OS ANIMAIS SÃO IRRACIONAIS?

Roberto Cury
Roberto Cury

 

 

 

 

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Roberto Cury

p6-doutrina espirítaEra sexta-feira, dia 17 de maio de 2013, e a reunião de estudos cuidava dos animais perante os homens. Várias histórias sobre animais foram narradas pelos frequentadores da noite, ora sobre a inteligência, ora sobre o instinto e até se eles têm livre arbítrio !
Mas, a grande questão era a de que se os animais têm alma.
Tudo começou quando Kardec perguntou aos espíritos da Codificação: – Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? (questão 597).
Secamente, responderam os espíritos: – Sim, e que sobrevive ao corpo.
Novamente Kardec na questão 597-a: – Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?
Responderam: – É também uma alma, se o quiserdes; isso depende do sentido em que se tome a palavra, mas é inferior à do homem. E completam: – Há, entre a alma dos animais e a do homem tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus.
– Caramba!, assustou-se o jovem Lúcio.
Gabriel Delane, in Evolução Anímica, pág. 63, ensina: “se o animal executar ações inteligentes, é porque é dotado de inteligência, e se esses atos forem da mesma índole que se percebe nas pessoas, evidentemente se conclui que tal inteligência é semelhante à alma do homem, de vez que, na criação, somente a alma é dotada de inteligência”.
Esse princípio, segundo Delane, enseja a conclusão de que o princípio inteligente (alma) que habita o corpo do animal é da mesma natureza que a humana, apenas com a diferença do desenvolvimento gradativo (evolução gradativa).
– Caramba!, assustou-se, também, a jovem Eniele, completando: – quer dizer que a alma dos bichos é igualzinha a nossa?
A gargalhada foi estrepitosa na Casa Espírita e isso causou certa apreensão em Claudemiro acostumado noutros centros onde quando muito se permitia sorrir, mas, jamais gargalhar. – Que falta de respeito, pensou com seus botões. Eita povinho mais doido, sô. Onde já viu rir assim a bandeiras despregadas!
– De jeito nenhum, refutou o cinquentão Agostinho; homem é homem, animal é animal. Não acredito que um dia os animais possam virar homens.
Sorrindo, ainda, o coordenador da reunião de estudos contou que na obra citada, Gabriel Delane narra uma história verdadeira contada por um cidadão, que descortinava a paisagem em frente à sua janela, sobre uma raposa que conduzia um ganso como sua presa. Diante de um muro muito alto a raposa estacou e tentou, sem largar do ganso, aprisionado entre os dentes dela, saltar sobre o obstáculo, não conseguindo em nenhuma das três tentativas.
Assentou-se apreciando o muro como se estudasse uma forma de superá-lo. De repente, agarrou o ganso pela cabeça esfregando-a de encontro à parede saltou até alcançar uma reentrância onde enfiou o bico da ave, fixando aquele corpo ali. Depois, firmando-se sobre a ave presa no muro, chegou ao cimo. Jeitosamente, abocanhou novamente a presa atirando-a para o outro lado, saltou sobre o muro, lá agarrou, novamente o ganso e saiu em desabalada carreira planície afora.
Ainda na mesma obra, Delane conta sobre um urso muito inteligente do zoológico de Viena que divisando uma fatia de pão que flutuava na água fora da jaula, teve a ideia engenhosa de revolver a água com sua pata, formando assim uma corrente artificial que trouxe para perto de si o pedaço apetitoso de pão.
Sem sombra de dúvidas que a ideia do urso foi genial. Das duas histórias contadas por Delane, torna-se fácil compreender que tanto o urso quanto a raposa demonstraram possuir três coisas essenciais ao sucesso de suas empreitadas: 1- ideia de cálculo; 2 – raciocínio; e 3 – decisão.
Certas criaturas humanas não teriam tamanha inteligência demonstrada pela raposa e pelo urso.
Allan Kardec, n’O Livro dos Médiuns, capítulo XXII, páginas202 a 207, edição IDE, referindo-se à inteligência dos animais, ensina: “Não se lhes pode, sem dúvida, recusar uma certa dose de inteligência relativa, mas, seria preciso convir que, em certas circunstâncias, sua perspicácia ultrapassaria de muito a do homem, porque não há pessoa que possa se gabar de fazer o que eles fazem; seria preciso mesmo, para certas experiências, lhes supor um dom de segunda vista superior a dos sonâmbulos mais clarividentes”.
Novamente Delane, na mesma obra, porém grande parte buscada na Revista Científica, edição de janeiro de 1879, narra que no Zoológico de Viena, havia uma enorme quantidade de ursos e a direção, receosa da proliferação da espécie em escala descontrolável, resolveu eliminar alguns deles. Assim foram lançados bolos envenenados para dois ursos que mesmo famintos, cheiraram os alimentos e fugiram. Entretanto, mais tarde, atraídos pelo cheiro do ácido prússico, veneno potentíssimo, empurraram os bolos para o fosso de água e ali, manipularam até que a evaporação do tóxico deixou os alimentos livres de qualquer traço perigoso. Só então os famintos ursos devoraram os bolos. Esse comportamento inteligente não se lhes salvou a vida como a direção acabou por perdoá-los.
Prossegue Delane com relatos interessantíssimos, como o da vespa que tentando transportar o cadáver de uma mosca, mas, percebendo que as asas desta lhe dificultavam o voo, inteligentemente, tomou sua decisão: pousando sobre a mosca, cortou-lhe as asas voou, com facilidade, transportando o cadáver do inseto, aprisionado em suas patas.
Sou testemunha de um caso espetacular de inteligência e malícia de um animal selvagem. Na minha chácara no município de Nerópolis, Estado de Goiás, vez ou outra, atraídos pelas galinhas, patos e galinhas de angola, que circulavam livremente pelo terreiro, de vez em quando, gatos do mato só não abocanhavam algum destes animais menores quando os cães, eram cinco, os impediam de conseguirem a presa. Entretanto, no córrego que mais tarde veio a formar o lago da represa, apareceu uma lontra que, espertamente saía da água e sempre levava uma ou outra galinha ou abocanhava um ou outro pato que nadava por ali. Num dia em que a lontra saiu da água para perseguir uma galinha próxima, mas, que conseguiu escapar do seu bote, a cadela Tulipa disparou em cima da caçadora que caiu na água e só ficou com o nariz de fora. Confiante de que pegaria a lontra, Tulipa se atirou na água, foi quando o animal selvagem deu um bote e iniciou o afogamento da cadela. Sêo Geraldo, o caseiro, atirou com a espingarda cartucheira, acertando a cabeça da lontra que assim largou a cadela que foi recolhida viva pelo atirador.
Sem sombra de dúvidas que a lontra utilizou-se de sua invejável inteligência consubstanciada através da malícia atraindo a sua inimiga para afogá-la. Preparou a armadilha e a cadelinha caiu direitinho.
Costelinha é um cão que apareceu na porta da nossa Casa Espírita faminto e sofrido. Sentia-se que ele buscava abrigo e compaixão. Ao final da reunião, Karla, nossa confreira, condoída levou-o para sua residência, onde ele foi acolhido carinhosamente por ela e por seu marido o amigo Carlos. Alimentaram-no, dispensando todo um tratamento que se fazia necessário à recomposição física do animal. A princípio, Costelinha, nome dado por Karla, em face de que quando lá chegou desnutrido, suas costelas estavam à mostra, fazia suas necessidades indiscriminadamente em qualquer lugar. Com o tempo, os seus donos começaram aplaudi-lo toda vez que ele fez suas necessidades no lugar adequado. Ele aprendeu e a cada vez que era aplaudido, tudo indicava, que ele sorria, mostrando sua satisfação, sua felicidade abanando o rabo e olhando com olhos brilhantes os donos entusiasmados.
Assim, a cada vez que ele sentia necessidade, beirava a porta que era liberada. Logo depois, satisfeito e aplaudido, voltava todo feliz.
Pois numa destas noites, com diarreia, defecou no box do banheiro do casal.
Quando Karla percebeu pelo cheiro e pela sujeira, olhou firmemente para o cão que imediatamente escondeu sua cabeça entre as patas dianteiras, não deixando qualquer dúvida de que estava envergonhado do que fizera.
A análise do comportamento do cão pelo grupo espírita, colocados os fatos por Karla, ficou entendido que o cão antes criticado porque fizera em lugares indiscriminados e aplaudido quando defecara em lugares corretos, concluiu que sentira o olhar de Karla como reprovação por ter se aliviado no lugar menos adequado e, portanto, envergonhou-se. Era o amor-próprio ferido pelo olhar reprovativo da dona em face do lugar diferente do correto.
É inquestionável que Costelinha não apenas goza de uma inteligência além do normal nos animais, como tem capacidade de raciocínio, além do sentimento de amor-próprio.
Há tantas passagens com todos os animais domésticos ou selvagens que não mais se surpreendem os homens pela inteligência e pelos sentimentos manifestados por eles, demonstração clara e insofismável que tudo evolui, inclusive os seres considerados irracionais mas, que têm tanto ou mais raciocínio do que certos humanos.

 Con­to

A LIÇÃO DOS GANSOS

Autor desconhecido.

Quando um ganso bate as asas, cria um vácuo para o pássaro seguinte. Voando numa formação em “V”, o bando inteiro tem seu desempenho 71% melhor do que se a ave voasse sozinha.
– Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade, podem atingir seus objetivos mais rápidos e facilmente.
Sempre que um ganso sai da formação sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a formação aproveitando a aspiração da ave imediatamente à sua frente.
– Se tivermos tanta sensibilidade quanto um ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos dispusermos a aceitar sua ajuda, assim como prestar a nossa ajuda aos outros.
Quando o ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro ganso assume o lugar, voando para a posição de ponta.
– É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os gansos, são dependentes umas das outras.
Os gansos de trás, na formação, grasnam para incentivar e encorajar os da frente a aumentar a velocidade.
– Precisamos nos assegurar de que o nosso “ganso” seja encorajador para que a equipe aumente o seu desempenho.
Quando um ganso fica doente, ferido ou é abatido, dois gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que esteja apto a voar de novo ou morra. Só assim, eles voltam ao procedimento normal com outra formação, ou vão atrás de outro bando.
– Se nós tivermos bom senso tanto quanto os gansos, também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.

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