Nordeste goiano: Contra a febre amarela, vacina. Contra a lentidão no andamento de obras, o clamor popular

Roberto Naborfazan

Alto Paraíso, Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano, atrai milhares de turistas durante todo o ano, que vão conhecer suas belezas naturais, captar a energia dos cristais, exercitar o lado místico ou apenas aproveitar o clima ameno da região.O carnaval na cidade vem se tornando, já é o terceiro ano consecutivo, em referência na folia tradicional, com marchinhas carnavalescas, bateria de escola de samba e muitos blocos descendo e entusiasmando os foliões que lotam a Avenida Ari Ribeiro Valadão Filho. Não é o carnaval do axé e do sertanejo que se vê por ai. A noite, são várias opções para quem curte os bailes a fantasia em diversos pontos do município (hotéis, pousadas, hotéis fazenda, boates, etc.).
Neste ano, no entanto, em plena sexta-feira de carnaval, confirmou-se o segundo caso de febre amarela na região. Um cidadão belga, que passou por Alto Paraíso e foi ao Rio de Janeiro, lá chegando foi diagnosticado com a doença. Passa por tratamento e segundo informações, se recupera bem. A secretária de saúde do município entrou em alerta e aguardava parecer oficial para saber se o homem havia contraído a doença na Chapada quando um rapaz, que morava em Alto Paraíso havia oito meses, foi encaminhado à Brasília com suspeita de dengue e faleceu com diagnostico de febre amarela.
Um erro que muitos administradores fazem, temendo gerar pânico ou publicidade negativa, é “abafar o caso” e dar tempo para que as coisas se acomodem. Esse erro não foi cometido pelo prefeito Álan Barbosa e isso foi de suma importância para que os dois casos não fossem transformados em histeria na comunidade e debandada dos turistas.
Em menos de três horas depois da confirmação do óbito do jovem, o prefeito e seu secretário da saúde, Alexandre Araújo, já tinham equipes a postos para vacinação em massa, contato e apoio do secretário estadual da saúde, Leonardo Vilela, que enviou vacinas e auxiliares para auxiliar na vacinação e nas pesquisas nos locais visitados pelos contaminados.
Através da Rádio Paraíso FM, que é uma Rádio Comunitária (www.paraisofm.net), prefeito e secretário deram todas as explicações sobre o caso, fez alerta para a vacinação, sintomas da doença e providências tomadas. Resultado, com calma e tranquilamente, comunidade e turistas formaram filas nos postos de vacinação, se imunizaram e seguiram curtindo um dos melhores destinos turísticos do País. Ninguém foi embora antes da hora planejada e, segundo empresários do ramo, a maioria de hotéis e pousadas já estão com entre 80% e 100% de ocupação assegurada para a semana santa.
Antes de prosseguir, faço aqui um lembrete: segundo o doutor Drauzio Varelaa febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas não-humanos que habitam as florestas tropicais.A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata (macaco) infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina.Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos.A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários. Portanto, remédio contra febre amarela é vacina.
Na ação imediata do prefeito Álan Barbosa e sua equipe de secretários e colaboradores municipais, no rápido respaldo dado pelo governo do estado, através do Doutor Leonardo Vilela, fica o exemplo de que, quando se trabalha com a certeza de estar fazendo o melhor para o povo, sem titubear e desembaraçando os entraves burocráticos, as coisas acontecem ligeiras e sem traumas.
O nordeste goiano precisa de agilidade em diversas outras situações, que tiveram o início, mas não chegam ao fim. Já cobramos, através do jornal O VETOR e da Rádio Paraíso FM, o fim de obras fundamentais para o desenvolvimento da região como um todo, as respostas são evasivas e lentas como o andar das obras cobradas. Sabemos das dificuldades inerentes, mas não podemos nos omitir diante de lambanças como a paralisação da reconstrução da GO 118, trecho São João D’Aliança/Alto Paraíso/Teresina, entregue para os usuários sem ao menos uma sinalização provisória. A conclusão dos aeródromos de Alto Paraíso e Campos Belos é sempre anunciada e nunca concretizada. O de Alto Paraíso, vital para a região por sua localização, não pode mais permanecer parado, sua conclusão tem que ser encarada como uma ameaça de endemia, que precisa ser combatida com rapidez e precisão.
O prefeito de Campos Belos, tentando desviar a atenção dos graves problemas internos que vem enfrentando, afirmou, após visita ao local das obras, que a transposição das águas do Rio Mosquito para a sede do município anda a passos largos. A população vê a obra andando a passos estreitos, quase parando. A promessa, no dia do lançamento da obra, era de que em setembro de 2014 a comunidade já estaria com a chamada agua doce em suas torneiras: as Águas de março já começam a fechar o verão, e nada.
Poderia eu discorrer sobre vários pontos da regularização fundiária no nordeste goiano, mas vou me ater ao caso da trinta e duasfamílias que moram na comunidade do antigo Projeto Gameleira, em Campos Belos, que aguardam a regularização fundiária de suas chácaras para terem, entre outros benefícios, acesso aos créditos dirigidos à agricultura familiar. São décadas de espera e quando tudo parecia se resolver, inclusive com a intervenção do deputado estadual Iso Moreira e duas visitas de técnicos da antiga SEAGRO, volta para a gaveta de um burocrata do governo que afirma, do alto de sua arrogância e, com certeza, sem o conhecimento do governador, que o estado tem outras prioridades. O que é mais prioritário que assegurar o direito, já adquirido, dessas pessoas de ter, oficialmente, seu pedaço de chão e dali tirar o sustento e a educação de seus filhos.
Doutor José Eliton, o senhor que conhece como pouco as agruras da sofrida gente do nordeste goiano, olhai por nós. O senhor que caminha com competência, visão moderna e merecimento para ocupar o mais alto cargo do executivo estadual, sempre respaldado pelo hoje maior líder politico goiano, governador Marconi Perillo, peça informações da situação destas famílias do projeto Gameleira e tome providencias, está na esfera da SED.
Doutor Jaime Rincon, muitos dos que trabalham no nordeste goiano moram em Goiânia e o veem como o mais preparado para administrar a capital goiana, agilize a conclusão dos aeroportos e das estradas, fundamentais para a busca do equilíbrio socioeconômico com as outras regiões do estado, está na esfera da AGETOP.
Senadores, deputados federais e estaduais que receberam votos de confiança da população nordestina goiana, levem equipamentos hospitalares, ambulâncias equipadas e velozes (chega de furgão Fiorino), viaturas policiais e, principalmente, recursos para construção de escolas e materiais escolares para nossa gente, está na esfera de suas emendas.
Que as reivindicações do povo do nordeste goiano sejam tratadas com a agilidade e dinamismo da resposta dada aos casos de febre amarela. Que a coragem de enfrentar a situação, que poderia se transformar em caos, do prefeito Álan Barbosa, seja espelho para autoridades do executivo e do legislativo estadual.

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