AEDES AEGYPTI – Goiás adere à campanha e orienta a população sobre como combater mosquito.
Inseto é transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que têm registrado aumento de casos em território goiano. Período chuvoso requer atenção dobrada.
Roberto Naborfazan
O início do período chuvoso em Goiás reforça a necessidade de combater o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Este é, inclusive, o foco da campanha do Ministério da Saúde lançada nesta semana, com inserções em rádio, TV e internet. Com o tema “Todo dia é dia de combater o mosquito”, a ação educativa visa conscientizar os cidadãos de que a prevenção é a melhor forma de se proteger das doenças causadas pelo inseto.
Diante do aumento no número de casos das doenças em território goiano neste ano – com ênfase na dengue, que acumula mais de 169 mil, sendo 135 óbitos até outubro –, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) adere à campanha e reforça que ações simples e caseiras podem ajudar no controle do mosquito. Todo local onde há água parada deve ser eliminado, já que ali é o ambiente em que o inseto transmissor coloca os seus ovos.
Por isso, a população deve adotar alguns cuidados em casa, como: evitar água parada em pequenos objetos, pneus, garrafas e vasos de planta; manter a caixa d’água fechada e realizar limpezas periódicas em calhas e no quintal; vedar poços e cisternas e descartar o lixo de forma adequada. O mesmo vale para prédios, galpões e outras instalações de uso comercial.
Números e perfil dos pacientes
Uma análise dos óbitos provocados pela dengue e chikungunya em Goiás foi apresentada recentemente pela secretaria aos gestores dos municípios goianos com um alerta para os cuidados com a aplicação dos protocolos assistenciais. O objetivo é reduzir a taxa de mortalidade, que está em 1,68/100 mil pessoas. Os dados revelam a influência das comorbidades e a idade como fatores de risco para óbito.
Das 121 mortes por dengue registradas até 26 de setembro, 73 vítimas são mulheres, com mortalidade crescente após 60 anos de idade e presença de comorbidades como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão. De uma forma inédita historicamente, ainda houve um registro de sete óbitos por chikungunya. A SES mantém registros atualizados de casos, óbitos, distribuição territorial, série histórica e várias outras informações sobre as arboviroses no endereço eletrônico www.indicadores.saude.go.gov.br/public/dengue.html.
Protocolos de atendimento
O coordenador estadual de Arboviroses, Murilo do Carmo, constatou aumento de casos entre adultos jovens. Os dados foram apresentados na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de quinta-feira, 20, no Auditório da Escola de Saúde Pública de Goiás. A recomendação da Vigilância em Saúde é que os municípios estejam atentos à aplicação inicial de protocolos assistenciais, como a hidratação venosa nos pacientes, em especial nos que apresentam fatores de risco.
“Reforçamos o alerta para que os gestores intensifiquem as ações de combate ao vetor e priorizem as intervenções junto à população para a adesão à eliminação dos criadouros”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim. Ela destaca que a secretaria dispõe de todos os recursos, como larvicidas, inseticidas e veículos apropriados para apoiar as ações.
Visando uma melhora na qualidade de atendimento ao paciente com suspeita de dengue, chikungunya e zika, a SES já realizou oito capacitações em manejo clínico para profissionais de saúde de toda rede, tanto pública quanto privada. Estão programadas mais duas até dezembro. Foram realizadas, ainda, capacitações para os agentes de controle de endemias dos 246 municípios, para um melhor desempenho das ações de controle e otimização dos recursos disponíveis, como uso correto de larvicidas e inseticidas.