LUTO NO RODEIO – Morre o “Capitão” Asa Branca, referência nas arenas de Rodeio.

Já adoentado, mas cumprindo sua agenda de shows, Asa Branca esteve em Alto Paraíso de Goiás, em 2017, como uma das principais atrações da 1ª edição da ExpoAgro Cerrado.

REDAÇÃO**

Na década de 90, Asa Branca se tornou nacionalmente conhecido por narrar os principais rodeios do país

O corpo do locutor Asa Branca, que morreu nesta terça-feira (4), aos 57 anos de idade, após uma longa luta contra um câncer na mandíbula, será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo sua mulher, Sandra dos Santos, a cerimônia será aberta ao público e o artista será sepultado no jazigo da família, em Turiúba, interior de SP, onde o artista nasceu.

No palco, com Rancharia e Nelson Freitas, Asa Branca levou grande público ao evento, em Alto Paraíso de Goiás. Foto: Arquivo O VETOR

“Estamos decidindo a urna, providenciando a certidão de óbito para que ele possa ser levado para a Alesp ainda hoje. Amanhã o velório será aberto, e quando terminar, levaremos o corpo para Turiuba”, disse ela ao portal Quem News.

Asa Branca estava internado desde o sábado (25), no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, em São Paulo, onde tinha fortes dores na região dos tumores e baixa saturação de oxigênio. Desde domingo (2), o locutor de rodeios, famoso nos anos 90, não se alimentava nem mesmo por sonda e não reconhecia mais a família.

Além do câncer, Asa Branca tinha HIV. A morte dele foi confirmada por sua família em  comunicado enviado à imprensa. “É com muito pesar que informo a todos o falecimento do nosso querido Waldemar Ruy Asa Branca dos Santos. Em breve, mais informações”, dizia a nota publicada também nas redes sociais. O comunicado incluiu também uma frase do locutor: “Nunca abandone um amigo, independente de sua situação”.

Alto Paraíso de Goiás

A comunidade de Alto Paraíso de Goiás também está sensibilizada com a morte desse mestre da locução. Asa Branca foi uma das principais atrações da 1ª ExpoAgro Cerrado,  realizada em setembro de 2017, que contou ainda com a presença do ator e comediante Nelson Freitas, da Rede Globo.

Ele estava acompanhado de sua esposa, Sandra Santos, que o monitorava o tempo todo na dedicação dos bastidores, e do grande Rancharia, pouco divulgado, mas um dos bons companheiros de Asa Branca. Discreto, e grande talento, Rancharia fazia questão de passar despercebido, deixando brilhar a luz do melhor  locutor de Rodeios Brasileiro.

Asa Branca foi o destemido, que clandestinamente norte-americano, trouxe inovação para as arenas brasileiras, sendo, ainda hoje, referência.

A festa aconteceu na Praça do Bambu e a presença do locutor levou um grande público para a plateia do show.

Na ocasião, Asa Branca foi muito assediado pelo público, tanto para uma conversa, quanto para fotos.  (R. N.) Veja alguns dos registros.

Em Alto Paraíso de Goiás, Asa Branca foi recepcionado pelo prefeito Martinho Mendes e sua esposa, Maiuza Leite.
Asa Branca e a esposa, Sandra Santos, com Marlon Bandeira, Sheyla Francisco, Martinho Mendes, Maiuza Leite e o parceiro Rancharia.
Rapha Alves, Valéria Almeida e o jornalista Roberto Naborfazan também receberam atenção de Asa Branca.
Carismático, Asa Branca fez uma excelente apresentação de seu show em Alto Paraíso de Goiás.
Prestígio de Asa Branca fez público lotar o local do evento.

Trajetória

Waldermar Ruy dos Santos teve sua trajetória contata em um documentário. Ele ganhou o apelido Asa Branca porque tinha a mania de agarrar passarinhos. Nascido em Turiúba, São Paulo, Asa perdeu os pais aos 15 anos, após o seu pai se suicidar e sua mãe morrer devido à doença de Chagas. Ele sonhava em ser peão de rodeio e aos 15 teve a oportunidade de montar um touro em uma competição. Sofreu um acidente e teve o pulmão perfurado pelo chifre de boi, o que interrompeu a carreira de peão.

Começou a se dedicar a locução profissional. Embarcou para os Estados Unidos, onde viveu ilegalmente, mas aprendeu mais sobre a profissão. De lá, trouxe um microfone sem fio e passou a usá-lo nas locuções de rodeio.

Na década de 90, Asa Branca se tornou nacionalmente conhecido por narrar os principais rodeios do país. Ele, que se destacava por fazer a locução de dentro da arena, a dois metros do boi, começou a usufruir da fama. Morava em um flat em um bairro nobre de São Paulo, tinha 2 mil cabeças de gado nelore em fazendas arrendadas no Pará e em Mato Grosso, um helicóptero e um avião bimotor. Era sempre convidado para participar de programas e fez até pontas em novelas, como Mulheres de Areia e O Rei do Gado.

No auge da carreira, Asa Branca faturava mais de 300 mil reais por mês

No auge da carreira faturava mais de 300 mil reais por mês. Investia o seu dinheiro em carros de luxo, cavalos, helicóptero, drogas e muitas festas. Ele também se relacionava com muitas mulheres. Disse em entrevista para a Veja que chegava a dormir com seis mulheres por noite e cheirar 3 gramas de cocaína em uma noitada. Em sua biografia, ele diz ter se relacionado com famosas como a apresentadora Marília Gabriela e as atrizes Alexia Dechamps e Isadora Ribeiro.

A vida desregrada o fez perder toda sua riqueza. Ele ainda contraiu o contrair o vírus HIV, em 2007. Em 2013, ficou hospitalizado por 83 dias devido a uma neurocriptococose, popularmente chamada doença do pombo, que atinge o sistema nervoso. Chegou a pesar 50 quilos e quase morreu. O primeiro diagnóstico do câncer veio em 2017, quando descobriu que estava em estágio avançado de um tumor maligno de orofaringe, localizado na parte de trás da boca, e que incluía a língua, a amígdala e as partes lateral e posterior da garganta. “Gastei tudo na noite com bebida, drogas, jatos, helicóptero e festas”, disse para Quem.

Pai de cinco filhos, cada um com uma mulher diferente, Asa começou a entrar nos eixos em 2008 após começar a namorar sua última mulher, Sandra dos Santos, também soropositiva. Ela ficou ao seu lado até o fim da vida, cuidando de sua saúde, trocando curativos e o ajudando com a alimentação via sonda.

**Com reportagem do portal Quem News

 

 

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