INTOLERÂNCIA – Bolsonarista diz que matou petista após briga por política: ‘Nenhum concordava com a opinião do outro’.

Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, é apoiador do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, que morreu esfaqueado, defendia o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por Caroline Mesquita e Pedro Mathias.

O apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que matou Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, na noite de quarta-feira (7), com golpes de faca e machado, disse em depoimento que a discussão começou após a vítima defender o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O crime ocorreu em uma chácara em Agrovila, zona rural de Confresa, cidade a 1.160 km da capital Cuiabá.

Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, morreu esfaqueado por uma discussão política — Foto: Reprodução

Ainda conforme o depoimento de Rafael, ele disse que “nenhum concordava com a opinião do outro”. Durante o interrogatório, ele disse que após acertar o pescoço de Benedito com um machado, voltou para a casa, lavou as mãos e trocou de roupa para ir ao hospital solicitar atendimento médico.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, os dois homens trabalhavam juntos no corte de lenha em uma propriedade e, na noite de 7 de setembro, começaram a discutir sobre política.

“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula e, o autor defendendo o Bolsonaro”, diz o delegado Victor Oliveira.

Segundo a Polícia Civil, Benedito deu um soco no rosto de Rafael e, em seguida, pegou uma faca. O autor do crime, então, partiu para cima da vítima e tomou para si a arma branca.

Ainda conforme a versão apresentada pelo delegado, Benedito teria corrido e Rafael o perseguiu e começou a golpeá-lo pelas costas. A vítima teria ficado caída no chão e o autor, aproveitado para acertá-la com golpes na olho, pescoço e testa. Segundo o delegado, o autor disse que foram amo menos 15 golpes.

De acordo com o delegado, Rafael foi até um barracão pegar um machado, foi até Benedito, que ainda estava vivo, e o acertou no pescoço, na tentativa de decaptá-lo.

Rafael Silva de Oliveira matou colega de trabalho durante discussão política. — Foto: Cedida

O autor escondeu as armas do crime e foi andando até o hospital na cidade de Confresa, pois estava com um corte na mão e outro na testa. Ele alegou que tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.

O suspeito foi encaminhado para a delegacia para prestar depoimento e confessou o crime. O suspeito foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Os policiais encontraram a faca e o machado e outros elementos que apontavam para o suspeito no local do crime.

Decisão

Na decisão para a prisão preventiva do autor, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, disse que “a intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”, afirmou.

Ainda conforme o juiz, a nossa sociedade se baseia em uma Estado Democrático de Direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais, isso torna mais reprovável a conduta de Rafael.

FONTE: g1 MT

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