 228.337,25
– F. M. Criança e Adolescente = R$156.183,86
– Fundo de Meio Ambiente =R$17.768,89
– FUNDEB=R$48,95
Total deixados em contas correntes prefeitura – R$ 7.902.718,02
Perguntado porque a população não acreditou em seu projeto de reeleição para dar seguimento ao seu trabalho, Martinho Mendes argumenta que “quando você procura fazer a coisa certa, com honestidade, procurando mais acertar do que errar, acaba incomodando muita gente. A política para mim não vale ser feita a qualquer preço. Exercer o cargo de prefeito é um trabalho árduo, sério, e precisa ser feito com equilíbrio e honestidade. Tanto é que deixamos o cargo sem nenhum problema com os órgãos fiscalizadores. Algumas pessoas têm tentado manchar nossa imagem, porém nada têm que nos desabone. Eventualmente, por não fazer o jogo em que alguns estão acostumados, quando a gente não aceita participar da política do toma lá, dá cá, sem abrir mão dos princípios em que a gente foi criado e educado, infelizmente, na política, muitas vezes isso é prejudicial. O trabalho que fizemos de apoio, principalmente aos mais carentes, e a reestruturação da máquina pública que fizemos, deixou algumas pessoas contrariadas, criando boatos na intenção de desconstruir nossa gestão. Mas a verdade sempre vem a tona, e nossa gestão hoje é mostrada pelos órgãos fiscalizadores como totalmente feita dentro dos princípios da moralidade e do respeito com a coisa pública..” Desabafa Martinho Mendes.
Com a aproximação do ano de eleições municipais, quando os bastidores da política se movimentam a todo vapor, perguntamos à Martinho Mendes se ele se colocaria como candidato a prefeito em 2024.
Com serenidade, ele afirma que depois que deixou o cargo de prefeito, ninguém nunca o viu fazer um comentário sobre a atual gestão e nem sobre a política no município, justamente para não atrapalhar ou criar empecilhos que pudessem impedir a chegada de benefícios e melhorias para a população.
“Sou natural de Alto Paraíso de Goiás, minha família é daqui, e por isso queremos que o município cresça, evolua. Tenho sido procurado por diversas lideranças políticas, por empresários e gente do povo. Tenho relutado, mas também tenho dito para alguns deles que, dentro de uma proposta, com um grupo que realmente queira o melhor para o povo e para o município, eu estaria, sim, disposto a ajudar, e se preciso for, que a gente lidere essa frente, estamos, sim, dispostos a ir para a batalha. Como também, estou disposto a ajudar para que Alto Paraíso de Goiás volte a ter um projeto de desenvolvimento em curto, médio e longo prazo”.
“Tenho certeza que, assim como haverá uma candidatura vinda da situação, haverá também uma candidatura forte pelo lado da oposição. As conversas estão sendo muito produtivas, buscaremos o nome de consenso e iremos fortes e unidos para recolocarmos a gestão em mãos competentes, que pensa e quer o melhor para o povo e para o desenvolvimento socioeconômico de Alto Paraíso de Goiás.” Ex-prefeito Martinho Mendes da Silva.
Sobre as conversas em bocas miúdas, de que a atual gestão segue livre, sem nenhuma oposição, e que estaria com o caminho aberto para a reeleição, perguntamos a Martinho Mendes se existe, na visão dele, a possibilidade da formação de um grupo forte de oposição para a disputa das eleições do próximo ano. No que ele respondeu da seguinte forma.
“tenho visto uma série de dificuldades que a atual gestão vem enfrentando no atendimento aos anseios da população. Existe um determinado bloco que tenta passar a impressão de que não tem oposição para o enfrentamento das eleições de 2024. Mas tem muita gente insatisfeita com a forma como o município vem sendo conduzido, com a influência de gente de caráter duvidoso na condução de decisões importantes, com a deficiência no atendimento a população, em particular na área da saúde. Então, tenho certeza que há sim, uma oposição com capacidade e determinação para disputar as eleições do próximo ano de igual para igual, apesar do uso da máquina para pressionar e amedrontar comissionados e seus familiares. Pelas conversas que temos tido, deverá sair um candidato de consenso, e até a possibilidade de uma terceira candidatura, porque sempre tem aqueles que querem ser candidatos deles mesmo. Mas tenho certeza que, assim como haverá uma candidatura vinda da situação, haverá também uma candidatura forte pelo lado da oposição. As conversas estão sendo muito produtivas, buscaremos o nome de consenso e iremos fortes e unidos para recolocarmos a gestão em mãos competentes, que pensa e quer o melhor para o povo e para o desenvolvimento socioeconômico de Alto Paraíso de Goiás. Volto a ressaltar que muitas pessoas têm me procurado, reconhecendo a minha capacidade e compromisso com o povo. Considero a administração pública como uma corrida de bastão, onde cada um faz o que pode, esforça-se ao máximo para fazer o melhor. Nunca fui de atacar e nem menosprezar, diminuir ou mesmo perseguir alguém. Nem mesmo aqueles que divergem de mim; quanto menos aqueles que me antecederam nessa nobre e árdua missão de administrar o nosso município. A todos os ex-prefeitos e ex-vereadores o meu total respeito, porque eles marcaram época, e com certeza contribuíram para o desenvolvimento do nosso município e da comunidade de Alto Paraíso de Goiás como um todo.” Finaliza o ex-prefeito Martinho Mendes da Silva.
FOTOS: Arquivo Jornal O VETOR