COMPOSTAGEM HUMANA – Califórnia aprova lei para transformar cadáveres humanos em adubo

A partir de 2027, os moradores poderão optar pela ‘compostagem humana’. De acordo com a legislação, o composto poderia ser usado pelo governo, para o cultivo de novas terras, ou devolvido para a família.

Rosana Jatobá

O estado norte-americano da Califórnia sancionou, após muita polêmica, uma nova legislação que permitirá que cadáveres sejam transformados em adubo. A partir de 2027, a compostagem humana – também conhecida como redução orgânica natural – pode ser escolhida por moradores que não querem ser enterrados ou cremados. Segundo Rosana Jatobá, esta seria a alternativa ambientalmente correta para evitar gases do efeito estufa.

“O processo começa retirando do corpo alguns materiais não orgânicos, como restaurações metálicas, próteses e marca-passos. Depois, o cadáver vai para um recipiente de aço, juntamente com lascas de madeira, flores, alfafa e palha – o que permite que micróbios e bactérias decomponham os restos mortais. Depois de um mês, o material é coletado e transformado em composto para adubar o solo”, explica a comentarista.

Cada corpo gera, em média, um metro cúbico de adubo, se tornando uma alternativa ambientalmente correta para evitar gases do efeito estufa.

Cada corpo gera, em média, um metro cúbico de adubo. De acordo com a legislação, o composto poderia ser usado pelo governo, para o cultivo de novas terras, ou devolvido para a família.

Rosana ainda pontua que as destinações mais tradicionais de corpos após a morte emitem muitos gases do efeito estufa. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde cerca de três milhões de pessoas morrem por ano, a cremação emite cerca de 360 mil toneladas de gás carbônico neste período. Os dados são da National Geographic. “Além de ser uma opção para as pessoas que estão insatisfeitas com a ideia de um enterro tradicional ou da cremação, a compostagem humana ajuda a combater as mudanças climáticas (…)”, ressalta.

Outra vantagem deste método é evitar a poluição das águas subterrâneas. “Quando o corpo é enterrado tradicionalmente, ele emite um líquido conhecido como ‘chorume’, que contamina o meio ambiente”, acrescenta a comentarista.

Com a aprovação, a Califórnia passa a ser o quarto estado norte-americano a legalizar o processo de compostagem humana. O primeiro deles foi Washington, onde a medida já está em vigor desde maio de 2020. Já Colorado e Oregon promulgaram legislação semelhante – a diferença é que, nesses estados, esse adubo não pode ser utilizado para cultivar alimentos.

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