REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO

Nossa confreira Áurea, uma das pioneiras na fundação do nosso grupo espírita, ainda hoje nos contava sobre as peripécias e capacidades de seu netinho Gabriel, de menos de dois anos e que mostra um conhecimento ímpar e diferenciado das gerações anteriores além de sair-se, sempre que inquirido, com “tiradas” impressioFa­le Co­no­nos­co: rob­cury@hot­mail.com / Vi­si­te nos­so blog de ar­ti­gos es­pí­ri­tas: www.ro­ber­to­cury.blog­spot.com

Roberto Cury

Nossa confreira Áurea, uma das pioneiras na fundação do nosso grupo espírita, ainda hoje nos contava sobre as peripécias e capacidades de seu netinho Gabriel, de menos de dois anos e que mostra um conhecimento ímpar e diferenciado das gerações anteriores além de sair-se, sempre que inquirido, com “tiradas” impressionantemente inteligentes capazes de demonstrar, de forma indiscutível, uma vivência anterior na qual a criança tenha se desenvolvido, portanto, já se encontrando preparado para enfrentar o progresso no caminho da Regeneração do globo terrestre.
Marcos Paterra, anuncia que “a reencarnação de espíritos mais adiantados e preparados faz parte da evolução da Terra” e afirma, sem receio, de que “Não é segredo que as novas gerações que vêm nascendo nos últimos 50 anos, demonstram uma inteligência acima da média; algumas chegam a ser consideradas com “alta habilidade”, destacando-se das outras”.
Houve um tempo e há , ainda, pessoas que acreditam no Fim do Mundo e a consequente erradicação dos seres humanos (teoria apocalíptica).
Kardec, em A Gênese, Capítulo XVIII, trata da geração nova, textualmente afirmando: “Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-los avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.
Tudo, pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.” (cópia ipsis litteris da tradução de Guillon Ribeiro – FEB).
Desde o advento de A Gênese, em Paris, em 6 de janeiro de 1868, muita coisa já mudou neste nosso mundão.
Os eventos apocalípticos, ao nosso ver, já aconteceram: as primeira e segunda guerras mundiais em que milhões de vidas foram ceifadas, muitas das quais já não pertencem à esfera terrestre, naturalmente excluídos para mundos inferiores.
É verdade que os conflitos ainda não terminaram, ao revés, fervilham por toda a parte, especialmente no oriente médio, onde a felicidade ainda não chegou e os reajustes reclamam correção, justiça e paz.
Entretanto, são os acertos circunscritos aos patrícios de cada país. Praticamente, não existem mais conflitos envolvendo uma nação contra outra. Eis que divergências de ordem política ou de desencontros verbais, ou, ainda, de rompantes visando a conquista pelo menor esforço, mesmo que ameaçando com bombas ou artefatos de alcance inimaginável, vizinhos creditam-se esperançosos em estender suas fronteiras pela dominação através do medo alheio. E, se o vizinho não se acovarda, mas, também responde no mesmo pé, fortalecido pelo apoio de nações ocidentais, então o empate acontece e cada um recolhe seus arsenais bélicos aos paióis ocultos ou que imaginam desconhecidos.
Mas, os desentendimentos intestinos, todos visando ou o poder pelo poder, ou a conquista de bens necessários ao progresso do país, têm sido mostrado, imediatamente, ao resto do mundo, através da televisão, da internet e das redes sociais. Nada mais fica oculto aos olhos do mundo mais do que um milésimo de segundo nos tempos de agora. Até as manifestações populares da gente ordeira querendo saúde, educação, paz, bem-estar, seriedade no trato da coisa pública, acontecem a todos os instantes exigindo ações imediatas dos governantes. Trata-se da incessante busca da melhoria da qualidade de vida, da alegria e da felicidade tão almejadas pelos encarnados terrenos.
Assim é que, também aqui no Brasil, as populações têm saído às ruas em manifestações pacíficas reclamando a ausência de melhor saúde, melhor educação, melhor segurança e melhores oportunidades na vida em geral.
Tudo se encadeia no Universo, respondem os espíritos quando tratam da Lei do Progresso inserta em O Livro dos Espíritos. Então entre uma geração e outra, o progresso da humanidade acontece sem solavancos e cada vez mais aceleradamente.
Observamos que vez ou outra, algumas pessoas aderem a sistemas estranhos e, entusiasmadas, tentam introduzir, no Movimento Espírita, conceitos e teorias absurdos, mas, que logo se derrotam naturalmente. Aqui no Brasil, principalmente. A FEB forçou com o Rustenismo e até hoje mantém a venda de “Os Quatro Evangelhos”. Em Goiás, “A Corrente Magnética” fez sucesso entre orgulhosos “inovadores”, mas, arrefecida, quase desapareceu. As teorias e práticas conhecidas como Cromoterapia, Psicoterapia, Musicoterapia, Hidroterapia, Cristalterapia, Fitoterapia, além de outras terapias, ainda são praticadas em algumas casas espíritas, mesmo nada tendo a ver com a Doutrina Espírita. Do exterior, chegou o livro “Crianças Índigo”, editado pela Butterfly Editora, de São Paulo, de autoria de Lee Carrol, de Jan Tober e do Espírito denominado Kryon, cuja história americana considera que as crianças especiais são encarnações de espíritos puros e altamente elevados, de um conhecimento superior que poderiam ser considerados excepcionais seres que teriam vindo para impulsionar, o progresso mundial de forma inusitada e definitiva. Se as denominadas crianças índigo fossem realmente espíritos puros de extrema elevação, como explicar que , quando contrariadas, se enervam e até agridem os que se opõem a elas, ou se evadem através da ausência?
A jornalista e escritora Dora Incontri, autora de vários livros adverte: “O aspecto comprometedor que afasta o movimento espírita do rumo de Kardec é a ausência de criticidade, debates e exame livre das questões”.
A reencarnação não é apenas uma questão da Doutrina Espírita, ali colocada por Allan Kardec e que várias denominações cristãs abominam porque desejam permanecer subordinando os seus fiéis aos dogmas criados por elas, para garantirem a sua própria mantença como razão de existência, enquanto a palingenesia coloca o homem diante de si mesmo para, através da liberdade de ação (Lei do Livre Arbítrio), escolher o seu caminho no progresso e no desenvolvimento de sua vida, sem depender de quem quer que seja para dirigir-lhe o destino.
Jorge Luiz Hessen, escritor e articulista espírita de nomeada, profundo conhecedor das questões doutrinárias, escreveu: “Casos de crianças precoces sempre despertaram a atenção dos cientistas, que atribuem esse fenômeno natural a “milagres biogenéticos”.
Mas, quem é o superdotado? O que faz na Terra? Qual é o seu porvir? Perguntas, essas, que somente podem ser respondidas, tendo a pluralidade das existências como verdade absoluta e mecanismo natural de evolução do Espírito. “O jovem Maiko Silva Pinheiro lia, sem dificuldade alguma, aos 4 anos; aprendeu a fazer contas, aos 5 e, aos 9, era repreendido pela professora, porque fazia as divisões, usando uma lógica própria, diferente do método ensinado na escola. Hoje, estuda economia no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, sendo bolsista integral. Aos 17 anos, os diretores do Banco Brascan dizem ter se surpreendido com sua capacidade lógico-matemática”.
“O mexicano Maximiliano Arellano começou a desenvolver a extraordinária memória, aos 2 anos de idade; aos 6 anos, Maximiliano diz querer ser médico. “Maximiliano deu uma aula de fisiopatologia e osteoporose com linguajar de um residente, segundo afirmativa do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Autônoma do Estado do México, Roberto Camacho”.
” Wolfgang Amadeus Mozart, que, aos dois anos de idade, já executava, com facilidade, diversas peças para piano; dominava três idiomas (alemão, francês e latim) aos três anos; tirava sons maviosos do violino aos quatro anos; apresentou-se ao público pela primeira vez e já compunha minuetos aos cinco anos; e escreveu sua primeira ópera, La finta semplice, em 1768, aos doze anos. John Stuart Mill aprendeu o alfabeto grego aos três anos de idade.
Segundo a Revista Veja, “Os sinais da inteligência, fora do comum, do jovem americano, Gregory Robert Smith, começaram muito cedo. Começou a falar com, apenas, dois meses de idade. Quando completou um ano, já memorizava o conteúdo de livros volumosos – tinha na cabeça a coleção inteira de Júlio Verne. Com 14 meses, resolvia problemas simples de matemática; com 1 ano e 2 meses, ele resolvia problemas de álgebra; aos 2 anos, lia, memorizava e recitava livros, além de corrigir os adultos que cometiam erros gramaticais; três anos depois, no jardim-de-infância, lia Júlio Verne e tentava ensinar os princípios da botânica aos coleguinhas; aos 10, ingressou na Faculdade de Matemática; aos 13, deve começar a pós-graduação”, pois já terminou a faculdade”. “Smith criou uma fundação internacional e foi indicado para o Nobel da Paz.”
Suas pretensões iam mais além, com planos de fazer carreira na diplomacia internacional e, futuramente, sentar-se na cadeira que, então, pertencia a George W. Bush. Antecipou-se, dizendo: – “Na presidência, poderei trabalhar muito pelo meu país e pelos pobres de todo o mundo”.
Zélia Ramozzi Chiarottino, que, aos quarenta e seis anos, já integrava o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, disse: “Nos testes de inteligência, os gênios precoces costumam estar anos à frente dos colegas de classe”. Ela citou como exemplo, Fábio Dias Moreira, aluno que cursava a segunda série do curso médio, do Colégio PH, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, que, aos 14 anos, conquistou 11 medalhas de ouro em olimpíadas de Matemática, sendo quatro delas em disputas internacionais. Segundo ele, preferia estudar, a ir a festas com os colegas, e não gostava de esportes. Sob nenhuma hipótese trocava os livros de Matemática por uma pelada com os colegas, mas conquistou a simpatia da turma, porque era quem tirava todas as dúvidas dos que apresentavam dificuldades com a matemática”.
Ainda Hessen afirma: “Allan Kardec, examinando a questão da genialidade, perguntou aos Benfeitores: – Como entender esse fenômeno? Eles, então, responderam que eram “lembranças do passado; progresso anterior da alma(…)”
Neste primeiro final de semana de julho conheci Pedro, segundo filho de Rafaela e Denis. Rafaela, filha de nossa confreira Vera e do nosso saudoso irmão e um dos construtores da nossa Casa Espírita, Mario. Pedro me surpreendeu, pois apenas com 6 meses, encarou-me com seriedade, prestando atenção em tudo o que lhe disse enquanto brincava com ele. Surpreendeu-me porque mesmo calado, percebi que ele me entendia, sentindo que queria dizer-me algo, como: – eu te conheço, te reconheço. Meu coração pareceu saltar dentro do peito. Senti que Pedro era meu amigo desde sempre. A felicidade inebriou-me então quando Rafaela me disse que ele gungunava mamã, papá esticando o olhar como querendo dizer algo.
Minha saudosa mãe me dissera que levei 2 meses só pra abrir meus olhos. As crianças de hoje chegam, na Terra, já ligados à melhor e mais alta tecnologia, com conhecimentos científicos e moral muito além da nossa imaginação.
A atuação das nossas crianças, causam-nos estupefação e surpresa pela capacidade que sobrepuja nosso simples entendimento das coisas. Entretanto, não podemos estacionar nem no espanto e muito menos na admiração porque tanto um quanto a outra seriam inibidores das reflexões a que devemos nos guindar, para então entendermos a importância dessas encarnações.
Hessen, novamente, nos socorre: “Os talentos dos superdotados são inatos, sim, uma vez que nasceram com eles, ou melhor, renasceram com eles. Tais possibilidades – e é importante que não se perca de foco – são conquistas dos gênios-mirins, em existências pregressas, pela consubstanciação de conhecimentos.”
A conclusão não deve ser difícil ao c

 

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