Dilma diz que discutirá novas receitas para equilibrar Orçamento
(Reuters) – A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o governo vai discutir novas fontes de receitas para obter um Orçamento equilibrado e eliminar o déficit previsto de mais de 30 bilhões de reais previsto na peça orçamentária de 2016.
Em entrevista a rádios da Paraíba, onde cumpre agenda nesta sexta-feira, Dilma disse que o problema no Orçamento decorre do fato de as receitas do governo terem caído em consequência de uma dificuldade econômica atravessada pelo país, e acrescentou que o governo vai trabalhar para não ficar com o déficit previsto na peça orçamentária de 2016 apresentada esta semana.
Segundo a presidente, o governo cortou do Orçamento “tudo que poderia ser cortado, o que poderia esperar um pouco”, preservando os programas sociais, como o Bolsa Família, e projeto de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Para obter um Orçamento equilibrado, acrescentou Dilma, o governo agora precisa enxugar mais as despesas e discutir novas receitas.
“Se a gente quer um Orçamento equilibrado, preservar as políticas, teremos que tomar algumas medidas. Uma, por parte do próprio governo, nós vamos enxugar mais gastos, vamos olhar se o que estamos pagando está chegando às pessoas que a lei manda que chegue. Enfim, vamos melhorar a qualidade do nosso gasto”, disse Dilma na entrevista.
“A segunda coisa que vamos fazer, nós temos que discutir novas fontes de receitas… Nós não queremos ficar com déficit. Podemos perfeitamente discutir as receitas necessárias para não ter déficit”, acrescentou.
A presidente não entrou em detalhes sobre propostas para aumentar a arrecadação. Na quarta-feira, Dilma disse que o governo enviará um adendo ao Orçamento e não descartou retomar a discussão sobre a recriação da CPMF.
Dilma reconheceu na entrevista às rádios que a responsabilidade pelo Orçamento é do governo federal, e disse que o fato de levar a discussão ao Congresso e à sociedade não significa uma transferência de responsabilidade.
“A responsabilidade é do governo federal. Nós vamos fazer isso”, afirmou.
Questionada sobre a atual relação do governo com o Congresso, que aprovou medidas que aumentam as despesas em um ano de crise, Dilma disse que a relação é “respeitosa e construtiva”, mas ressaltou que as leis precisam contemplar sempre a estabilidade macroeconômica do país.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)