NUTRIÇÃO E SAÚDE – Nutricionista de Alto Paraíso de Goiás participa de discussão sobre políticas públicas alimentares no Brasil.

Entre os dias 1º e 3 de fevereiro, representantes de 27 cidades participaram, em São Paulo, da 2ª edição do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (Luppa) discutindo e delineando oportunidades para a construção da agenda de segurança alimentar e nutricional municipal. Professora Delmar Rezende e a Nutricionista Claudia Lulkin participaram do evento.

Roberto Naborfazan**

 

Entre os dias 01 e 03 de fevereiro de 2023 foi realizada de forma presencial a segunda edição do LUPPA LAB, sediada pela cidade de São Paulo. O LAB é uma das atividades do LUPPA, o Laboratório de Políticas Públicas e Alimentares, onde representantes de diversos municípios do Brasil se unem para trabalhar na construção de uma agenda integrada de SAN – Segurança Alimentar e Nutricional – e clima em suas cidades.

Ao longo dos três dias do LAB, foram mais de 140 pessoas envolvidas em fazer o evento acontecer. As 26 cidades presentes, membros da comunidade LUPPA,  trouxeram mais de setenta participantes, incluindo, tanto representantes das prefeituras, quanto da sociedade civil, por meio dos conselhos de controle social. As cidades que marcaram presença foram Abaetetuba, Alto Paraíso de Goiás, Alvarães, Anchieta, Araraquara, Barcarena, Belém, Bragança, Contagem, Jundiaí, Maracanaú, Maricá, Niterói, Nova Lima, Palmas, Pindamonhangaba, Porto Alegre, Rio Branco, Santarém, Sobral e Vitória do Mearim, além das cidades mentoras, Curitiba, Osasco, Recife, Salvador e São Paulo – a qual também sediou o evento. Estiveram também presentes 30 convidados, entre especialistas no tema das políticas alimentares, governantes, parceiros e apoiadores do LUPPA, tais como representantes da Prefeitura de São Paulo – cidade sede do evento –  do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e do Ministério das Relações Internacionais. A equipe LUPPA, responsável pela realização do evento, reuniu aproximadamente 40 pessoas.

Parte dos mais de setenta participantes dos vinte e seis municípios presentes no LUPPA LAB, que teve como tema “Comida no Centro da Mesa da Agenda Municipal”.

Com o tema “Comida no Centro da Mesa da Agenda Municipal”, representantes de 27 cidades se reuniram  para uma jornada de aprendizados e troca de experiências. Durante os três dias, por meio de métodos ágeis e dinâmicas de grupo, os representantes das cidades e parceiros discutiram e delinearam oportunidades para a construção da agenda de segurança alimentar e nutricional municipal.

Na abertura do evento, o analista da Embrapa Alimentos e Territórios, Gustavo Porpino, que esteve presente para falar do projeto “Cidades e Alimentação”, executado em parceria com a União Europeia e com a colaboração do Instituto Comida do Amanhã, ICLEI e WWF Brasil, falou sobre as potencialidades das cidades enquanto epicentro das mudanças necessárias para uma produção agrícola mais diversificada, mais práticas de agricultura regenerativa implementadas em cinturões verdes, novas oportunidades de conexão entre produtores e consumidores, e execução de políticas públicas alimentares diversas que favoreçam o fortalecimento de sistemas alimentares urbanos sustentáveis.

“Esse laboratório vivo é uma grande oportunidade de engajarmos mais cidades com a temática de alimentação, e também identificar as boas práticas destas cidades, dar mais visibilidade às boas experiências e analisar os modelos de governança das cidades brasileiras que já têm dado o devido valor aos temas alimentos e alimentação”, disse o analista.

Analista da Embrapa Alimentos e Territórios, Gustavo Porpino – “As cidades podem fomentar o trabalho de ONGs que administram bancos de alimentos, e discutir em conjunto com a sociedade civil e varejistas, alternativas para implementar bancos de alimentos”. FOTO: Juliana Rossini

Porpino também conversou com representantes das cidades de Maricá, Recife, Curitiba, Rio Branco e Santarém, participantes do projeto Cidades e Alimentação. “Iremos trabalhar mais próximos destas cinco cidades, mas as oportunidades de interação não estarão restritas a estes municípios. Todas as cidades serão bem-vindas nos eventos que organizaremos”, comentou.

A diretora do Instituto Comida do Amanhã, Juliana Tângari, explicou que o objetivo do evento é ampliar a forma como as prefeituras se instrumentalizam para desenvolver seus planos de segurança alimentar e nutricional de forma integrada, multissetorial, e com participação social. “Todo o LAB é desenhado para que possa otimizar da melhor forma o trabalho dos municípios”, afirmou.

A diretora do Ministério do Desenvolvimento Social, Patrícia Gentil, ressaltou que a inteligência dos municípios será útil na retomada do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) e para a atuação do Consea.

Banco de Alimentos e hortas urbanas

No segundo dia do evento, os participantes fizeram visitas técnicas a bancos de alimentos e iniciativas de agricultura urbana em São Paulo. Porpino visitou o Banco de Alimentos de São Paulo e conheceu o programa de colheita urbana do município, que direcionou, em 2022, 70 toneladas de frutas e hortaliças das feiras livres para instituições de assistência social. Já o Banco de Alimentos público coletou, em 2022, 415 toneladas de alimentos, sendo a maior parte doações do varejo e indústria direcionadas às entidades cadastradas na prefeitura de São Paulo. “As doações, tanto para bancos de alimentos públicos quanto para as iniciativas das Organizações Não-governamentais (ONGs) têm caído nos últimos dois anos. Em São Paulo, as doações de alimentos, em 2022, representam apenas 15% do que foi arrecadado em 2020, auge da pandemia”, comenta Porpino.

“As cidades podem fomentar o trabalho de ONGs que administram bancos de alimentos, e discutir em conjunto com a sociedade civil e varejistas, alternativas para implementar bancos de alimentos mais compactos ou mesmo novos formatos varejistas, como os supermercados sociais”, concluiu.

Alto Paraíso de Goiás

A Professora Delmar Rezende (representante da Associação dos Produtores e do Meio Ambiente do Sertão – APROMAS) e a Nutricionista Claudia Lulkin (representante da Secretaria Municipal de Educação do município de Alto Paraíso de Goiás) estavam entre os mais de 130 técnicos de 27 cidades brasileiras engajadas em discutir e construir coletivamente Políticas Públicas voltadas ao tema da Segurança Alimentar.

Professora Delmar Rezende (representante da Associação dos Produtores e do Meio Ambiente do Sertão – APROMAS) e a Nutricionista Claudia Lulkin (representante da Secretaria Municipal de Educação do município de Alto Paraíso de Goiás), durante o Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (Luppa), em São Paulo.

Segundo menor município entre os dez escolhidos para essa imersão no tema da Segurança Alimentar, através do edital no qual concorreu a Nutricionista Claudia Lulkin, Alto Paraíso de Goiás terá a Mentoria de São Paulo para orientar o processo de formação e de mobilização da sociedade e do governo do município pró iniciativas em Segurança Alimentar.

As 10 cidades que participaram da 2ª Edição são: Abaetetuba (PA), Alto Paraíso de Goiás (GO), Barcarena (PA), Eusébio (CE), Jundiaí (SP), Maricá (RJ), Nova Lima (MG), Palmas (TO), Pindamonhangaba (SP), Vitória do Mearim (MA).

O menor município participante é Anchieta (Santa Catarina) conhecido por sua Feira de Sementes Crioulas. Ivan Canci, Prefeito de Anchieta, esteve ao longo de todo o evento e destacou “que o projeto oportunizou a reestruturação das diversas esferas nas Políticas da Segurança Alimentar e Nutricional”. Segundo o Prefeito, Anchieta tem um antes e um depois da LUPPA, uma vez que a experiência de participar do laboratório contribuiu para que o município realizasse a I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional e reestruturasse o Conselho de Segurança Alimentar, entre outras ações relacionadas ao tema.

Coordenadoras do LUPPA/Comida do Amanhã, Mónica Guerra Rocha, com Claudia Lulkin e Altenice Macedo (Mocinha), na Feira do Produtor Rural de Alto Paraíso de Goiás.

Sincronicamente, uma das coordenadoras do LUPPA/Comida do Amanhã, Mónica Guerra Rocha (portuguesa que mora no Rio de Janeiro) esteve em Alto Paraíso de Goiás na semana posterior ao evento em São Paulo, e foi conhecer Altenice Macedo, a Mocinha, reconhecida guardiã de sementes na Feira do Produtor Rural de Alto Paraíso de Goiás, quando teve a oportunidade de assistir a troca de sementes de milho crioulo que a nutricionista Claudia Lulkin trouxe como presente do município de Anchieta (SC).

“Um privilégio viver o momento de entrega de sementes de Anchieta em Alto Paraíso de Goiás, na Feira do Produtor”, disse Mónica Guerra.

O Luppa é um projeto do Instituto Comida do Amanhã, em correalização com o ICLEI América do Sul, com o apoio pleno do Instituto Ibirapitanga e do Instituto Clima e Sociedade, apoio especial da Delegação da União Europeia no Brasil, Embrapa e do WWF Brasil e apoio institucional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO Brasil), ACT Promoção da Saúde, Alimentação Consciente Brasil,  e Humane Society International e parceria metodológica da Reos Partners.

As cidades de Curitiba, Osasco, Recife, Salvador e São Paulo são mentoras da iniciativa, que contou ainda com participação da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da USP, Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da UFAM, Grupo de Estudos, Pesquisas e Práticas em Ambiente Alimentar e Saúde da UFMG, Grupo de Estudos em Agricultura, Alimentação e Desenvolvimento.

***Com conteúdo de Irene Santana, da Ascom da Embrapa Alimentos e Territórios.

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