ADEUS AO MESTRE – Mundo do samba participa do velório do presidente de honra da Portela

Monarco, o mais antigo integrante da Velha Guarda da azul e branco de Madureira, morreu ontem (11) aos 88 anos.

O velório do presidente de honra da escola de samba da Portela, Hildemar Diniz, o Monarco, começou no fim da manhã neste domingo (12), na quadra da agremiação, no bairro de Oswaldo Cruz, zona norte da cidade. O enterro aconteceu as 17h, no Cemitério de Inhaúma. Monarco morreu ontem (11), aos 88 anos.

Em novembro, ele foi internado no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, para fazer uma cirurgia no intestino.

História do samba

Hildemar Diniz, o Monarco, nasceu em Cavalcante, Zona Norte do Rio. Ainda menino, se mudou para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela.

Monarco é o mais antigo integrante da Velha Guarda da azul e branco de Madureira. Hildemar Diniz nasceu em Cavalcante, Zona Norte do Rio. Ainda menino, se mudou para Oswaldo Cruz, bairro de origem da Portela. Já naquela época, teve contato com os sambistas da escola e começou a compor sambas.

Não demorou muito para que o jovem, com suas letras e melodias chegasse à Majestade do Samba. Em 1950, com apenas 17 anos, chegou à Ala de Compositores da escola. O que ele não sabia é que esse seria o início de sua carreira como um dos maiores do mundo do samba.

Vinte anos após sua chegada na Azul e Branco de Oswaldo Cruz e Madureira, o compositor emplacou seu primeiro disco no ano de 1976. O álbum, que contou com a participação de Paulo da Portela, tem canções emblemáticas como “Glórias do Samba”, “O Quitandeiro” e “Lenço”.

Em 1980, ele lançou seu segundo disco “Terreiro”, que virou samba exaltação na Majestade do Samba. A canção “Passado de Glória” levou os portelenses ao delírio, se tornando um samba aclamado por toda a comunidade.

Outra música marcante deste mesmo álbum, é a “Homenagem à Velha Guarda”, em que fala sobre alguns grandes ícones da Portela, e como o samba nasceu na escola.

Com seis álbuns no mercado fonográfico e inúmeras participações com grandes nomes da música brasileira como Marisa Monte, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho entre outros, o baluarte da Portela deixa seu legado de mais de 70 anos na história do samba. Em 2019, seu albúm ” De Todos os Tempos ” foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode.

Portela lamenta morte de Monarco

A Portela divulgou uma nota sobre a morte do sambista. Na sexta-feira (10), o sambista foi homenageado na inauguração da Sala de Troféus da escola, que leva seu nome.

“É com tristeza profunda que a Portela informa a morte de nosso Presidente de Honra, Monarco, aos 88 anos. O Mestre estava internado desde o mês de novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde se internou para fazer uma cirurgia no intestino. Infelizmente, não resistiu a complicações. Ele deixa esposa, filho, netos e uma legião de fãs e admiradores.”

“O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão, a Velha Guarda Show da Portela, a Galeria da Velha Guarda e toda a diretoria da Majestade do Samba lamentam o falecimento e se solidarizam com os familiares, amigos e fãs”, diz a nota da escola.

Segundo informou a direção da Portela, os versos cantados por Dona Ivone Lara na despedida de Silas de Oliveira na canção “Adeus de um poeta” exprimem a dor deste momento: “bem cabem ao sentimento que o mundo do samba sente agora. Por nós tu não terias ido agora/ É doloroso/ Todo o samba chora (…)/ É triste mas foi mais um bamba/ Que o mundo do samba Perdeu!”.

Homenagem

Sua última apresentação em público foi na quadra da escola, onde participou da edição de outubro da Feijoada da Família Portelense.

O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, bem como o vice-presidente, Fábio Pavão, a Velha Guarda Show da Portela, a Galeria da Velha Guarda e toda a diretoria da escola lamentaram o falecimento, além do governador fluminense, Claudio Castro, e do prefeito Eduardo Paes.

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