COVID-19 NA CHAPADA DOS VEADEIROS – Novo Decreto municipal determina, entre outras medidas, toque de recolher em Alto Paraíso de Goiás.
Festas em residências, reuniões com som automotivo na periferia da cidade e aglomerações em bares e atrativos turísticos provocaram aumento expressivo nos casos de contaminação pelo vírus da Covid-19. Cidadão que for encontrado nas ruas entre as 23 e as 6 horas da manhã, sem justificativa clara, será encaminhado para a delegacia de Polícia.
Roberto Naborfazan
Alto Paraíso de Goiás, município polo da Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás, está sofrendo as consequências do desrespeito, tanto por parte de moradores, quanto de turistas, das normas estipuladas no Decreto que permitiu a flexibilização das atividades econômicas.
Com uma estrutura hospitalar mínima, como a da maioria dos pequenos municípios brasileiros, com o agravante de receber turistas de várias partes do Brasil e do mundo, que, não raro, chega a dobrar e até triplicar o número de moradores registrados, que é de pouco mais de Sete mil habitantes, segundo o último Censo, a cidade superou, só nos primeiros cento e quarenta dias de 2021, todos os casos confirmados em 2020.
Apenas nos quatorze primeiros dias deste mês maio foram registrados cento e oito casos confirmados da doença no município. (veja quadro abaixo).
Diante do quadro, o prefeito Marcus Adilson Rinco (DEM) decidiu adotar medidas mais rígidas, para, segundo ele, conter o avanço da doença entre os moradores da cidade.
“Nós estávamos satisfeitos pelo fato de estarmos bem abaixo da média de casos registrados de Covid-19 em relação a outros municípios de Goiás e do Brasil, mas, como gestores, temos que estarmos atentos a esse crescimento das notificações que confirmam o aumento de contaminados. Ao mesmo tempo, temos que pensar também na economia, para que não aconteça uma coisa pior que é a queda da renda, o desemprego e a fome, que são consequências da redução das atividades econômicas.” Frisou o prefeito em entrevista ao Jornal O VETOR/Rádio Paraíso FM, no Programa Cidade no Ar desta terça-feira, 18.
Segundo Marcus Rinco, que parabenizou a atuação da maioria dos empresários locais pela manutenção das normas sanitárias em seus estabelecimentos, “infelizmente a população, como um todo, parece ter se esquecido que estamos vivendo um momento de pandemia. Dificilmente encontramos moradores de Alto Paraíso usando máscaras, constantemente vemos aglomerações nas casas de nossos moradores, com festinhas, churrascos e bebedeiras. Além de recebermos reclamação, as vezes passo pelas ruas, e não tem esse negócio de horário, tanto faz ser dia ou noite, meio ou final de semana, e presencio essas festas. Alguns nem se preocupam de o prefeito estar vendo aquilo, cumprimentam e as vezes querem abraçar a gente, tenho que dar uma ‘carreirinha” para fugir do abraço. Fizemos reunião com nosso pessoal da vigilância sanitária, fiscalização, corpo técnico e com a Polícia Militar, e detectamos esses pontos que estão tornando vulneráveis nossos trabalhos, que estão provocando esse aumento nos índices de contaminação.” Disse Marcus Rinco.
O prefeito disse ainda que resolveu editar novo Decreto tentando preservar as atividades econômicas, mas, ao mesmo tempo, tentando conter as ações “irresponsáveis” de quem está promovendo e também de quem está participando dessas festas, dessas aglomerações.
“Vamos endurecer em relação ao horário. Está determinado o fechamento ás 23 horas, mas muitos ficam esperando sair o último cliente, etc. As pessoas muitas vezes saem no comércio com bebidas e ficam por ali bebendo do lado de fora. Passam nas distribuidoras compram bebidas e ficam nas ruas, nas praças. Isso não será mais permitido. Os comerciantes deverão fechar suas portas impreterivelmente ás 23 horas, e qualquer pessoa encontrada nas ruas fora desse horário, sem uma justificativa plausível, será encaminhada pela Polícia Militar até delegacia de Polícia Civil e identificada criminalmente por desrespeito as normas sanitárias. Ou seja, estamos instituindo o toque de recolher em nossa cidade das 23 as 6 horas da manhã. E isso serve para moradores e turistas.” Enfatizou o prefeito.
Na entrevista, Marcus Rinco pediu ainda que empresários do ramo hoteleiro e donos de atrativos turísticos respeitem o percentual de 65% de ocupação determinado no Decreto. “É um percentual alto em relação a outras cidades, mas mesmo assim existem empresários desrespeitando. Nesse novo decreto a fiscalização está autorizada a conferir nas pousadas se o percentual está sendo cumprido. Faremos cumprir os valores de multas e penalidades. As festas clandestinas, tanto na zona urbana, quanto na zona rural, se identificadas, haverá penalidades e condução para a delegacia tanto do dono do local, quanto as pessoas presentes. Semana passada interditamos quatro estabelecimentos comerciais por descumprimento das normas sanitárias, dois continuam interditados. Isso mostra que não vamos titubear em sermos rigorosos.” Alertou Marcus Rinco.
A população local pode contribuir com as autoridades fazendo denúncias, mesmo que de forma anônima, na Polícia Militar, pelo número 62 3446-1190, no 190 do COPOM, e ainda no 62 98558-3291 do plantão da Vigilância Sanitária.
Testes contra Covid-19
Através de mensagens em uma rede social, o Jornal O VETOR recebeu reclamações de moradores de Alto Paraíso de Goiás alegando que, mesmo estando com vários sintomas da Covid-19, como tosse, dor de garganta, cansaço e falta de ar, quando procuram o hospital municipal Gumercindo Barbosa são mandados de volta para casa sem nenhum medicamento receitado e sem fazer o teste para saber se está ou não contaminado, apenas com a recomendação de que fique de repouso em casa.
Há denúncias de que pessoas tiveram que ser removidas para hospitais em maiores centros urbanos por não terem recebido o diagnóstico em tempo hábil.
Questionado sobre isso o prefeito Marcus Rinco afirmou que há testes suficientes no hospital municipal, mas que a diretora do Hospital e o secretário de saúde estão seguindo os protocolos, que, segundo o prefeito, existe um prazo entre o inicio do sintomas e o prazo para realização dos testes para evitar resultados falsos positivos ou falsos negativos.
“As pessoas vão ao hospital com medo de estarem contaminadas, quando recebem a informação de que precisam esperar um tempo, que não pode ser feito o teste naquele dia, voltam pra casa com raiva, xingando, mas temos um corpo técnico que passa as informações de quando e como os testes devem serem feitos para que não tenham que serem repetidos.” Finalizou o prefeito de Alto Paraíso de Goiás, Marcus Rinco.
Acho bom fechar as pousada que atrai muito turismo