REPRESENTAÇÃO FEMININA – Alego sedia 1º Encontro de Vereadoras e Mulheres na Política de Goiás.

No evento, a primeira-dama e secretária de Assistência Social de Alto Paraíso de Goiás, Maiuza Leite, e a coordenadora-geral, Ângela Mattos, falaram sobre o Programa Meninas de Luz, implantado no município desde agosto de 2017.

A defensora pública Gabriela Marques Rosa Hamdan palestrou sobre o ‘‘Papel da Defensoria Pública no atendimento às mulheres vítimas de violência de gênero’’.

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em parceria com a União dos Vereadores do Estado de Goiás (Uvego), Federação Goiana dos Municípios (FGM) e da Associação Goiana dos Municípios (AGM), sediou o 1º Encontro de Vereadoras e Mulheres na Política de Goiás, que tratou da importância da representação feminina na política. O evento teve lugar no auditório Costa Lima, do Palácio Alfredo Nasser, sede do Legislativo goiano na manhã de sexta-feira, 11.

A vereadora Dra. Cristina (PSDB), em sua palestra, falou da importância da participação da mulher na política e os desafios da vida partidária e ressaltou a representatividade da mulher, ao fazer um paralelo em relação ao número de eleitoras comparado com Censo do IBGE, de 2010, no qual o eleitorado feminino chega a 54%.

Dra. Cristina apontou a existência de progresso e alertou para a necessidade de providências, a fim de impedir um retrocesso. Pontuou ainda as dificuldades para que mulheres possam participar da vida pública, além da relação difícil com os partidos políticos. “São questões como essa que nos deixam à margem dos comandos partidários”, explicou.

“Outra dificuldade é a tripla jornada de trabalho, financiamento e o machismo, é claro!”, disse a veredora, que evidenciou também a mudança de comportamento, “com o homem na nova posição de compartilhar os cuidados com a casa e filhos”, exemplificou.

Ângela Matos e Maiuza Leite mostraram o trabalho feito em Alto Paraíso de Goiás através do Meninas de Luz.

Também foi um dos temas abordados pela vereadora, para demonstrar o percentual das chapas e recursos. “Temos uma justiça ao nosso lado para garantir o repasse dos 30% de recursos destinados ao custeio”, afirmou.

A parlamentar também chamou a atenção dos presentes para a importância de se prestar atenção ao que os outros falam, que, para ela, demonstra educação. Cristina foi além, ao orientar sobre a necessidade de um Parlamento equilibrado. Com vasta experiência na vida pública, além de enumerar as funções que desempenha no Legislativo municipal, Dra. Cristina abordou o papel da vereadora no Parlamento, dentre os quais, ela apontou a responsabilidade de zelar pelo bom desempenho do Executivo, e também fiscalizar a atuação do prefeito e os gastos da prefeitura.

A atualização de forma correta nas redes sociais, além da importância dos cursos de atualização, foi um dos temas que a vereadora abordou para orientar as participantes do encontro. “Pode ser um grande instrumento. Precisamos entender como funciona e usá-las da melhor forma. Use de maneira técnica e não emocional”, orientou.

A fisioterapeuta, vítima de queimaduras, como resultado da agressão por parte de um namorado, na juventude, relembrou a história de vida e ressaltou a importância da unidade de queimados do Hugol. “Unidade de queimados é uma conquista do mandato, e é uma das mais usadas do hospital”, disse.

A deputada Lêda Borges (PSDB) abordou palestrou sobre o seguinte tema: “Como equilibrar essa balança?’,’ para que as vereadoras que estavam no encontro pudessem falar dos seus desafios em seus municípios e sua histórias de superação na política.

Logo após o término das falas, Lêda falou sobre sua história política e disse que o processo eleitoral é totalmente diferente para os homens e para as mulheres. ‘‘Quem vai definir se querem a gente no poder é o povo, ele é soberano, é o nosso dever como cidadãs participar da política’’, afirmou.

O presidente da União dos Veredores de Goiás (Uvego),  Ricardo de Oliveira, ressaltou a importância do evento para valorizar as mulheres que já estão na política. “Ano que vem será uma eleição diferenciada, na qual as mulheres serão procuradas. Por isso é importante a preparação”, afirmou Ricardo.

Meninas de Luz

A primeira-dama e secretária de Assistência Social de Alto Paraíso de Goiás, Maiuza Leite, e a coordenadora-geral do Projeto “Meninas de Luz”, Ângela Mattos, apresentaram o trabalho realizado pelas jovens integrantes do projeto, que oferece oportunidade de maior preparação das participantes para uma nova fase de suas vidas, inclusive emocionalmente, e com cuidados com os bebês. O teatro é uma das ferramentas utilizadas pelo projeto, além de música, dança, meditação, acolhimento e orientação, inclusive sobre a alimentação das futuras mães e bebês.

O Meninas de Luz, implantado em Alto Paraíso de Goiás desde agosto de 2017, atende jovens e adolescentes de até 21 anos.

Segundo Ângela, o trabalho também tem provocado um novo despertar nas jovens, de forma que estas possam ter entendimento do seu próprio potencial de trabalhar pelo próprio sustento e de sua família. “É um trabalho para ajudar a criar crianças, com uma nova mentalidade”, ressaltou. Ela salienta, ainda, que o projeto tem como objetivo reduzir as desigualdades, e que é desenvolvido por meio de parcerias com o comércio local, além de instituições públicas e privadas.

O Meninas de Luz, desenvolvido pelo Centro Social Dona Gercina Borges, unidade da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), atende jovens e adolescentes de até 21 anos. Por meio do programa, uma equipe multidisciplinar trabalha, junto às gestantes, temas relacionados a educação sexual, saúde, cuidados com o bebê, planejamento familiar e direitos do cidadão, além de atendimento psicológico e odontológico. Antes do parto, elas também ganham um kit de enxoval para bebê.

Alto Paraíso de Goiás foi o primeiro município do interior do Estado a implantar o programa Meninas de Luz, que tem entre seus objetivos promover o envolvimento, socialização, melhoria da autoestima e capacitação de gestantes até 21 anos de idade. Por meio de uma ação efetiva de uma equipe multiprofissional, oferece à gestantes informações sobre educação sexual, planejamento familiar, cuidados com o bebê, direitos do cidadão. As jovens ainda participam de passeios e de ensaios fotográficos que contribuem para elevar a autoestima. Após o nascimento da criança, a mãe e o bebê continuam recebendo orientação e apoio, por um ano.

O presidente da Uvego, Ricardo de Oliveira, entusiasmado com o Meninas de Luz, cobrou a participação dos parlamentares, como forma de transformá-lo em um projeto que alcance todos os municípios de Goiás. “Este é o tipo de programa que precisa ser multiplicado”, frisou.

A vereadora de Palmeiras de Goiás, Tais Cardoso Lopes, fez o uso da palavra para afirmar que é a única vereadora no município e que se sente isolada. Ressaltou que esse quadro só irá mudar se todas mulheres se unirem para tomar seus lugares na política. ‘‘Esses eventos são engrandecedores, para voltarmos aos nossos municípios com ideias novas. Precisamos de uma democracia mais efetiva, e nossa força feminina, com certeza, irá contribuir para isso’’, disse.

Violência doméstica

Ângela Matos e Maiuza Leite com a deputada Lêda Borges.

A defensora pública Gabriela Marques Rosa Hamdan palestrou sobre o ‘‘Papel da Defensoria Pública no atendimento às mulheres vítimas de violência de gênero’’ e disse em sua fala inicial que as mulheres devem buscar cargos de gestão e se unir para buscar um maior espaço na política.

Gabriela Hamdan destacou a importância do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem), que foi criado pela Defensoria Pública, com o objetivo de realizar o atendimento qualificado das mulheres vítimas de violência em razão do gênero. ‘‘A Defensoria Pública defende aquele que não reúne condições para pagar um advogado. É o caso do consumidor, a mulher vítima de violência doméstica e familiar, a criança, o adolescente e o jovem, o idoso, a pessoa com deficiência física ou intelectual, a pessoa privada de liberdade, as pessoas em situação de rua, as pessoas que têm acesso aos direitos sociais negado, tais como saúde, moradia e educação, além das pessoas vítimas de tortura, abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou violência. A Defensoria combate, portanto, todas as formas de discriminação, seja ela econômica, cultural, religiosa, étnica, de gênero ou de identidade’.

O analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Alexandre Azevedo, palestrou sobre ‘‘Campanhas Eleitorais, os riscos de desconhecer a legislação e o temor da prestação de contas’’, e falou sobre o estímulo à participação feminina por meio da chamada cota de gênero que está previsto no artigo 10, parágrafo 3º, da Lei das Eleições. Segundo o dispositivo, cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo, nas eleições para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.

Fizeram parte da mesa de trabalho a vereadora em Goiânia, Dra. Cristina (PSDB); deputada estadual Lêda Borges (PSDB); presidente da Uvego, vereador Ricardo Oliveira; assessora jurídica do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Políticas Públicas do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Estefânia Polliana Nunes; vereadora Tais Cardoso Lopes, de Palmeiras; e a defensora pública de Goiás, Gabriela Marques Rosa Hamdan.

O evento também foi prestigiado pela deputada Delegada Adriana Accorsi (PT); pelo diretor da Escola do Legislativo, Teófilo Luiz dos Santos; pelos diretores de Planejamento Estratégico da Alego, André Ariza; e de Assuntos Institucionais da Casa, Simeyzon Silveira, e por vereadoras e primeiras-damas de vários municípios goianos.

 

 

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