OPERAÇÃO PUERPERIUM – Médicos são suspeitos de lucrarem cerca de R$ 1 milhão cobrando pacientes do SUS por procedimentos de graça.

Policiais cumprem oito mandados de busca e apreensão em Goiânia. Segundo a polícia, seis profissionais que trabalhavam em hospital particular conveniado com o SUS são investigados.

Por Michel Gomes**

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (26) uma operação que investiga seis médicos suspeitos de receberem dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizarem procedimentos e ainda cobrarem dos pacientes. De acordo com as investigações, os suspeitos podem ter lucrado mais de R$ 1 milhão com as cobranças indevidas, considerando os valores atualizados.

Os policiais cumprem oito mandados de busca e apreensão em Goiânia. As investigações encontraram indícios que os suspeitos cobravam para fazer partos cesarianos em pacientes de baixa renda internadas pelo SUS. Segundo a polícia, os investigados lucravam ao receber pagamentos em troca da autorização de internação de pacientes gestantes pelo SUS.

Segundo a Polícia, os médicos investigados exigiam o pagamento de valores entre R$ 1,8 mil e R$ 2,8 mil, que podiam ser parcelados ou pagos integralmente.

Conforme apurou a polícia, ao mesmo tempo, os investigados exigiam o pagamento de valores entre R$ 1,8 mil e R$ 2,8 mil, que podiam ser parcelados ou pagos integralmente, mas com a quitação total na data do parto. Esses valores eram exigidos para supostamente cobrir os custos do procedimento e acomodação posterior em leitos de enfermaria.

De acordo com a corporação, os crimes aconteceram de 2014 a 2017 em um hospital particular conveniado ao SUS. Foram ouvidas 216 vítimas, mas foi registrado o total de 606 vítimas, que também serão ouvidas. A polícia disse que usou como base para a investigação 10 auditorias da SMS e uma da Secretária Estadual de Saúde (SES-GO).

Fraude

A polícia encontrou indícios também que os suspeitos cobravam os pacientes pelos procedimentos: angioplastia coronária, com a colocação de “stent” farmacológico. Segundo a polícia, a fraude funcionava da seguinte forma:

O paciente era encaminhado pela rede municipal de saúde, com a autorização de internação hospitalar já expedida pela rede pública, para tratamento de arritmia no hospital conveniado;

O médico investigado informava para o paciente que o SUS não cobria a colocação de “stent” farmacológico, e cobrava valores para realização do procedimento.

Os médicos foram autuados por corrupção e falsidade ideológica e são investigados por concussão, falsidade ideológica e associação criminosa.

Conforme divulgado pela polícia, em outros casos, os suspeitos cobravam da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) por “supostos procedimentos realizados em pacientes atendidos pelo SUS, na área de cardiologia, mediante a apresentação de laudos de eletrocardiogramas idênticos para dois pacientes distintos”.

Os médicos

Segundo a polícia, os médicos eram funcionários públicos por equiparação, que é quando alguém trabalha para uma empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Um vídeo divulgado pela corporação mostra uma mala e uma caixa cheias de dinheiro.

Os médicos foram autuados por corrupção e falsidade ideológica e são investigados por concussão, falsidade ideológica e associação criminosa, conforme divulgado pela corporação.

Segundo a polícia, os médicos trabalhavam em um hospital já extinto na região noroeste da capital. A operação, chamada de Operação Puerperium, é feita pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção.

FONTE: G1 Goiás

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