ALTO PARAÍSO DE GOIÁS – Policiais Militares evitam linchamento de menor acusado de perseguição e assédio sexual.
Jovem com 14 anos de idade tem histórico de problemas relacionados a questões sexuais. Ele já é acompanhado pelo Conselho Tutelar e Ministério Público Estadual.
Roberto Naborfazan
O jovem J.M de 14 anos foi levado à delegacia de Policia Civil de Alto Paraíso de Goiás na noite de quinta-feira, 09, acusado assediar e perseguir mulheres, crime tipificado no Art. 147-A do Código Penal Brasileiro como Perseguição, conhecido como “stalking”, (acrescentado pela lei Nº 14.132/2021), e também por assédio sexual.
No inicio da noite da quinta-feira, as vitimas, através da senhora V. solicitaram a presença de integrantes do Conselho Tutelar, informando que um rapaz estava assediando mulheres que frequentam a Praça do Skate, no centro da cidade.
Assim que chegaram ao local, os Conselheiros Tutelares viram se tratar de J.M, que já é acompanhado pela instituição devido ao seu comportamento compulsivo em relação a questões sexuais.
Como os ânimos estavam exaltados, solicitaram o apoio da Polícia Militar, através do Copom 190 (Soldado Gomes Rocha). A ocorrência foi atendida de pronto pela guarnição militar composta pelo Soldado Guilherme e pelo Soldado Ponte, que abriram diálogo com amigos das vítimas e outros populares que pretendiam fazer justiça com as próprias mãos, visto que J.M já vem sendo acusado há dias de assediar crianças e mulheres pela cidade, tendo inclusive uma foto sua divulgada em redes sociais com alertas de mães, preocupadas com a circulação delas e de seus filhos pelas ruas, principalmente na Praça do Skate, ponto de lazer da comunidade.
Para sua proteção, J.M foi imediatamente retirado do local e levado para a Delegacia de Polícia Civil, acompanhado pelos Conselheiros Tutelares e também pelas vítimas, que fizeram questão de registrar a ocorrência.
Após J.M ser ouvido por telefone pelo delegado plantonista, Doutor Amaury Araújo Sales, foi determinado o registro de Boletim de Ocorrências Consumado (B.O.C.) e que J.M fosse entregue ao seu pai, o senhor M. A. de S.
Histórico
O Jornal O VETOR conversou com dona Q. madrasta do J.M, que acompanhava seu esposo até a delegacia, para tomar ciência dos fatos.
Segundo ela, o jovem tem gerado muita dor de cabeça e preocupação aos familiares, inclusive não sendo permitida sua entrada em casa quando ela está só.
A madrasta se mostrou cansada, dizendo que a família tem feito de tudo, mas que o jovem cada vez mais se envolve em problemas.
Questionada sobre o fato de o J.M ter sido liberado para ir para casa acompanhado do pai, ela disse que ele passaria no hospital, provavelmente sob efeito de medicamentos tranquilizantes, e que aguardará o posicionamento do Ministério Público nesta sexta-feira, 10, mas o que ela mais deseja é que se consiga uma nova internação para ele.
Já a Conselheira Tutelar Daniele, que se dispôs a falar com a reportagem de O VETOR, afirmou que J.M já vem sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar a aproximadamente Cinco anos. Segundo ela, J.M tem a sexualidade “aflorada” e o seu caso é também acompanhado de perto pelo Ministério Público Estadual, que já determinou o seu acompanhamento por profissionais especializados, tendo sido feitos estudos sociais e psicológicos, mas que o resultado desses estudos não foi repassado ao Conselho Tutelar pelo fato de o caso correr em segredo de justiça.
A Conselheira afirmou ainda que o jovem vem sendo acompanhado pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, tendo sido internado por duas vezes em instituições especializadas, mas que, ao sair, J.M, além de deixar de tomar os medicamentos, foge das consultas e tem feito o uso de álcool e substâncias entorpecentes, como maconha e cocaína.
Nos últimos quinze dias, relata Daniele, J.M foi retirado das ruas diversas vezes pelo Conselho Tutelar e levado para casa, mas o pai já não tem mais total autoridade e pulso firme sobre o adolescente, e em questão de minutos ele já está de novo nas ruas, se envolvendo com más companhias, que facilitam para ele o acesso a bebidas alcoólicas e drogas. O acesso a bebidas alcoólicas em determinados estabelecimentos comerciais da cidade também é outro fator criticado pela Conselheira.
Nas ruas, J.M comete vários delitos graves como o aliciamento sexual de crianças, tentativas de estupros, perseguição com intenção de ataques sexuais, entre outros.
A mãe de J.M, que mora no estado do Tocantins, o levou para morar com ela e por lá ele teve uma internação, mas ao sair cometeu tentativa de estupro de vulnerável, tendo que sair fugido de lá para não ser morto pelos parentes da vítima.
O que se vê no caso de J.M é que, apesar de já estarem sendo realizados vários procedimentos e ações pelas instituições municipais, com supervisão do Ministério Público Estadual, ele precisa de um acompanhamento mais severo (internação compulsória) e de duração mais longa em uma instituição médica especializada, para frequentes monitoramentos com avaliações rigorosas das dosagens hormonais, tomografia computadorizada de crânio ou ressonância magnética e testes psicológicos ou projetivos de personalidade.
A sociedade está correndo perigo com esse jovem solto nas ruas, pois ele pode a qualquer momento estuprar crianças ou mulheres jovens, que parecem ser seus alvos prediletos.
O próprio J.M, solto nas ruas, corre risco de ser espancado e até morto por algum familiar mais exaltado.
Por tudo que se mostrou até o momento, esse jovem, com 14 anos de idade, precisa, com urgência, ser retirado das ruas pelas autoridades, pelo bem social, e por sua própria integridade física.