VIOLÊNCIA E ÓDIO – Aos berros, representantes do Agro invadem plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (ALEGO).

Agindo como vândalos e em desrespeito a democracia, um grupo de representantes do agronegócio quebrou vidraças e enfrentou os seguranças da ALEGO. Durante a invasão eles gritavam palavras de ódio e repúdio ao Governador Ronaldo Caiado.

Roberto Naborfazan

CONTEÚDO ATUALIZADO AS 20:32 HS

A sessão da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) desta terça-feira, 22, foi encerrada após produtores rurais invadirem o plenário da Casa, por serem contrários a taxação sobre produtos agropecuários.

O tumulto aconteceu após os deputados rejeitarem com 22 votos um requerimento apresentado pelo deputado estadual Delegado Eduardo Prado (PL) solicitando a retirada das matérias relacionadas à taxa do agro da pauta do dia. O presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSD), chegou a apreciar o pedido, mas não poderia providenciar as retiradas por conta da solicitação não ter sido feita com 24 horas de antecedência. Assista o momento da invasão no vídeo abaixo.

Esta terça-feira seria o dia da 2ª votação dos projetos que visam criar uma contribuição do setor de agronegócio destinada para manutenção da infraestrutura, como rodovias, pontes e aeródromos. Após a invasão criminosa a sessão foi encerrada.

Em meio a mais uma tarde de discussões acaloradas, o Parlamento goiano voltaria a colocar em apreciação, desta vez, para a validação definitiva, os projetos da Governadoria que convergem para a criação do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). Mas as deliberações, que abririam os trabalhos plenários da semana, foram prejudicadas, depois que manifestantes contrários às proposituras, invadiram o plenário da Casa, deixando rastro de vidros quebrados. Com o acirramento dos ânimos, que começou com empurrões e colocou em risco a integridade física dos servidores e que terminou em depredação do patrimônio público, o presidente Lissauer Vieira (PSD) precisou encerrar a plenária, transferindo a pauta de votação para a sessão desta quarta-feira, 23.

Já no fim da tarde, os parlamentares da bancada de oposição voltaram ao plenário com o objetivo de retomar os trabalhos, o que não foi possível porque a sessão ordinária já havia sido encerrada. Em pronunciamento destinado à imprensa, servidores e público presente nas galerias, o presidente Lissauer Vieira anunciou, após reunião com os parlamentares da base e da oposição, a realização de uma sessão ordinária híbrida para amanhã, às 15 horas, sem a presença de público nas galerias. A medida, segundo Lissauer, é para garantir a continuidade da votação dos projetos e a segurança dos deputados e dos servidores da Alego.

“Eu encerrei a sessão no momento da invasão ao plenário, que foi uma atitude que todos nós, deputados, e servidores da Casa, repudiamos totalmente. Não esperávamos que isso pudesse acontecer. Apesar de termos colocado todo um aparato de segurança, no momento, a sessão precisou ser encerrada. O Regimento Interno da Alego é muito claro: ‘Ele fala que, quando a sessão é encerrada, ela só pode ser convocada, extraordinariamente, antes das 17 horas, e já passou desse horário. É uma situação extremamente complicada. A gente entende que está todo mundo sofrendo com esse processo. Eu também estou”, disse Lissauer Vieira.

Para que as matérias em questão estejam aptas a seguirem para a sanção do governador Ronaldo Caiado (UB), elas precisam receber o aval do Plenário, em mais uma votação.

Segundo o governo do estado, a taxação prevista no projeto pode chegar a até 1,65% e será revertida totalmente para o asfaltamento e recuperação das rodovias goianas, pontes e aeródromos, beneficiando, principalmente, o agronegócio.

Por 22 votos a 16, a proposta do governo Caiado de criar uma taxa para o agro foi aprovada Alego em primeira votação. A taxação prevista no projeto pode chegar até 1,65% e serve para compensar a perda de arrecadação do ICMS por medida do governo federal, conforme justifica o Estado. Esta não terá incidência em toda a produção agropecuária. Apenas os produtores de milho, soja, cana de açúcar, carnes e minérios serão contribuintes. Em entrevista recente o Governador Ronaldo Caiado reafirmou que não governa para grupos específicos.

“Não sou homem que governa para grupos. Sou um homem que governa para todos”, disse Caiado. Ressaltando que ele próprio é produtor rural e médico, o governador afirmou que não pode beneficiar categorias. “Eu não posso governar simplesmente para dizer: sob os médicos e os produtores rurais nada acontece, os demais pagam a conta.” concluiu.

Através da Secretaria de Comunicação, o governo de Goiás emitiu a seguinte Nota:

NOTA – Alego

O Governo de Goiás lamenta e repudia com veemência os atos de vandalismo praticados na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (22/11).

Cenas como estas mancham a imagem do Estado em âmbito nacional. A violência não pode superar a institucionalidade, em nenhuma circunstância.

Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás

**FOTO DE CAPA: Sérgio Rocha

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