ALTO PARAISO DE GOIÁS – Com doença rara, Francisca Sales faz bazar para bancar tratamento que custa R$ 4 mil por mês

Francisca Sales, de 28 anos, disse que foi diagnosticada com neuromielite óptica há um ano. Ela já perdeu a visão de um olho e o movimento das pernas.

Por Vanessa Martins**

Francisca Sales, de 28 anos, diagnosticada com neuromielite óptica (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

A pensionista Francisca das Chagas Sales completou 28 anos na sexta-feira (3) com muita vontade de viver. A goiana de Alto Paraíso de Goiás, no nordeste do estado, foi diagnosticada há um ano com neuromielite óptica, uma doença rara que atinge os músculos e o sistema nervoso central, que a deixou cega de um olho e retirou dela o movimento das pernas. A doença gera custo de cerca de R$ 4 mil por mês, mas ela vive de um salário mínimo, além de ajuda do pai e amigos. No sábado (4), ela realizou um bazar para ajudar a manter o tratamento. O evento ocorreu entre 9h e 18h na Igreja Metodista de Goiânia. Foram colocadas à venda roupas novas e seminovas para crianças e adultos. Toda a renda arrecadada será usada para custear os medicamentos do tratamento.

Em janeiro deste ano ela teve a última crise da doença, quando perdeu totalmente a visão de um olho e precisou se adaptar a uma cadeira de rodas.

“Estive à beira da morte e voltei. Hoje comemoro mais um ano e luto por mim e pela divulgação da doença, que é pouco conhecida, de diagnóstico difícil e muito rara”, disse.

A jovem trabalhava como vendedora, em Alto Paraíso, quando começou a ter sucessivas infecções nos rins. Ela relata que passou por mais de dez médicos em Goiás e em São Paulo até conseguir o diagnóstico correto. “Primeiro pensaram que era esclerose múltipla, mas os sintomas de paralisia estavam avançando muito rápido e só depois descobriram a neuromielite”, recordou.

Francisca Sales, de 28 anos, perdeu movimento das pernas e visão de um olho (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Há cerca de um ano ela se mudou para Goiânia para poder receber o medicamento que precisa, fazer fisioterapia e acompanhamento psicológico sem ter que fazer inúmeras viagens. O médico que a acompanha, no entanto, atende em São Paulo e, a cada três meses, ela precisa ir até lá para fazer reavaliação, exames e reajustar a dose.

Segundo Francisca, a medicação custa R$ 20 mil por aplicação, feita uma vez ao mês. No entanto, ela conseguiu uma liminar na Justiça e recebe a dose de forma gratuita. Ainda assim, os outros medicamentos diários, fisioterapia e viagens a São Paulo ela precisa custear do próprio bolso.

“Eu fui aposentada com um salário mínimo. Meu pai trabalha em uma fazenda em Alto Paraíso e me manda quase R$ 600 por mês. A minha mãe vive por minha conta. Então eu conto muito com a ajuda de amigos e familiares para conseguir manter o tratamento”, contou.

Conheça a história da Francisca Sales acessando https://www.facebook.com/francisca.sales.9

**FONTE: G1 GO

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