TIRO NA UTI – PMGO anuncia equipamento não letal para todas as viaturas após morte de paciente em surto.
Família de Luiz Claudio Dias questiona abordagem policial e tratamento médico; PMGO prevê uso de pistolas de choque até abril em todo o estado.
Roberto Naborfazan
Após a morte de Luiz Claudio Dias, de 59 anos, que estava em surto na UTI do Hospital Municipal de Morrinhos, na região Centro-Oeste de Goiás, o comandante da Polícia Militar de Goiás (PMGO), coronel Marcelo Granja, anunciou que até abril todas as viaturas de serviço estarão equipadas com Dispositivos Eletrônicos de Controle (DEC), também conhecidos como pistolas de choque. Luiz Claudio foi morto com um tiro de pistola após fazer uma enfermeira refém na noite de sábado (18).
A família do paciente expressa revolta com o ocorrido, alegando que Luiz pode ter recebido uma dosagem excessiva de medicação pela equipe médica, o que teria exacerbado um quadro de hipoglicemia, resultando em perda de controle de suas ações. Luiz era diabético tipo 1, fazia diálise há mais de duas décadas e tomava insulina há 36 anos. Mesmo pesando menos de 60 kg, ele quebrou uma janela do hospital e, usando um caco de vidro, fez uma enfermeira refém antes de ser atingido fatalmente. O VÍDEO abaixo contém cenas fortíssimas que podem incomodar pessoas sensíveis.
Em entrevista, o coronel Granja esclareceu que, apesar de todas as unidades já possuírem o dispositivo de controle, a equipe que atendeu a ocorrência inicialmente não tinha acesso ao equipamento no momento, o que resultou na necessidade de usar uma arma letal. “Infelizmente, a situação evoluiu rapidamente, e o policial precisou agir com a arma letal porque a pistola de choque estava a caminho”, explicou o coronel.
A PMGO está em processo de aquisição de entre 1.200 e 1.300 pistolas de choque, viabilizadas por meio de uma Ata de Registro de Preços em parceria com outros órgãos de segurança. A expectativa é que, em poucos dias, todos os policiais em serviço em qualquer cidade de Goiás tenham o dispositivo não letal à disposição, como parte de um esforço para evitar tragédias semelhantes no futuro.
