Teresina de Goiás: Modelo de educação degradante
Colégio Estadual Joaquim de Souza Fagundes, única escola estadual do município, foi construído no inicio da década de 70, com paredes de placas de cimento. Sem assistência da Secretaria Estadual de Educação (SES), prédio é insalubre e coloca alunos e professores em situação de perigo e humilhação.
Roberto Naborfazan
Um dos municípios mais pobres da região menos desenvolvida do estado, o nordeste goiano, Teresina de Goiás tem como base para formação escolar de seus cidadãos uma escola Padrão século 17. Construído no Governo de Leonino de Ramos Caiado, no inicio dos anos 70, o Colégio Estadual Joaquim de Souza Fagundes tem paredes feitas de placas de cimento, mesmo modelo utilizado pelo ex-governador Iris Rezende para construir as casa da Vila Mutirão, em Goiânia, nos anos 80 e comumente usado pela população para fazer muros. Como a temperatura média anual no município é de 32ºC, fica praticamente impossível ficar dentro de uma sala de aula “protegida” por esse tipo de material. A Solução encontrada pela direção foi permitir que os professores ministrassem suas aulas sob a sombra das mangueiras, no pátio do colégio, mesmo entendendo que a concentração dos alunos fique prejudicada, visto que não há muros. “É como se estivéssemos estudando no meio da rua” diz uma aluna.
“A situação é vergonhosa, trabalhamos aqui no fio da navalha”, afirma o diretor do Colégio, Divino Amâncio. “A escola está sem muros, sem pintura e a instalação elétrica cheia de gambiarra, toda estourada. O sistema hidráulico é antigo, cano galvanizado e está todo enferrujado. Ela é a única escola estadual do município. A Secretaria de Educação do Estado de Goiás nos cedeu 100 mil reais para reforma. Vamos aumentar a cozinha e revisar pontos mais críticos, como a questão da fiação elétrica, que em algumas salas, dá choque em quem se aproxima do quadro negro (lousa). Vamos tentar minimizar os principais problemas. No período de seca, permitimos as aulas sob as mangueiras, mas no período chuvoso fica pior, porque escorre água para dentro das salas de aula e não tem onde levar os alunos, tem dia que nos bate desespero, diante da sensação de impotência.” frisa o diretor.
O prefeito de Teresina de Goiás, Josaquim Miranda, afirma que já esteve em audiência com o governador Marconi Perillo e o Secretários Thiago Peixoto, expondo a situação do colégio. “Me disseram para procurar a AGETOP, mas quando chego lá, na área de educação, tem muita proposta e projeto, mas eu quero é a solução para o problema. Eu levei o levantamento nosso. E não é porque o colégio é do estado que não nos interessa, lógico que interessa, quem usa é o povo de Teresina e eu estou representando o povo daqui. A gente busca melhorias para todos, não só para a área municipal não. Alias no estado, todos os colégios estaduais que eu conheço são modelos, mas aqui não, ele é exatamente o modelo do que não devemos seguir. Nosso colégio foi feito com aquelas placas de concreto, que gera um calor terrível. O bebedouro que os alunos usam, mesmo com esforço dos funcionários, é vergonhoso, quebrado, vazando, inclusive com o perigo em relação a parte elétrica, porque é tudo muito próximo, tudo feito no improviso, a chamada gambiarra” desabafa o prefeito.
Há uma revolta latente entre professores, funcionários, alunos e da comunidade em geral com o descaso por parte do governo estadual como colégio.
Há muitos questionamentos sobre a promessa de que cada aluno e professor receberia um Tablet (pequenos computadores) para auxilio escolar “Em Teresina só chegou promessa e noticia, talvez esteja entregando lá para o sul do estado primeiro, onde eles tem mais votos, porque o que importa para eles não é a educação desses jovens e sim onde eles podem obter votos. O que nós, funcionários do sistema educacional mais esperávamos do governado Marconi Perillo eram todas aquelas conversas que ele tinha tido conosco. Colocamos todas as fichas nele, mas foi só decepção. Ele até tirou o que já havíamos conquistado. Exemplo foi à titularidade dos professores.” posiciona uma revoltada professora.
Em um País onde a educação é levada a sério, o caso do Colégio Estadual Joaquim de Souza Fagundes já teria derrubado governantes, o Ministério Público, que no nordeste goiano parece ser o principal órgão governante, já teria feito denúncias e responsabilidades teriam sido apuradas.
É ponto pacifico para a comunidade de Teresina de Goiás e para todos que tem um minimoo de senso comum, reforma não adianta para aquela unidade escolar, a área é grande, a localização é ótima. A solução é derrubar as vergonhosas e escaldantes placas de concreto e construir uma escola decente, construir uma escola cidadã, construir a tão propalada Escola Padrão Século XXI.