Agrodefesa ministra palestra sobre raiva bovina

Após a confirmação de três casos de raiva bovina em Bela Vista, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária realizou um trabalho de conscientização sobre a doença no município. Uma palestra explicando as causas e os cuidados com a raiva foi ministrada pelo coordenador do Programa Estadual de Controle da Raiva nos Herbívoros da Agrodefesa, Leonardo Guimarães. De acordo com ele, a doença é letal e pode ser transmitida a todos os mamíferos, inclusive para o ser humano, e uma vez manifestados os sintomas, a doença é letal em 100% dos casos.

Ele explica que o morcego vampiro é o principal transmissor da raiva no Brasil e que a doença é viral e atinge o cérebro do animal contaminado. “Depois de atingir o cérebro, o vírus se espalha por diversos órgãos do mamífero atingido”, diz. Leonardo acrescenta que a doença é difundida quase em todo o mundo. “Só não existe raiva terrestre na Austrália e em regiões polares”, revela o especialista.

Durante a palestra, o coordenador apresentou números alarmantes sobre a raiva. Segundo ele, a cada 10 minutos uma pessoa morre no mundo vítima da doença. “As estatísticas mostram ainda que 45% dos óbitos causados por raiva são em crianças de zero a cinco anos”. Ele acrescenta ainda que a doença não tem remédio, apenas vacina. Ele explica que a morte causada pela raiva pode ser evitada se o animal ou pessoa contaminada for vacinado antes das manifestações dos sintomas. “Em humanos a raiva leva normalmente de duas a 10 semanas para manifestar. Já em cachorros o tempo de manifestação dos sintomas pode ser de 21 dias a dois meses”, destaca.

Transmissão
O coordenador explica que a raiva pode ser transmitida por meio da mordida de um animal contaminado ou pelo contato com secreções contaminadas destes animais. “Não toque em morcegos e nem em animais doentes. Se a pessoa tiver contato com qualquer animal suspeito ou se for mordido por morcego ou outro animal procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo”, orienta Leonardo.

Ele lembra ainda que o proprietário de animais deve comunicar à Agrodefesa se perceber qualquer sinal de mordedura de morcegos, sinais de doença ou mesmo mortes em seu rebanho. Segundo Leonardo, o controle da população de morcegos vampiros é fundamental para manter a raiva longe do rebanho. Ele explica que o controle é realizado por meio da aplicação da pasta vampiricida. “Este produto é aplicado ao redor da ferida de animais que foram agredidos e provocam a morte dos morcegos vampiros, caso eles voltem e ataquem o animal novamente”, salienta.

O veterinário e professor, Aires Manoel de Souza, também participou da palestra. Para ele, a raiva dói no bolso do produtor rural quando perde algum animal de seu rabanho. “A doença deve ser levada muito a sério, principalmente por ser uma zoonose”, defende ele.

Mobilização 
Durante a abertura do evento, realizado na manhã da última quarta-feira, dia 26, o presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo, agradeceu o empenho de toda a população de Bela Vista. “Nós trouxemos essa palestra para cidade porque a população se mobilizou e procurou a Agrodefesa. Isso mostra como as pessoas estão preocupadas em ter um município livre de doenças e pragas”, disse Arthur. Para ele, a conscientização das pessoas é o caminho para alcançar a segurança alimentar. “Imaginem um ambiente onde todos buscam o mesmo objetivo: fazer defesa e garantir que Goiás seja a terra do alimento seguro”, falou o presidente entusiasmado.

Arthur disse ainda que a Agrodefesa trabalha para proteger a saúde da população e a saúde financeira de Goiás. “Para a economia avançar, o Estado precisa de municípios produtivos como Bela Vista. Por isso não mediremos esforços para fazer um trabalho de defesa sanitária de qualidade”, salientou.

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