CORONAVÍRUS EM FORMOSA – Governador tranquiliza goianos “Goiás está preparado. Não podemos criar um clima de pânico na sociedade”.
O governador Ronaldo Caiado, que é médico, assegurou que a situação está sob controle: “Nenhum Estado cumpriu os protocolos e as exigências como nós”. O Secretário de Saúde, Ismael Alexandrino explicou que Goiás ainda se encontra no que é considerado nível 0, com nenhum caso confirmado.
Após o registro de um caso em Formosa, no Entorno do DF, em que um lutador de kickboxing, de 35 anos, que participou de um evento na Croácia, apresentou sintomas do novo coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde do município solicitou o traslado do paciente para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Goiânia, onde ele passará por mais exames.
Com o intuito de tranquilizar a população goiana, o governador Ronaldo Caiado fez uma visita ao Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), na manhã desta quinta-feira (27/2), onde em coletiva à imprensa esclareceu diversas dúvidas a respeito dos casos suspeitos do novo coronavírus em Goiás. O assunto já causa apreensão entre a população, principalmente após a confirmação do primeiro caso no Brasil. No entanto, o governador assegurou que a situação está sob controle e não há qualquer motivo para preocupação. “Goiás está preparado. Nenhum Estado cumpriu os protocolos e as exigências como nós. A todo o momento, temos novas informações sobre a proliferação e não podemos impedir sua chegada, mas estamos tomando todas as providencias necessárias. O que nós não podemos é criar um clima de pânico na sociedade”, pontuou Caiado.
Ao todo, quatro pacientes deram entrada no HDT sob suspeita de infecção. Uma paciente não apresentou evolução do quadro e foi liberada. Outros três seguem internados na unidade, em observação. Tratam-se de uma senhora, de um rapaz de 22 anos que regressou de viagem à Itália há 11 dias e foi encaminhado pela Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Jardim Itaipu e o novo caso registrado em Formosa. Todos tiveram material coletado para realização do exame no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO). O resultado deve sair em até 72 horas. Segundo o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, Goiás ainda se encontra no que é considerado nível 0. “São cinco níveis, indo até 4. Zero é quando não há nenhum caso confirmado”, explicou.
Ainda sobre o Lacen, Caiado reiterou que o laboratório é uma referência em todo o Centro-Oeste, tendo sido determinante no diagnóstico de todos os 34 brasileiros que vieram da China, como os 24 assistentes que ficaram acompanhando os repatriados, somando 58 pessoas que ficaram em isolamento na Base Aérea de Anápolis por 14 dias. “Tem toda uma aparelhagem moderna e corpo clínico altamente preparado, o que impressionou o ministro da Saúde, pela competência e pela agilidade em poder dar os resultados. Já temos capacidade de fazer o PCR, exame específico para o novo coronavírus, e, com isso, Goiás se coloca numa posição bem diferenciada, na região do Centro-Oeste”, destacou. O Estado também foi, lembrou Ismael Alexandrino, o primeiro a apresentar um plano de contingência para o Ministério da Saúde e o primeiro a instalar o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o Covid-19.
O governador Ronaldo Caiado frisou que na hipótese de algum caso ser confirmado, o governo não vai agir de forma diferente do que tem agido em relação a qualquer outra crise. “Se nós tivermos o diagnóstico, seremos os primeiros a comunicar imediatamente. Governamos com total transparência. A partir do resultado final, se existir um quadro com sinalização mais grave, o hospital já está dotado de uma sala de isolamento, com toda a segurança. Caso haja um aumento do número de confirmados, já temos outros hospitais do Estado preparados para recebê-los. Tudo dentro de uma progressão muito bem elaborada pela Secretaria de Estado da Saúde, para que possamos dar uma atenção a todos os goianos que amanhã possam vir a ser acometidos”, garantiu o governador.
Na avaliação de Caiado, que é médico, a busca por máscaras é desnecessária e que neste momento não há razões para que as pessoas saiam de sua rotina normal. “Tudo isso está em análise neste momento. Nossa área da pesquisa está avançando. Temos que aguardar e saber como é que o vírus vai se comportar no clima tropical, qual será a incidência e de que maneira teremos essa disseminação. Tudo isso, são a Ciência e a Pesquisa que vão nos responder.” Especificamente sobre o retorno às aulas após o feriado de carnaval, também afirmou que não há ainda quaisquer recomendações para medidas que não sejam aquelas já fornecidas tanto pelo Ministério da Saúde quanto da Organização Mundial da Saúde. “Ou seja, lavar as mãos com frequência, manter a sua dieta e suas atividades normais. Não há motivos para tratamento diferenciado na sala de aula, ou em qualquer outro ambiente.” O governador ainda descartou a instalação de barreiras sanitárias tanto no aeroporto, como na rodoviária de Goiânia.
A assessora da Diretoria Técnica do HDT, Jacqueline Rangel, salientou que HDT é o único hospital no Estado que dispõe leito de isolamento de nível 4 e com a expertise necessária para tratamento de pacientes. “Este leito está disponibilizado para a Secretaria [de Saúde] e para o Estado, para todas as suspeitas de infecção pelo novo coronavírus. É um leito totalmente isolado e seguro, oferecendo condição do profissional se paramentar antes de ter contato com o paciente e desparamentar após o contato, depois sair desse isolamento”, explicou. Ao todo, o HDT possui mais de 110 leitos e novas vagas para isolamento podem ser disponibilizadas, conforme a necessidade.
Gabinete de crise
Na ocasião, o governador Ronaldo Caiado comunicou também a instalação de gabinete de crise, que será presidido pelo secretário da Saúde, Ismael Alexandrino. “Precisamos neste momento de um hospital funcionando da melhor forma possível. Entendeu-se que o clima necessitava de uma intervenção do Estado, para que questões administrativas sejam resolvidas, dirimidas, não haja nenhum impasse e o corpo clínico continue trabalhando e entregando o melhor serviço que puder à população”, afirmou o auxiliar. Dentre as deliberações em reunião realizada no HDT sobre o assunto, determinou-se a promulgação de uma portaria que estabeleça, de forma clara, a proporcionalidade da carga horária da preceptoria dedicadas ao ensino, independente do tipo de vínculo do profissional – estatutário ou celetista.
Segundo Ismael, a minuta já está pronta e a divulgação oficial deve ocorrer de hoje para amanhã (28/2), no Diário Oficial. O texto estipula 20% da carga horária do preceptor comum, dedicado ao ensino; para supervisor, em torno de 40%; e o coordenador geral em torno de 50% da sua carga horária. “A gente não entra no mérito, na portaria, se serão cumpridas em casa, no consultório ou aqui dentro do hospital, porque entendemos que existem atividades de ensino que são preparatórias e não a tutoria de corpo presente”detalhou.
Goiás está tão preparado que o hospital de planaltos Goiás nem chefe no hospital tem…