AGOSTO BRANCO – Mês traz conscientização sobre o câncer de pulmão, diagnóstico e tratamentos.

Pacientes devem realizar teste de sequenciamento genético para descobrir a mutação que causou a doença, informação fundamental para escolha do tratamento mais adequado. Terapias alvo representam novo paradigma no cuidado da doença e atingem diretamente as células mutadas, melhorando resultados clínicos e qualidade de vida.

DA REDAÇÃO

Mais letal entre todos os tumores malignos, o câncer de pulmão atinge cerca de 30 mil brasileiros por ano. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020-2022 sejam registrados 17.760 novos casos entre os homens e 12.440 entre as mulheres, enquanto a estimativa de mortes ultrapassa 28.600. Para alertar e educar as pessoas a respeito desses dados e dos riscos da doença, agosto foi escolhido como o mês de conscientização do câncer de pulmão.

“É muito importante aproveitar esse marco para ampliar o conhecimento a respeito da doença, mas, sobretudo, conscientizar que o câncer de pulmão não é uma doença única e sim um grupo de doenças complexas que, a depender de uma série de características genéticas e expressão de diferentes biomarcadores, tem prognóstico e caminhos de tratamento muito distintos”, afirma Fabio Lawson, diretor médico da Janssen no Brasil.

Como a maioria dos sintomas do CPNPC demora a aparecer, é comum que a doença seja diagnosticada tardiamente, muitas vezes com o tumor já tendo se espalhado por outras partes do corpo.

O câncer de pulmão é uma doença complexa que envolve o crescimento e a divisão descontrolada das células pulmonares. Existem dois grupos principais: câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC), que se desenvolve nas a partir das células epiteliais, e câncer de pulmão de células pequenas. Aproximadamente 85% de todos os casos de câncer de pulmão são do grupo de CPNPC. Cada tipo de câncer de pulmão de não pequenas células pode crescer e se espalhar de maneiras distintas. “O subtipo mais comum de CPNPC é o adenocarcinoma. Apesar da a incidência absoluta ser maior em fumantes e ex-fumantes, esse é o tumor que mais acomete pessoas que não fumam ou nunca fumaram”, esclarece Lawson.

De acordo com o executivo, o tabagismo é o principal fator de risco para a doença, mas indivíduos que nunca fumaram também podem desenvolvê-la. “Mesmo quem não tem histórico de tabagismo pode ter câncer de pulmão, já que a origem do tumor pode estar em alterações genéticas”, comenta. Os cânceres de pulmão de não pequenas células são caracterizados de acordo com o tipo de mutações genéticas (danos ou alterações em uma sequência de DNA) encontradas nas células cancerígenas. Essas classificações são fundamentais para orientar o tratamento.]

Para descobrir qual é a modificação genética, uma testagem molecular deve ser realizada. “O teste de sequenciamento genético consegue identificar a presença de mutações condutoras, contribuindo para o diagnóstico preciso e indicando a terapia mais adequada para cada caso específico. É um passo essencial na jornada de tratamento dos cânceres de pulmão”, destaca. Uma das principais alterações do CPNPC é a mutação de EGFR. Sua incidência varia de 5-30% dependendo da população estudada -10% entre os caucasianos, 30% entre asiáticos – sendo mais frequente em adenocarcinomas, mulheres, asiáticos e não tabagistas. Considerando apenas o subtipo adenocarcinoma, 10 a 40% dos pacientes apresentam mutação em EGFR.

O tabagismo é o principal fator de risco para a doença, mas indivíduos que nunca fumaram também podem desenvolvê-la

O protocolo de tratamento adequado vai depender da extensão do tumor, estadiamento da doença e da presença de mutações condutoras, mas atualmente há muitas opções terapêuticas além das já conhecidas radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “Felizmente, hoje em dia temos disponíveis as imunoterapias e também as terapias alvo. Essas últimas, por meio de uma medicina de precisão em constante evolução, podem proporcionar respostas muito positivas, oferecendo impacto positivo na sobrevida e na qualidade de vida do paciente, já que atuam diretamente nas células mutadas e causam menos efeitos colaterais”, explica.

Como a maioria dos sintomas do CPNPC demora a aparecer, é comum que a doença seja diagnosticada tardiamente, muitas vezes com o tumor já tendo se espalhado por outras partes do corpo. “Por isso é importante estar atento a sinais como tosse, dor no peito, falta de ar, rouquidão. São manifestações comuns a outras doenças, mas que se investigadas logo aumentam as chances de sucesso do tratamento”, pontua. E conclui: “Devemos aproveitar esse período de conscientização para ampliar o conhecimento a respeito da doença, incentivando a procura por ajuda médica com o objetivo de se obter o diagnóstico exato precocemente”.

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