DOU­TRI­NA ES­PÍ­RITA: RENOVAÇÃO DO ESPÍRITO PELA EDUCAÇÃO

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“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento.” A. Kardec.

“Ainda que detenhamos a verdade, em quaisquer circunstâncias, analisemos se essa verdade não produzirá ferimentos no próximo e só quando isto for possível, po

ROBERTO CURY
ROBERTO CURY

demos externá-la, desde que possa produzir frutos ou que seja exemplo para as modificações que se objetivem naqueles instantes.”

A educação antecede o nascimento e sucede a morte. É ação ininterrupta que auxilia o progresso dos seres ao longo do tempo infinito rumo à perfeição. Engloba objetivos de longo curso, visando a renovação moral do homem como realização plena e alcance dos puros ideais da vida.
Neste articulado não cuidaremos da educação intelectual, mas da educação moral e não àquela moral adquirida através dos livros e sim da que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos.
O Espiritismo é uma doutrina filosófica porque possui princípios e causas e se constitui num sistema devidamente organizado explicando o homem e a vida.
Para compreendermos a filosofia espírita necessitamos ter a visão de que o Espiritismo não está restrito apenas ao “O Livro dos Espíritos”, sua obra fundamental, mas espraia-se pelo conteúdo das obras kardequianas, inclusive as chamadas subsidiárias, pois no dizer de Kardec “ninguém, pois, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; interessa a todas as questões da metafísica e da ordem social; é um mundo que se abre diante de nós”.
E para que isto?
Sem sombras de dúvidas, buscando a formação do homem integral ou a formação integral do homem, pois a ordem dos fatores não implica em direções diferenciadas, mas na incessante procura da evolução no sentido de atingir a perfeição ao final das reiteradas encarnações.
Via de consequência, a formação requer que o ser humano se renove a cada passo, a cada dia, a cada mês, a cada ano, enfim, a cada instante sempre buscando se modificar, eliminando vícios, erros, defeitos de caráter, até que escoimado de todos os males, edifique o Bem em seu arcabouço espiritual para sempre.
Daí a necessidade e a importância do aprendizado dos parâmetros da Doutrina Espírita, trazidos por O Livro dos Espíritos, pelo Evangelho Segundo o Espiritismo e as demais obras da Codificação , no mínimo, e além das subsidiárias que, através dos tempos vieram enriquecer, não apenas o corolário inicial do Pentateuco espírita, como também, o desenvolvimento e o progresso que se adquire com a vasta literatura trazida a baila por espíritos do Além como por escritores de nomeada entre nós.
Comecemos pelo desenvolvimento do sentimento, como marco inicial.
“Ele existe (o senso moral), porém, no selvagem, existe como o princípio do perfume que se encontra no germe da flor, antes dela desabrochar” ( O Livro dos Espíritos – q. 754).
Todos nós, como filhos de Deus, possuímos em estado latente o germe das qualidades divinas, em todos os sentidos.
Todas as experiências pelas quais a criança passa, nesta vida, irá influenciá-la positiva ou negativamente.
Cada Espírito reagirá a essas influências de acordo com o seu “eu” interior, é claro.
O trabalhador espírita, deverá, pois, oferecer experiências superiores, criando um ambiente evangelizador, para que essas qualidades interiores acordem, fazendo desabrochar a essência Divina que dorme no interior de cada um, principalmente no e estudante da Doutrina .
Um dos mais nobres objetivos da evangelização (ou da educação do Espírito) é auxiliar a desenvolver essa essência Divina que todos trazemos em nós, fazer a flor se abrir e espalhar o seu perfume.
Qual sentimento devemos desenvolver quando há uma gama de valores a serem analisados, apreciados, escolhidos e, finalmente, aplicados em nós, para correção de rumos e acerto nas decisões?
A priori, busquemos a virtude da paciência com nós mesmos e da tolerância com os erros alheios.
Para que sejamos pacientes com nossas atitudes equivocadas é preciso: tranquilidade, serenidade e disposição para compreender que erramos e que é indispensável que nos corrijamos imediatamente. Para que haja tolerância com os erros do próximo é importante que aceitemos que nós, ainda erramos também, e que, por isso, não podemos exigir de ninguém a correção daquilo que não corrigimos em nós.
A prática de contar até dez ou até cem, antes de dizermos algo ou de reagirmos, quando a irritação nos chega por qualquer contrariedade, ou diante de uma ofensa, ou de uma injustiça gratuita, surge como o início do nosso autodomínio e, isto é deveras importante para a renovação dos nossos hábitos e do nosso caráter.
Ainda que detenhamos a verdade, em quaisquer circunstâncias, analisemos se essa verdade não produzirá ferimentos no próximo e só quando isto for possível, podemos externá-la, desde que possa produzir frutos ou que seja exemplo para as modificações que se objetivem naqueles instantes.
O combate ao orgulho, ao egoísmo, ao ciúme, à vaidade. à avareza e a outros defeitos, os primeiros mais graves, os últimos, quase sempre filhotes do orgulho e do egoísmo, se faz necessário de forma incessante, com firmeza e disposição, mas, sempre capitaneado pelos sentimentos da humildade, do desprendimento e principalmente do amor.
O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral se tornar predominante sobre a vida material.
Ao nosso entender, o estudo da Doutrina Espírita torna mais fácil a manutenção do combate aos erros e equívocos, propiciando, aos estudantes, mais clareza no aprendizado e mais certeza em cada um dos conceitos para a vida daí em diante.
Para Herculano Pires, a “filosofia da educação (…) abrange todo o contexto de ações e reações subjetivas que vai do ser como ser ao social como social e como cultura. A filosofia da educação extravasa de sua própria polaridade no momento em que transcende o social para penetrar no cultural, no pleno domínio do espírito”.
E qual a filosofia da educação que penetra no “pleno domínio do espírito”? É a filosofia espírita.
Ney Lobo assim se refere à visão espírita do ser e das coisas: “A Doutrina Espírita se ocupa de toda a realidade em todas as suas dimensões. Da intimidade do átomo penetra em ascensão, todos os reinos naturais, inclusive o dos Espíritos, culminando em Deus. É até mais abrangente do que qualquer outra filosofia, pois inclui em suas reflexões o plano dos Espíritos, objetivamente, como reais, e não como entes abstratos, de razão ou míticos. Admite a filosofia espírita, as íntimas relações dos Espíritos conosco, os encarnados, e suas manifestações no plano físico, com reflexões especulativas sobre isso tudo, sem prejuízo das experiências científicas correspondentes”.
Através da filosofia espírita da educação temos algumas coordenadas que nortearão todo o processo pedagógico da evolução do Espírito:
a) O educando é um Espírito reencarnado;

b) Todo Espírito é criado por Deus e possui potencialidades naturais;

c) O educando possui ideias inatas e tendências trazidas de seu passado (vidas anteriores);

d) A formação de hábitos morais deve preponderar sobre a instrução intelectual;

e) O educando deve construir sua perfectibilidade;

f) Avida é educação;

g) A reencarnação é instrumento pedagógico divino; e

h) O amor, sentimento maior, comanda a educação do Espírito.

A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas.
“Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus.” Livro dos Espíritos questão 917.
Desde o primeiro dia de reunião na nossa Casa Espírita, denominada “Professor Herculano Pires”, no Jardim Atlântico, em Goiânia, capital do estado de Goiás, foi adotada a metodologia da Maiêutica, criada por Sócrates, nascido em 470 A.C. e morto em 399 A.C., para o estudo de todas as questões doutrinárias evangélicas, filosóficas e morais, bem como sobre a prática da mediunidade e de todos os afazeres voltados para a educação e o desenvolvimento dos espíritos encarnados e desencarnados.
Os resultados têm causado surpresa em muitos militantes da causa espírita goiana e têm servido de exemplo para o desenvolvimento e crescimento do Espiritismo em Goiás.
Pois, através do conhecimento, a renovação dos espíritos vem acontecendo com fluidez e naturalidade, de tal sorte, que a cada dia, a Casa de Herculano recebe mais e mais interessados no aprendizado da Doutrina do Amor entre todos os homens.
Em tudo e por tudo, a Educação provoca a renovação dos valores íntimos e, via de consequência, promove a evolução espiritual de todos.

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