Apolinário Rabelo: Goiás virou uma referência em desenvolvimento no Brasil

A conectividade da capital do País com o complexo logístico ferroviário do Centro-Oeste e a nova estrutura de gestão pública adotada por Goiás com a reforma administrativa, incluindo a criação da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás (Codego), foram discutidas durante reunião realizada entre o subsecretário de Investimentos Estratégicos e Negócios Internacionais da Secretaria de Economia e Desenvolvimento Sustentável do Distrito Federal, Apolinário Rabelo, com o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Goiás, José Eliton.

Apolinário Rabelo propôs ao Governo de Goiás uma articulação com o Distrito Federal para um desenvolvimento integrado. Para ele, “Goiás virou uma referência em desenvolvimento no Brasil. Goiás tem feito um progresso gigantesco. Um estado que era essencialmente agrícola desenvolveu uma base industrial extremamente importante no segmento agroindustrial e, agora, dá um salto de qualidade, onde a agroindústria passa a ser apenas uma parte da sua indústria. Há uma indústria automobilística forte, uma diversificação maior da economia, há uma infraestrutura, há uma logística”. Nessa entrevista, Apolinário Rabelo fala dos objetivos da visita a Goiás e da necessidade de um olhar comum das duas unidades federativas para desenvolver as regiões Nordeste e Entorno de Brasília que impactam diretamente a capital federal.

Qual o objetivo de sua visita a Goiás?
Apolinário Rabelo – Viemos conhecer os elementos da reforma administrativa que Goiás fez, sobretudo na articulação dos segmentos para o desenvolvimento, para atração de negócios e investimentos. Conhecer, também, os projetos que Goiás está trabalhando com a criação da Codego, que nós consideramos de extrema importância, e aprender com Goiás. Temos observado as experiências de vocês e acompanhado as discussões sobre a macrologística, principalmente na parte de ferrovias, pois temos muito interesse nesses traçados que estão sendo feitos pelos projetos do governo federal, na conexão da ferrovia Norte e Sul com a Centro-Atlântica e Corinto, e a conectividade disso com o Distrito Federal.

A região do Entorno de Brasília também foi assunto desse encontro com o vice-governador e secretário José Eliton?
 Apolinário Rabelo – É, nós debatemos também elementos de desenvolvimento vinculados ao Entorno de Brasília, porque nós achamos que há uma responsabilidade mútua, e essa responsabilidade mútua tem que ser trabalhada melhor, sobretudo para atração de novas possibilidades de emprego e renda para a região. Além disso, debatemos uma aproximação maior, porque estamos dentro do território goiano, e não há uma saída estratégica para o desenvolvimento do Distrito Federal se a gente não tiver uma articulação muito madura, efetiva e harmônica complementar com o projeto de desenvolvimento de Goiás.

A região do Entorno sempre impactou os serviços públicos da capital federal e isso tem sido um problema para o DF…
 Apolinário Rabelo – Goiás resolveu boa parte de suas estratégias de desenvolvimento, como o fortalecimento do eixo Goiânia-Anápolis e há projetos importantes no Sul e Sudeste e também para o Norte. Mas há duas áreas que eu acho que é um desafio, a do Nordeste e a do Entorno de Brasília. E acho que a solução para isso exige um aprofundamento do conhecimento dessas regiões. A gente tem que observar o que tem de particularidade, de novo, de diferentes, para achar um gancho para desenvolver essas regiões. Não vejo o Entorno como um problema, vejo como um desafio que exige uma leitura mais aguda do Distrito Federal em relação ao Entorno e de Goiás em relação ao Entorno e à Região Nordeste. Essas duas regiões impactam muito Brasília. Então, eu vejo de forma muito otimista, mas, é preciso que a gente tenha o olhar mais aguçado pra gente descobrir os segredos internos dessas duas regiões para alavancá-las em conjunto.

Esses novos caminhos que estão sendo buscados podem mudar o perfil econômico do DF?
Apolinário Rabelo – Acho que pode mudar, porque o Distrito Federal tem uma economia extremamente limitada pelo segmento público e de comércio e serviços. Isso sustenta Brasília, mas não será capaz de alavancar um novo ciclo de desenvolvimento. Nós achamos que esse novo ciclo de desenvolvimento passa por um processo de industrialização e que essa industrialização só vai se desenvolver se ela estiver articulada e harmonizada com os processos de desenvolvimento do estado de Goiás.

Como o senhor avalia o desempenho do estado de Goiás, o senhor tem acompanhado os indicadores da economia goiana?
Apolinário Rabelo – Acompanho desde o governo Mauro Borges. Mas, acho que, nos últimos anos, Goiás tem feito um progresso gigantesco. Um estado que era essencialmente agrícola desenvolveu uma base industrial extremamente importante no segmento agroindustrial e, agora, dá um salto de qualidade, onde a agroindústria passa a ser apenas uma parte da sua indústria. Há uma indústria automobilística forte, uma diversificação maior da economia, há uma infraestrutura, há uma logística, ou seja, Goiás virou uma referência em desenvolvimento no Brasil. Quem quer conhecer o que é desenvolvimento hoje no Brasil observa São Paulo, observa Manaus, observa Pernambuco, observa Minas Gerais, mas, se não conhecer Goiás, não conhece um estado que era apenas um estado agrícola, e que fez a proeza – nos últimos 20, 30 anos – de transformar um terço do seu PIB em PIB industrial. E com crescimento em expansão.

* FONTE: Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Goiás

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