A Bienal é dos jovens, diz organizador
Os jovens são os responsáveis por um recorde da Bienal do Livro no Rio. Os visitantes entre 15 e 29 anos somaram 56% do público, ante 51% da edição anterior, em 2013. Para os organizadores da feira, o mercado editorial direcionado a este segmento mostra força com variedade de livros e presença de autores em contato direto com os leitores. A diretora da Bienal, Tatiana Zaccaro, considera que essa é uma garantia de manutenção do leitor no futuro. “Espero que sim”, disse.
Na avaliação do historiador João Alegria, curador do espaço infantil Bamboleio e do CuboVoxes, atividade destinada à integração dos jovens na feira, os estandes das editoras se transformaram em lugar de encontro e de troca de informações deste público. “A Bienal é dos jovens”, afirmou.
No último dia da Bienal de 2015, a feira mostrou que é possível associar futebol com livros. Um grupo de jogadores da categoria de base do Flamengo, alguns com até 14 anos, foi levado pelo pedagogo José Nogueira, que trabalha com os atletas no Centro de Treinamento.
Ele contou que o clube tem uma estrutura diferente e o acompanhamento dos jovens não se restringe ao futebol, mas se estende ao desenvolvimento intelectual, até a chegada deles à categoria profissional. “Muitos nem sabiam qual é o conceito de uma bienal e nem sonhavam em ver uma nas cidades deles”, contou, acrescentando que a maioria dos atletas saiu de outras regiões, entre elas do Nordeste e do Centro-Oeste.
O lateral esquerdo Jean Cristian de Oliveira Ferraz, que nasceu em Barra do Garças, no Mato Grosso, gostou do que viu pela primeira vez. Ele tem o hábito de ler e disse que prefere o livro ao videogame, nas concentrações antes dos jogos. “A gente aprende coisas novas. Os livros têm muita coisa interessante que a gente pode levar para a nossa vida”, disse destacando que prefere os romances.
O zagueiro da categoria sub-17 Michael Simplício de Souza mora há oito meses no Centro de Treinamento e, por causa do estado onde nasceu, é chamado de Ceará. Ele contou que adorou a Bienal e que tem costume de ler, hábito reforçado pela exigência do clube. “Se não tiver estudo, não fica. O Flamengo é isso”, revelou.