AFROTURISMO EM GOIÁS – Guia inédito resgata cultura afro-brasileira e impulsiona o turismo no estado.
Além de preservar e difundir tradições culturais, o guia estimula a economia local, incentiva práticas sustentáveis e reúne destinos que conectam os turistas à ancestralidade afro-brasileira presente no estado.
Roberto Naborfazan**
Durante o mês da Consciência Negra, Goiás celebra sua rica herança cultural com o lançamento do Guia de Afroturismo em Goiás, uma iniciativa da Agência Goiana de Turismo (Goiás Turismo). O documento mapeia experiências culturais, gastronômicas e naturais que exaltam as contribuições dos povos de matrizes africanas no estado. O projeto, coordenado pela Gerência de Estudos, Pesquisa e Qualificação da agência, busca não apenas fortalecer as tradições afrodescendentes, mas também promover o combate ao racismo e o desenvolvimento sustentável.
O que é o afroturismo?
Segundo Fabrício Amaral, presidente da Goiás Turismo, o afroturismo vai além do turismo convencional ao valorizar as contribuições da cultura negra no Brasil. Ele destaca que essa vertente também fomenta a inclusão e a geração de renda para comunidades negras. “Goiás tem exemplos belíssimos, como os quilombos que preservam conhecimentos sobre a flora do Cerrado e promovem a valorização da fauna local, unindo tradição e sustentabilidade”, explica.
Um guia diverso e inclusivo
Dividido em nove categorias — museus, artesanato, música, literatura, dança, gastronomia, festividades, atrativos naturais e quilombos —, o guia reúne destinos que conectam os turistas à ancestralidade afro-brasileira presente no estado. Fernando Magalhães, gerente responsável pela criação do material, reforça a importância da iniciativa. “O afroturismo em Goiás valoriza a herança cultural afro-brasileira e contribui para o desenvolvimento sustentável das comunidades negras, promovendo a geração de oportunidades e o reconhecimento de sua história.”
Experiências únicas em Goiás
Entre os destaques do guia está o Quilombo Kalunga, localizado nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, região da Chapada dos Veadeiros. Com mais de 300 anos de história, o quilombo é um símbolo de resistência e preservação cultural. Além de conhecer cachoeiras deslumbrantes, os visitantes podem participar de almoços comunitários, preparados com ingredientes e receitas tradicionais, enquanto aprendem sobre os saberes ancestrais dos kalungas.
Outro exemplo é a Comunidade Quilombola do Povoado do Moinho, situada a 12 quilômetros de Alto Paraíso de Goiás. A comunidade encanta os turistas com seus conhecimentos sobre plantas medicinais e seus projetos de agrofloresta, que aliam produção agrícola e conservação ambiental.
Impacto cultural e econômico
O lançamento do Guia de Afroturismo é um marco para o estado, pois integra as comunidades quilombolas e os agentes de turismo na promoção de um modelo de turismo mais inclusivo. Além de preservar e difundir tradições culturais, o guia estimula a economia local e incentiva práticas sustentáveis.
Com seu patrimônio cultural diverso e sua natureza exuberante, Goiás desponta como referência em afroturismo no Brasil, celebrando a história, a resistência e a beleza de suas comunidades negras.
FONTE: Goiás Turismo.