CHAPADA DOS VEADEIROS – Estrada Parque que interliga duas regiões, GO -239 pede socorro.

Pavimentação da rodovia entre Alto Paraíso de Goiás/Trevo para o Muquém (GO-237) está em construção há quase duas décadas.  

Trecho entre o distrito de São Jorge e Colinas do Sul, inaugurado no final do ano passado, já tem crateras e o mato está invadindo as pistas.

Sem fiscalização, caminhões com várias toneladas de carga acima do peso permitido estão destruindo a veia rodoviária que liga o norte ao nordeste goiano.

Roberto Naborfazan

Sem manutenção e sem fiscalização, GO 239 está sendo destruída pelo excesso de peso dos caminhões, aliado a má qualidade do material utilizado na pavimentação.

A estrada Parque Divaldo William Rinco (GO -237) é a artéria rodoviária que liga o norte ao nordeste goiano. Há quase duas décadas, ou seja, desde o primeiro governo de Marconi Perillo, foi iniciada a pavimentação asfáltica do trecho entre a GO 118, saindo de Alto Paraíso de Goiás, passando pelo distrito de São Jorge, Colinas do Sul até o trevo para o Muquém, na GO 237.

Apesar de todo esse período, ainda restam aproximadamente vinte quilômetros, entre Colinas do Sul e a GO 237, a serem construídos.

Sua pavimentação total dará nova dinâmica rodoviária para a região, fortalecendo a forte potencialidade turística dos municípios que ela interliga, como os atrativos mundialmente conhecidos de Alto Paraíso de Goiás, as maravilhas da Serra da Mesa em Colinas do Sul e a tradicional festa do Muquém, em Niquelândia. Além disso, impulsionará o comércio regional, com o aumento do fluxo de veículos entre o norte e o nordeste goiano, pois permite economia de aproximadamente duzentos quilômetros para quem está na BR 153 e se dirige ao Distrito Federal, por exemplo.

Apesar de toda essa importância, a GO 239 se encontra em verdadeiro abandono. A ciclovia entre Alto Paraíso de Goiás e o Distrito de São Jorge, usada pelos adeptos do ciclismo tanto do município, quanto de visitantes de várias outras localidades, está tomada pelo mato, colocando em risco a vida de seus usuários. As manifestações nas redes sociais mostram a revolta da população.

Impossibilitados de realizar suas pedaladas individuais ou passeios coletivos,  ciclistas pedem roçagem e manutenção na Ciclovia.

Em toda a extensão asfaltada, inclusive o trecho ente São Jorge e Colinas do Sul, inaugurado com pompas e foguetório no final do ano passado, há enormes buracos e “esmagamento” da pavimentação. Um tanto pela má qualidade do material usado, outro tanto pelo excesso de peso dos caminhões Bi e até Tritrem, que transportam, principalmente, areia da região para os grandes centros.

Não há qualquer tipo de fiscalização, seja fazendária, seja policial. O governo estadual construiu, há cerca de três anos, uma praça de fiscalização com balança, na GO 118, em São João d’Aliança. Seria de grande auxílio, visto que o transporte desse material, em sua grande maioria, se dirige ao Distrito Federal. Funcionou por menos de sessenta dias e foi abandonada, deixando o mato e as intempéries corroer o enorme valor de dinheiro público ali aplicado.

Praça de fiscalização no período de teste…

 

…E o abandono de hoje.

Os caminhões chegam a levar mais de dez toneladas de peso acima do permitido, o que tem provocado o afundamento da pista e a destruição dos acostamentos, que já nasceram mínimos.

A GO 239 começou a ser desfigurada desde o inicio de sua pavimentação, visto que os Mirantes determinados no projeto original, como o do jardim de Maytrea, nunca foram feitos, mais o valor que a eles se referiam foram inclusos nos pagamentos das empreiteiras.

Para piorar, um importante Projeto que seria implantado na GO 239, o Rodobicho, que garantiria a segurança para os animais e para os condutores e usuários da rodovia, com a instalação de sinalização viária que alertaria os motoristas sobre a presença de animais silvestres na região e com a implantação de redutores de velocidade nos pontos identificados como corredores de passagem da fauna local, no trecho que leva ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, entre Alto Paraíso e São Jorge, deu lugar para um “nem isso, nem aquilo”, uma mistura de quebra-molas (no sentido literal), sonorizador e destruidor de veículos, que desagradou até mesmo os ambientalistas mais radicais. Visto que, quanto mais devagar se passa, mais desgaste provoca no veículo. Com isso, os motoristas aumentam a velocidade onde tem as “arapucas”, provocando efeito contrário do que se propõe o mostrengo. O atropelamento de animais.

A reportagem de O VETOR flagrou até mesmo veículos de entidades protetoras do meio ambiente passando em alta velocidade nos lugares dos “sonorizadores”. Para se ter uma ideia, até mesmo os ciclistas reclamam da “genialidade” dos criadores daquela sinalização. Assista os vídeos:

Revoltados com tanto descaso, moradores dos municípios de Alto Paraíso de Goiás, do distrito de São Jorge, de Colinas do Sul e usuários habituais vindos de outras regiões, acabam responsabilizando e fazendo severas cobranças aos agentes públicos menos culpados, os prefeitos dos municípios. Muitos não sabem, alguns sabem, mas usam de má fé no aquecimento da frigideira dos interesses políticos/pessoais, que se a prefeitura usar recurso do município em ações que são de responsabilidade do estado, como é o caso da manutenção da GO 239, hoje sob a tutela do GOINFRA (antiga AGETOP), será responsabilizado e penalizado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) na hora da prestação de contas dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ainda patinando na gestão, o atual governo ainda não engatou primeira marcha, estacionado e olhando para o retrovisor, tem deixado que as comunidades sangrem, enquanto tenta encontrar remédio para o estágio avançado da doença financeira que diz ter encontrado o estado. Até agora o bode expiatório principal tem sido o funcionalismo público. Mas na realidade, nada saiu do papel, inclusive a contratação de pessoal para serviços essenciais como a manutenção de rodovias importantes como a GO 239.

Concluída, a GO 239 será propulsora da economia regional ao ligar o norte ao nordeste goiano.

A reportagem do jornal O VETOR tentou entrevista com o presidente da GOINFRA, Enio Caiado Rocha Lima, mas ainda não conseguimos agenda. Em nota, a assessoria de imprensa da autarquia diz que está em contato com a prefeitura de Alto Paraíso de Goiás para buscar cooperação na realização da roçagem, que está elaborando processo de licitação para contratação de empresa para o serviço, que pretende retomar o funcionamento da balança e que vai enviar equipe para analisar a necessidade, ou não , do “sonorizador”. Leia a íntegra da Nota:

NOTA RESPOSTA

Para a roçagem da ciclovia da GO-239, a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) está em contato com a Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás para viabilizar os reparos, por meio de Termo de Cooperação.

Desde o último trimestre de 2018, a empresa responsável por essa regional suspendeu os serviços, por falta de pagamento do governo anterior, e não retomou os trabalhos em 2019.

Processo de licitação para a região está em elaboração para que os serviços possam ser executados novamente por meio de contrato com empresa de manutenção.

Também está em andamento projeto para retomada dos funcionamentos das balanças, como a referida em São João D’Aliança.

Sobre a demanda do sonorizador, equipe técnica da Goinfra vai estudar a necessidade de manter ou não o dispositivo.

Comunicação Goinfra

Prefeituras  

Questionado, o prefeito de Alto Paraíso de Goiás, Martinho Mendes da Silva, disse que ainda não foi procurado para esse parceria com a GOINFRA, mas que tem feito gestão junto a diretoria da autarquia para solução urgente dessa demanda, e que se coloca a disposição, dentro das limitações financeiras do município, para auxiliar o estado nesse trabalho, apesar de ter todo o seu maquinário atuando nesse momento para atender o transporte escolar e os pequenos produtores rurais na recuperação das estradas vicinais do município.

Não conseguimos contato com o prefeito de Colinas do Sul, Adriano Passos.

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