OPINIÃO – Políticos ou cidadãos. Quem está na contramão da história?

Dinomar Miranda*

Neste fim de semana, o nordeste de Goiás voltou a receber uma caravana de políticos de Goiânia, a capital.

Foram também a Campos Belos e a Formosa.

À frente, o vice-governador José Eliton, natural de Posse, escolhido para ser o candidato da situação à sucessão de Marconi Perillo.

Até aí nada demais, porque é livre a busca pelo poder.

O que espanta é falta de criatividade e o excesso de mesmice. Renova-se os políticos e mantém-se o mesmo modus operandi de se fazer política.

FOTO: Reprodução Blog do Dinomar Miranda

Os caras parecem não enxergar que o mundo mudou, que as pessoas estão mais politizadas, que os cidadãos estão mais exigentes e que o poder de comunicação ou de manipulação agora não é mais uma exclusividade deles.

Estamos em plena era da sociedade da informação, em que cada indivíduo, com um dispositivo à mão, passa a ser também o senhor da informação.

Não apenas de receber as informações, mas, principalmente, de as produzir.

Foi-se a época da enrolação, do engodo, da manipulação pura e simples. É enganado ou desinformado apenas aqueles que desejam ser.

Há 30 anos, a simples presença de um deputado estadual e do governador em terras do nordeste goiano era motivo de festa para três dias. Comícios gigantescos.

A festa já começava no “campo de avião”. Churrasco e cerveja por conta e algumas doses cavalares de discursos e promessas.  E pronto.

Essa era a fórmula de se fazer política. José Freire (de Arraias), Otávio Lage, Iris Resende, Irapuan Costa Júnior.

Eis os nomes de exímios oradores, que apenas ao pegar no microfone já arrebanhavam um caminhão de eleitores, boquiabertos com tanta novidade e gente importante.

E as promessas? O chão preto (asfalto), ligando Brasília ao sertão, está chegado. Nada. Demorou décadas. A água doce do rio mosquito está chegando.

Conversa. Já dura 40 anos e nada.

A pavimentação da rodovia entre Divinópolis e a GO-118 teima em ficar do jeito que está. Na lama.

Mas bastava isso. Promessas e promessas.

O mundo é outro? ou pretendemos que ele seja outro?

De fato, os cidadãos mudaram e os políticos estão na contramão da história ou é tudo uma impressão e um desejo de gente otimista?

O que representa a ida de José Eliton, neste fim de semana a Campos Belos e a Formosa, com promessas de “cadastramento de cheque moradia”?

É mais do mesmo? assistencialismo tacanho? ou eles estão certos de que a sociedade nada mudou nas últimas décadas?

São perguntas que não podemos responder.

A única certeza é que as eleições de 2018 estão chegando e só após as urnas poderemos dizer de fato quem está na contramão da história.

Eles, os políticos, ou nós, pobres cidadãos contribuintes encabrestados na matrix brasileira.

E você? onde se enquadra?

Dinomar Miranda é jornalista concursado do Poder Judiciário Federal, Analista Judiciário, lotado em Tribunal Superior, na capital federal.

Fonte: Blog do Dinomar Miranda

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