PROJETO “ÁGUAS CERRATENSES” – Semeadura direta de sementes já mostra resultados em São João d’Aliança.

Financiado pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, o Projeto “Águas Cerratenses: Semear para Brotar” visa restaurar, por meio do método de plantio denominado semeadura direta, cerca de 800 hectares de Cerrado até 2024. Em São João d’Aliança, município parceiro do Projeto, 130 hectares de Reserva Legal já receberam o replantio.

Roberto Naborfazan**

Com o objetivo de promover a adequação ambiental de grandes propriedades rurais, dando escala à recomposição da vegetação nativa na região do Alto Médio da Bacia do Tocantins, em uma área de pelo menos 800 hectares, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), em parceria com a Semeia Cerrado e Associação Cerrado de Pé (ACP), iniciou em dezembro de 2022 às atividades do Projeto “Águas Cerratenses: Semear para Brotar” nas regiões Norte e Nordeste do estado de Goiás.

A iniciativa tem, também como foco, o fortalecimento da cadeia de produção de sementes nativas de base comunitária para geração de renda familiar, bem como a sensibilização e envolvimento das propriedades rurais.

Do preparo da terra ao replantio, a reintrodução de espécies nativas com a semeadura direta de capins, arbustos e árvores nativas do cerrado fortalece a cadeia de produção de sementes regional.

Financiado pelo Fundo Socioambiental CAIXA, o projeto visa restaurar, por meio do método de plantio denominado semeadura direta, cerca de 800 hectares de Cerrado até 2024.  As ações de restauração de áreas degradadas serão feitas em Minaçu e Niquelândia, no norte de Goiás, e em Cavalcante, Teresina de Goiás, Alto Paraíso de Goiás e São João da Aliança, no nordeste goiano.

A ação se dará por meio da reintrodução de espécies nativas com a semeadura direta de capins, arbustos e árvores nativas do cerrado, fortalecendo a cadeia de produção de sementes regional. O prazo de execução será de 36 meses, com investimento de R$ 10,1 milhões.

São João d’Aliança

Um dos parceiros no Projeto, o município de São João d’Aliança já começa a perceber resultados.

Em novembro do ano passado, a prefeita do município, Débora Domingues Carvalhêdo Barros (PL), acompanhada do presidente da Associação de Coletores de Sementes Cerrado de Pé, Claudomiro de Almeida Cortes, da Coordenadora do Projeto, Alba Cordeiro, e do secretário municipal da Agricultura, Joelmar Ferreira da Mota (Mário do Balanço), acompanhou o início dos trabalhos no P.A Mingau, onde foi iniciada a restauração de 30 hectares de área degrada.

Em São João d’Aliança o replantio já mostra resultados. Equipe do Projeto Águas Cerratenseso já estão fazendo o manejo para retirada das Espécies Exóticas Invasoras (EEI).

“Desde o início de nosso primeiro mandato estamos buscando trabalhar e apoiar a agricultura sustentável, no caminho da harmonização do meio ambiente com a produção de alimentos. Fizemos um termo de cooperação técnica com os entes envolvidos no Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar, investindo no reflorestamento de áreas desmatadas, degradadas. Delegamos ao nosso secretário da Agricultura, Mário do Balanço, a responsabilidade de acompanhar e dar todo o suporte para o bom andamento do projeto em nosso município. Esse reflorestamento além de importante para o meio ambiente, é também gerador de empregos e rendas para aqueles que se unirem aos coletores de sementes, que, posteriormente, serão utilizados nos plantios para restauração”. Frisou Débora Domingues. Assista ao vídeo abaixo.

Por sua vez, o secretário municipal da Agricultura, Mário do Balanço, afirma que a parceria concretizada pela prefeita Débora Domingues com a equipe do Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar, é um importante passo no apoio ao trabalho da agricultura sustentável, realizado em São João d’Aliança nos últimos seis anos. ”Abraçamos os objetivos e metas desse Projeto porque ele traz apoio, e também investimentos, para a recuperação de áreas degradadas que o município sozinho teria muita dificuldade em realizar. Já realizamos o plantio para restauração em 30 hectares de Reserva Legal no P.A Mingau, e 100 hectares de Reserva Legal no Assentamento Santa Maria. Nesses dois locais já existem árvores germinadas em bom tamanho, mostrando que o plantio já deu resultados. Estamos ampliando essas restaurações em áreas degradadas não só nos assentamentos, mas também em áreas particulares, com vários produtores, de pequeno, médio e grande porte, já aderindo ao Projeto. Estamos trabalhando e vendo que o Projeto só cresce em nosso município”. Ressalta Mário do Balanço.

Prefeita Débora Domingues com Alba Cordeiro e Mário do Balanço no início do replantio, em novembro de 2022, no P.A Mingau – “Esse reflorestamento além de importante para o meio ambiente, é também gerador de empregos e rendas para aqueles que se unirem aos coletores de sementes, que, posteriormente, serão utilizados nos plantios para restauração”. ressaltou a prefeita.
Secretário municipal da Agricultura, Mário do Balanço – “O Projeto traz apoio e também investimentos para a recuperação de áreas degradadas que o município sozinho teria muita dificuldade em realizar”.

A equipe do Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar, já iniciou na área sul do município, mais precisamente no Projeto de Assentamento (P.A.) Mingau, onde foi realizado o plantio para restauração dos 30 hectares de áreas degradadas, o manejo para retirada das Espécies Exóticas Invasoras (EEI). A manutenção tem como foco suprimir do local a rebrota do capim exótico, para que as espécies semeadas não fiquem abafadas com o crescimento da braquiária.

O Engenheiro florestal do Projeto, Gustavo Rocha, pontuou que a germinação das sementes foi um sucesso e em conjunto com a regeneração natural da área, a incidência das espécies exóticas já estava prevista. “Para a retirada destas gramíneas duas técnicas serão usadas, capina seletiva com enxada e capina química. Muito deste capim está também perto dos remanescentes arbóreos e arbustivos onde não foi possível passar a grade de modo a preservá-los”, disse.

Já a Coordenadora do Projeto e CEO da Semeia Cerrado, Alba Cordeiro, destacou que a retirada das gramíneas contribui para que as plantas nativas tenham mais luz e nutrientes do solo. “Na verdade, estamos dando uma mãozinha para que as nativas possam se desenvolver e a restauração dê muito certo. O resultado final deste trabalho de restauração é restabelecer o ecossistema original da área garantindo a conservação das nascentes”.

Alba Cordeiro explica ainda que atualmente a Chapada dos Veadeiros e seu entorno tem sido destaque quanto a aplicação dos modelos de restauração ecológica e, estudos mostram que a técnica da semeadura direta é uma das mais eficientes para a reintrodução dos componentes da vegetação do Cerrado.

Além disso, toda a coleta é realizada por associados pertencentes as comunidades rurais, assentados e quilombolas. “Hoje a coleta de sementes tem sido para muitas mulheres a principal fonte de renda e este trabalho está além da restauração de áreas, pois engloba várias outras ações que resultam em melhores condições para as famílias de coletores e conservação de áreas, que hoje são vistas por eles como importantes e estratégicas”, acrescenta.

Integrantes do Projeto com associados pertencentes as comunidades rurais, assentados e quilombolas – “As ações do Projeto resultam em melhores condições para as famílias de coletores e conservação de áreas, que hoje são vistas por eles como importantes e estratégicas” diz Alba Cordeiro, coordenadora do Projeto e CEO da Semeia Cerrado.

No mesmo caminho, a presidente da Rede de Sementes do Cerrado (RSC), Camila Motta, destaca que o projeto contribui para a expansão planejada da produção de sementes, o que beneficia os coletores. “Hoje trabalhamos com aproximadamente 100 famílias de coletores e ao longo destes anos foram inúmeros os ganhos socioeconômicos para estas pessoas e para o Cerrado, pois houve um trabalho que possibilitou a mudança de pensamento e comportamento em relação ao desmatamento das áreas”, afirma.

Ainda segundo a presidente, por meio do projeto “Águas Cerratenses: semear para brotar” mais famílias serão inseridas na produção de sementes nativas do Cerrado, o que consequentemente ampliará a renda destas pessoas por meio da conservação do bioma. “A iniciativa visa também estudos para quantificação de carbono absorvido com a restauração e ações estratégicas de educação ambiental para crianças e jovens da região”, completa Camila Motta.

Restauração

Com 900 hectares de Área de Reserva Legal (RL), o P.A. Mingau recebeu em novembro de 2022 o plantio de 68 espécies de sementes nativas em 27 hectares. Para a realização da atividade foram usadas técnicas distintas de acordo com o cenário de degradação.

Águas Cerratenses

O Projeto Águas Cerratenses é financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa e executado pela Rede de Sementes do Cerrado (RSC), em parceria com a Associação Cerrado de Pé (ACP), Semeia Cerrado e Prefeitura de São João da Aliança. Até 2024, o projeto vai restaurar 800 hectares de áreas degradadas de Cerrado.

***Com informações da Assessoria de Imprensa da RSC.

Imagens – William Rodrigues e Gustavo Rocha/RSC.

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