EM SUPERMERCADO DO DF – Mulher que se recusou a usar máscara é servidora do Ministério Público

Administração do MPDFT informou que conduta pode resultar em ‘eventual penalidade disciplinar’. Cliente foi autuada por infringir medida sanitária.

Por Gabriel Luiz e Marília Marques**

A mulher levada para delegacia após se recusar a usar máscara de proteção em um supermercado no Sudoeste, nesta segunda-feira (11), é servidora do Ministério Público da União e, desde 2008, atua no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT).

A informação foi confirmada à TV Globo em um comunicado enviado pela administração do órgão no DF. Em nota, o MPDFT informou que Paula Moreira Félix Costa, de 46 anos, pode sofrer algum tipo de “penalidade disciplinar”.

“A conduta da servidora pode ser objeto de avaliação interna e eventual penalidade disciplinar, caso seja constatado uso do cargo para justificar atitude indevida.”

Paula Moreira Félix Costa, de 46 anos, é servidora do Ministério Público da União. Ela atua no Ministério Público do Distrito Federal.

Em primeiro dia sob pena de multa de R$ 2 mil, DF tem grande adesão ao uso de máscaras e pouca fiscalização

A funcionária pública, perita em biologia, também foi autuada na 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) por “infração de medida sanitária preventiva”. O G1 não conseguiu contato com Paula nesta terça (12). Como estava sem o item de proteção, a cliente foi impedida de entrar no estabelecimento (entenda abaixo).

No comunicado, o MPDFT disse ainda que o comportamento da servidora fora do ambiente de trabalho “não expressa a opinião institucional” e reforçou a importância do uso de máscaras durante a pandemia do novo coronavírus.

Desde o dia 30 de abril, o uso de máscaras é obrigatório no DF. A penalidade, no entanto, começou a ser aplicada nesta segunda (11). Além de pagar uma multa de R$ 2 mil, quem não usar o acessório pode responder por crime de infração de medida sanitária, com pena de até um ano de reclusão. Assista Matéria exibida no Jornal SBT Brasília.

Versão da servidora

Ainda na delegacia, a servidora afirmou que foi comprar mantimentos para os filhos quando acabou surpreendida por um funcionário que disse a ela que não poderia entrar sem a máscara.

A mulher afirmou que não concorda com a determinação do governo, de obrigar o uso de máscara em Brasília.

“Eu tentei argumentar com o gerente que o governador não pode determinar medidas de segurança sanitária. Quem pode determinar essas medidas é a Vigilância Sanitária. O decreto do governador é exorbitante”, disse ela.

Na delegacia, a cliente contou que pediu ao gerente do supermercado que redigisse um documento afirmando que ela não poderia entrar sem máscara, mas ele não teria atendido ao pedido e chamou os policiais militares.

O supermercado afirma que foram “pessoas que estavam no local” que chamaram a PM. Em nota, a rede disse que ” cumpre integralmente a determinação dos decretos do governo do Distrito Federal em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras.”

A empresa afirma que ofereceu, gratuitamente, uma máscara para a cliente “o que foi recusado” por ela. A mulher teria ainda recusado que um funcionário do supermercado fizesse as compras, enquanto ela aguardaria do lado de fora da loja.

** TV Globo e G1 DF

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