Editorial: Urge a Carta do nordeste goiano

Vinte e um municípios compõem a região nordeste do estado de Goiás – São João D’Aliança, Alto Paraíso, Colinas do Sul, Teresina, Cavalcante, Monte Alegre, Campos Belos, Divinópolis, São Domingos, Iaciara, Nova Roma, Guarani, Posse, Sitio D’Abadia, Damianópolis, Mambai, Buritinópolis, Simolândia, Alvorada, Vila Boa e Flores de Goiás – Vinte e uma comunidades que vivem há décadas a espera do cumprimento de compromissos assumidos por suas lideranças politicas em seguidas eleições. Entra governo e sai governo, inaugura uma enganação aqui, autoriza algumas enganações ali (que nunca saem do papel), e o nordeste goiano continua na rabeira do desenvolvimento no estado.
A omissão dos governos provoca atraso na chegada de investidores, de geradores de empregos e rendas. Esses vetores do progresso ficam receosos de investir onde não tem rodovias de qualidade, onde saúde, educação, segurança são colocados em segundo plano pelos governos.
Delegacias sem equipamentos e sem material humano, hospitais sem médicos, ausência de grupamentos do Corpo de Bombeiros e IML em quase todos os municípios, Policia Militar sem armamento adequado para enfrentar os marginais (assalto a bancos virou moda na região), fronteiras desprotegidas (o nordeste goiano faz divisa com os estados da Bahia, Tocantins e com o Distrito Federal), estimulam o roubo de carros e gados, entre outras mazelas.
O Ministério Público de Goiás, cumprindo o seu dever de representar o cidadão, vem tomando atitudes severas, necessárias, mas que assustam o cidadão comum do nordeste goiano, acostumados a uma vida singela, que em sua simplicidade jamais se viu como um fora da lei. Ações do MP como as limitações para a realização da tradicional Festa do Divino Pai Eterno em Posse, a interdição de várias pontes e, consequentemente, de ruas e avenidas em Campos Belos, a prisão do prefeito (eleito democraticamente) em Iaciara, e o atentado ao Promotor Douglas Chegury em São Domingos, deixam perplexos e desnorteados os cidadãos que esperam por tantos anos o crescimento sustentável da região.
Se as ações são necessárias, que o povo, o principal interessado, seja informado com clareza, para que não se sinta oprimido. Nenhum órgãos ou instituição deve esquecer que, frase primária na constituição, o poder emana do Povo.
Propomos que, em caráter de urgência, representantes de todos os poderes constituídos, da sociedade organizada, lideranças comunitárias, classistas e religiosas de todos os municípios nordestinos goianos, sejam convocados para audiências públicas, e que estas sejam realizadas nos dois principais municípios da região, Campos Belos e Posse, e que nas oportunidades seja escrita a Carta do Nordeste goiano, com metas e compromissos, ajustamentos de condutas e orientações, que fique escrito e assinado tudo o que for debatido e decido. Assim então, o povo terá sido ouvido, poderá participar efetivamente e não ser guiado como uma manada de Bois.
Aproveitamos para reverenciar uma legitima liderança nordestina goiana (por adoção), que em momento de tantas denuncias de corrupção, usa de sua juventude e probidade, para jorrar jatos de luz na esperança de dias melhores para o nordeste de Goiás. Vice-governador José Eliton de Figuêredo Júnior, sua discrição nas importantes missões que já foram cumpridas nesse governo, com êxito, e sua forte ligação com a região estigmatizada como “Corredor da Miséria”, dá ao nosso povo a certeza de que serás, doravante, o interlocutor principal nas negociações de melhorias e desenvolvimento, agora, para o nordeste goiano, em breve, para todo o estado de Goiás.

Roberto Naborfazan
Editor Geral

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