Escola Polivalente em Campos Belos: uma visita triste e uma obra mal feita e inacabada

Dinomar Miranda*

Nesta primeira semana de julho, fizemos uma visita ao colégio estadual polivalente Professora Antusa, em Campos Belos, que há quase dois anos está em reforma.
O meu intuito era fotografar o andamento das obras e a real situação da escola. Mas o que era para ser uma simples visita se transformou numa enorme tristeza. Tudo porque foi ali que passei boa parte da minha vida. Foram dez anos, um no ensino primário e nove entre o ensino fundamental e médio, totalmente vividos naquela “Casa de Sonhos”.
Foi aquele local o responsável pela minha formação educacional, moral, humanista. “Casa” onde planejei e programei objetivos pessoais como tantas outras milhares de vida… uma verdadeira fábrica de transformar sonhos em realidade. O colégio polivalente em Campos Belos foi o meu início. Agora estava ali, sem alunos, maltratado, sem vida, abandonado sem a mínima dó.
E a tristeza foi me abatendo e se aprofundando à medida em que percorria os seus corredores, suas salas de aula, as quais tantas vezes me abrigou…a cantina, o grêmio estudantil, a biblioteca, minha eterna e velha companheira… todos esses lugares, que tantas vezes fez parte da minha história, estavam ali agora largados como um verme.
Aquela casa, outrora viva e cheia de barulho, resiste agora moribunda sem a mínima presença de um vigia e com a ausência lacerante de seus alunos, de suas crianças e adolescentes. Telhas pelo chão, obras recentes e mal acabadas, matagal prestes a engolir as velhas colunas, pisos toscos e muita sujeira.
O que se vê ali é um reforma mal planejada, um remendo qualquer, digno da cara lerda e incompetente dos nossos agentes e gestores públicos. Governador Marconi Perillo, pode parar com esta reforma!!! Não é isto que esperamos do novo colégio polivalente professora Antusa.
Do jeito que se está fazendo, estão apenas troncando portas e pintando paredes e janelas, deixando a escola quase parecida com o colégio de 40 anos. O que nós, a sociedade de Campos Belos, queremos é um colégio transformado. São novas instalações dignas do século 21. São salas equipadas com projetores e equipamentos multimídia.
O que nós queremos é um colégio dotado de uma excepcional biblioteca, de laboratórios de informática, salas de cinema, teatro, laboratórios de química e física, como pede a sociedade moderna. Nós queremos é um colégio dotado de um ginásio de esportes, salas de lutas, academia de ginástica, horta escolar.
Cantinas não são mais suficientes para uma escola integral. Há que se ter restaurante e comida de qualidade fornecida em quatro refeições para todos os alunos.
Podem parar com essa reforma fajuta e de faz de conta!!!
O que a sociedade deseja é uma escola preparada para receber os alunos “da escola integral”, que vão passar o dia inteiro na escola. Não apenas com “aulinhas” de quadro negro, mas participando de atividades lúdicas, aulas interativas, jornadas desportivas.
Até agora estou estarrecido com visita que fiz ao Colégio Polivalente. Depois de quase dois anos de reforma, esperava encontrar uma escola em transformação. Não uma simples enganação de um governo sem noção e desconectado com a sociedade.
É preciso criar uma “Associação amigos do Polivalente”
Amigos alunos, ex-alunos, professores, ex-professores do Colégio Polivalente e sociedade campos-belense:
É preciso pressionar este governo estadual de “faz de conta”.
Faz de conta que governa, faz de conta que reforma escolas, faz de conta que paga professores, faz de conta que ensina, faz de conta que alunos aprendem. Isso tudo é uma ilha da fantasia.
Enquanto nossos filhos perdem tempo neste mundo de faz de conta, escolas particulares, principalmente dos grandes centros urbanos, investem maciçamente na educação. A sociedade precisa pressionar.
E a melhor maneira é se organizando, criando uma pauta de reivindicações, fazendo reuniões periódicas, levantando fundos e cobrando mais educação.
Está na hora de se criar uma associação do tipo “Amigos do Polivalente” para dar vazão a essa pressão. E parte da pauta de cobrança está transcrita acima. Falo isso porque existem escolas públicas dotadas com todos os itens dos quais falei acima. O meu filho estuda numa escola assim e ela é publica.
Ele estuda no Colégio Militar de Brasília, gerida com recursos públicos federais. Sim, existem escolas públicas assim, meus amigos, paga com o seu, o meu, com o nosso dinheiro.
ME por que o nosso Colégio Polivalente não pode ser uma escola do mesmo nível? Falta só vontade política. Dinheiro tem e de sobra.

*Dinomar Miranda é jornalista concursado do Poder Judiciário Federal, Analista Judiciário, lotado em Tribunal Superior, em Brasília. É graduado pela Universidade Católica de Pernambuco e especialista em modelagem e mapeamento de processos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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