Prestação de contas: Marconi apresenta números sobre os dois primeiros anos
Ao fazer a prestação de contas dos dois primeiros anos de mandato, Marconi Perillo sinaliza um olhar para os dois últimos anos e a sucessão estadual.
Redação
Na quinta-feira, 20, o governador Marconi Perillo (PSDB) fez a prestação de contas dos dois primeiros anos de sua administração. Com seu senso de oportunidade, Marconi fez do evento quase uma festa, certamente uma celebração. Com centenas de pessoas reunidas no Centro Cultural Oscar Niemeyer, toda a equipe de auxiliares presente, mais uma vez o governador mostra que dá a devida importância a algo que nem todos os governantes valorizam, que é a prestação de contas, a satisfação ao público, ao eleitor, à imprensa.
Para além dos programas e dos números do que se fez em 2011 e 2012, a solenidade serviu para mostrar que o governador está mais aliviado, depois que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) montada a mando do ex-presidente Lula caiu no ridículo — ou melhor, ridícula desde o início, apenas se confirmou de fato e de direito em sua tosquidão, ao ter rejeitado um relatório fajuto que claramente visava comprometer adversários, Marconi entre eles.
A CPMI conturbou o cenário, obrigou o governador a dispender energia e isso, sem dúvida, desfocou, em alguns momentos, o objetivo principal, qual seja imprimir um ritmo célere na administração. Agora, Marconi e sua equipe estão, por assim dizer, com as rédeas soltas para dinamizar o governo. O campo está livre. Ganham os goianos, evidentemente. Goiás é um Estado em que as forças produtivas e o governo precisam estar trabalhando sem entraves. Tem sido assim e a prova é que Goiás cresce bem acima da média nacional.
Balanço
Ao prestar contas, Marconi Perillo apresentou despesas e receitas, os avanços de cada área do governo e discutiu ações futuras. Lembrou as dificuldades enfrentadas para manter a Casa em ordem desde o primeiro momento. Não se pode esquecer, ele pegou um Estado arrebentado pela gestão anterior, a mais ineficiente da história recente de Goiás.
Com a prestação de contas dos dois primeiros anos, Marconi sinaliza o olhar, as ações, para os dois últimos anos, que são o futuro imediato. E olhando um pouquinho mais além, o futuro é 2014, ano da sucessão estadual. Será o governador candidato à reeleição?
É cedo para essa conjectura? Obviamente é cedo para os atores políticos se expressarem em público sobre o tema. Os principais nomes não admitem. Marconi não fala sobre isso. O ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) não fala. O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), também não. O de Anápolis, Antônio Gomide (PT), tampouco. Mas ninguém tenha dúvida, eles falam nas reuniões fechadas, discutem o tema com as pessoas de confiança.
No nosso sistema eleitoral, uma eleição prepara a eleição seguinte; é quase uma prévia. Por isso, 2014 é o ano que já começou, antes mesmo dos bimbalhar dos sinos do Natal de 2012.
Leia trechos da prestação de contas:
Ajuste Fiscal e equilíbrio financeiro –
Marconi Perillo – Este foi um ano bastante atípico. Primeiro, nós tivemos greves na educação e na polícia. Tínhamos a data-base do ano anterior e a deste ano. E especialmente a exigência do cumprimento do piso nacional dos professores. O impacto do cumprimento do piso foi superior a R$ 500 milhões. Somando tudo, nós disponibilizamos um aumento superior a R$ 1,26 bilhão a mais só com folha de pagamento. Além disso, nós tivemos uma redução do Fundo de Participação dos Estados (FPE) de mais de R$ 150 milhões por conta de isenções, especialmente isenção de IPI. Também tivemos o fim da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico). E, por conta da Emenda 29, um desembolso a mais na Saúde de R$ 350 milhões, além de um aumento também para a Educação superior a R$ 300 milhões para o Fundeb. Somando isso aí, nós tivemos um impacto nas nossas receitas muito grande. Bem superior a R$ 2 bilhões. Isso, com certeza não deixou de trazer algumas dificuldades no fechamento do caixa. O importante é que nós estamos concluindo o ano com a folha quitada no último dia 20, com o 13º quitado, com as principais obrigações do Estado em dia. O contrato com os prestadores de serviço do Ipasgo estabelece um prazo de 60 dias após a apresentação da fatura. Nós estamos pagando com 45 dias. Devo fazer um novo anúncio com relação ao pagamento dos prestadores. Estamos terminando de fazer as contas e é possível que cheguemos a 30 dias. Vamos pagar os prestadores do Ipasgo na metade do tempo previsto nos contratos.
Metas 2013
Marconi Perillo – Nós todos do governo estamos extremamente otimistas em relação a investimentos. Nós temos recursos já garantidos, por conta da operação de crédito com o BNDES, para investimentos em conclusão de rodovias e construção de rodovias novas. Temos aproximadamente R$1,4 bilhão para serem investidos no ano que vem, apenas em função da operação com o BNDES. Estamos finalizando outra operação de crédito do Proinvest para este ano ainda e que será desembolsado no ano que vem. E ainda assegurando recursos do VLT e mais R$ 100 milhões de contrapartida de Saneamento para empréstimo do BNDES. Temos uma outra operação de crédito em curso de mais de R$ 1,5 bilhão. Aprovada essa operação ela será desembolsada, principalmente em 2014, para infraestrutura. Temos investimentos já assegurados na Caixa Econômica/PAC, empréstimos do BNDES, recursos do Tesouro e da Saneago, em valores muito relevantes que já estão sendo disponibilizados e serão investidos no próximo ano. Também já temos no PAI várias fontes de recursos definidas para investimentos em obras de grande envergadura como o Centro de Convenções de Anápolis e o Aeroporto de Cargas de Anápolis. Também temos recursos já assegurados para a construção de mais dois hospitais – Hugo 2 e Hospital da Mulher -, 40 escolas padrão Século XXI e quatro novos presídios, totalizando 1,2 mil vagas novas para o transcorrer de 2013. Enfim, temos uma previsão de investimentos de aproximadamente R$ 4 bilhões para 2013. A preocupação que nós temos e vamos continuar a ter, ou seja, a vigilância que faremos no ano de 2013, será em relação às despesas correntes, para que se chegue ao final do ano numa situação de completo equilíbrio. Não nos preocupam recursos para investimentos, felizmente. Importante registrar que agora no final do ano nós tivemos a iniciativa corajosa de enviar um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa reajustando o valor de contribuições previdenciárias para os servidores públicos. Fiz isso porque, ao analisarmos as contas, chegamos à conclusão de que ou se toma providências agora em relação aos desequilíbrios previdenciários ou nós teremos problemas muito graves no futuro.
Obras em Anápolis
Marconi Perillo – A minha relação política e administrativa com o prefeito de Anápolis foi muito boa nesses dois anos. Eu fui agora ao evento de Natal e levei ao prefeito mais R$ 1 milhão, relativo a um convênio de R$ 8 milhões, para que ele pudesse concluir o asfaltamento dos últimos bairros. Desses R$ 8 milhões, nós já repassamos R$ 4 milhões e vamos repassar mais R$ 4 milhões no ano que vem. São obras que foram executados pela Prefeitura de Anápolis com o apoio integral do nosso governo. O Aeroporto de Cargas de Anápolis deverá ficar pronto em meados de 2014. Para se ter uma ideia, nós investimos este ano R$ 40 milhões e já pagamos R$ 37 milhões. O Centro de Convenções está com seus projetos executivos concluídos para a licitação, por volta de janeiro ou fevereiro, e começaremos imediatamente as obras. Em relação ao presídio, tivemos muitos problemas no curso das licitações e tivemos que reiniciar o processo. A licitação ficou pronta e agora está tudo certo para as obras se iniciem e que sejam concluídas no tempo mais curto possível. Em relação ao viaduto do Daia, a licitação que havia sido feita pelo Dnit foi embargada pelo Ministério Público Federal e agora está em fase final de solução. Politicamente, o que eu puder fazer para colaborar com o fim do sofrimento dos trabalhadores que precisam todo dia se deslocar indo e voltando do Daia, eu farei.