Meio ambiente: ONU: Para vencer aquecimento global é preciso cortar emissões a zero até 2100

Aquecimento global está causando mais ondas extremas de calor e chuvas intensas, aumentando o nível dos mares. 

Cientistas têm monitorado mudança na composição química das águas
Cientistas têm monitorado mudança na composição química das águas

Os governos podem controlar as mudanças climáticas a custos viáveis, mas precisam reduzir a zero a emissão dos gases do efeito estufa até 2100 para limitar riscos crescentes, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado neste domingo.
O documento de 40 páginas, que resume 5 mil páginas de trabalho de 800 cientistas publicadas desde setembro de 2013, diz que o aquecimento global está causando mais ondas extremas de calor e chuvas intensas, resultando na acidificação dos oceanos e aumentando o nível dos mares.
“Ainda há tempo, mas muito pouco tempo”, para agir a custos viáveis, afirmou à
Reuters RajendraPachauri, que preside o Painel Intergovernamental para Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês).
Ele se referia ao objetivo da ONU de limitar o aumento da temperatura em dois graus Celsius acima da era pré-industrial. As temperaturas já estão 0,85 grau mais altas.
Para que haja uma boa chance de se ficar abaixo de dois graus, o relatório diz que as emissões mundiais teriam que cair para “perto de zero ou abaixo em 2100”.
O relatório aponta opções como eficiência energética, adoção de energia solar ou eólica, energia nuclear, usinas a carvão em que o dióxido de carbono seja enterrado.
No entanto, a captura e o armazenamento do carbono foi pouco testado até agora. O relatório diz que na maioria dos cenários “a geração de energia por combustíveis fósseis sem captura e armazenamento deve ser reduzida quase que completamente por volta de 2100”.

ONU deve firmar
acordo de metas em 2015
Durante a apresentação do relatório neste domingo (2), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que o cenário mudou desde a última tentativa de um acordo climático global em 2009, e que metas para a redução na emissão de gases de efeito estufa serão firmadas no ano que vem. “Eu estou confiante”, ressaltou.
O estudo, aprovado por autoridades de mais de 120 governos, vai ser o principal manual para 200 países que se preparam para firmar um acordo em Paris para combater o aquecimento global.
A China, os Estados Unidos, a Índia e a União Europeia são os principais emissores de gases do efeito estufa.
O líder das Nações Unidas fez um apelo para que o setor produtivo reduza os investimentos em carvão e combustíveis fósseis e adotem fontes renováveis de energia. “Precisamos migrar para os recursos renováveis”, enfatizou. Ele destacou, ainda, que todos tem responsabilidade pela construção de um mundo mais sustentável. “Cada indivíduo pode participar desse esforço. Um único pingo de água precisa ser usado de uma maneira mais sustentável”, disse Ban Ki-Moon.

Efeitos do aquecimento serão sentidos por longo tempo
Ao fazer projeções para o futuro, os cientistas preveem impactos severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas.
“Se não frearmos as mudanças climáticas, elas ampliarão os riscos já existentes e criarão novos riscos. Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Eventos climáticos extremos podem levar a desagregação das redes de infraestrutura e serviços. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres”, aponta o relatório.
De acordo com a síntese, mesmo se houver um esforço das nações para limitar o aquecimento da Terra a 2°C, ainda assim, os efeitos continuarão a ser sentidos por um longo tempo. “Ondas de calor vão ocorrer com mais frequência e durar mais, e precipitações extremas se tornarão mais intensas e frequentes, em mais regiões. Os oceanos vão continuar a se aquecer e acidificar e o nível do mar continuará a subir”.
* Por iG São Paulo. Com informações da Reuters e da Agência Brasil

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