17ª Mostra Brasil – Alto Paraíso de Goiás tem 02 projetos selecionados na I Mostra de Experiências Inovadoras no SUS.

Projeto demonstrativo de fortalecimento das práticas integrativas e complementares em saúde no SUS, e A implementação da saúde bucal a trabalhadores rurais, em áreas isoladas ou de difícil acesso, foram experiências que se destacaram nas primeiras colocações entre 119 projetos selecionados.

Roberto Naborfazan

A I Mostra de Experiências Inovadoras no SUS em Goiás recebeu inscrições de 119 projetos, de 15 Regiões de Saúde do estado. As experiências devidamente inscritas foram julgadas pela Comissão Avaliadora da Mostra, que selecionou, na primeira etapa, 100 Experiências. Posteriormente, três avaliadores realizaram a análise dos projetos em plataforma online, que, por fim, apontou os nove melhores projetos. Os projetos vencedores foram indicados pelo COSEMS GO para a 17ª Mostra Brasil, aqui tem SUS.

Os resultados estão descritos nos Quadros 1 e 2, sendo que o primeiro apresenta a experiência melhor pontuada em cada uma das cinco macrorregiões do estado; e o segundo traz a relação de experiências que alcançaram as maiores notas na avaliação geral, as quais não se enquadram no critério anterior.

QUADRO 1

QUADRO 2

Prática Integrativas e Complementares em Saúde.                   

Primeira colocadas na macrorregião nordeste de Goiás, a experiência As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como depressão e hipertensão. Em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas.

O NUPICS em Alto Paraíso de Goiás foi idealizado, gestado e constituído com base em um trabalho permanente, desde o início do ano de 2017, a partir da abordagem dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, visando ofertar à comunidade de Alto Paraíso de Goiás, de forma gratuita, um atendimento diferenciado em saúde, a partir de uma iniciativa voluntária de três organizações da sociedade civil: Instituto Sol, Instituto Espinhaço e Associação dos Terapeutas de Alto Paraíso de Goiás, em parceria com a Prefeitura Municipal de Alto Paraíso de Goiás, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento.

“As demandas são cada vez maiores e os recursos arrecadados pelo município só diminuem, como é o caso do repasse dos valores do ICMS. Nossa equipe de gestão vem realizando reajustes, com redução de despesas, fazendo corte de gastos e de pessoal, mesmo assim são grandes as dificuldades. Temos dado oportunidade aqueles que nos apresentam projetos que contribuem para a melhoria de vida de nossa comunidade. O NUPICS se enquadra nesse perfil. Somos gratos aos parceiros do Instituto Sol, Instituto Espinhaço e Associação dos Terapeutas de Alto Paraíso de Goiás, e também aos nossos funcionários, principalmente do setor da saúde, por auxiliarem na concretização desse projeto”, disse, a época, o prefeito Martinho Mendes.

A implementação do Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde em Alto Paraíso de Goiás teve o aval também dos representantes do povo, os vereadores, que aprovaram a Lei 1.002/2018, que criou a Política Municipal de Práticas Integrativas e complementares de Saúde (PMPICS), fortalecendo o setor de saúde municipal.

Segundo Lara Vieira, presidente do Instituto Sol e membro da Comissão Municipal de Prática Integrativas e Complementares em Saúde de Alto Paraíso de Goiás, que foi quem apresentou junto ao COSEMS GO, o projeto para a I Mostra de Experiências Inovadoras no SUS, o NUPICS tem se consagrado justamente por essa formatação sistematizada que visa a integração dos profissionais de saúde e terapeutas com responsabilidade e comprometimento: “os moldes formatados para o NUPICS demonstram que é possível construir uma unidade de atendimento que proporcione o cuidado integral aos pacientes, visando uma saúde de qualidade, efetiva, de baixo custo e com olhar voltado para cuidado do ser humano como um todo. Essa formatação organizada do NUPICS tem sido reconhecida por instituições renomadas que tratam do assunto e que podem nos auxiliar efetivamente em melhorar os indicadores de saúde do município”, ressaltou Lara Vieira.

Saúde Bucal

Colocada entre as cinco melhores experiências que alcançaram as maiores notas na avaliação geral, A implementação da saúde bucal a trabalhadores rurais, um trabalho gestado e gerido pelo odontólogo e ex- secretário de saúde de Alto Paraíso de Goiás, Alexandre Lopes Araújo, tem como objetivo ampliar o acesso a saúde bucal as populações localizadas nas zonas rurais de difícil acesso do Município tais como: trabalhadores rurais, quilombolas, ribeirinhos, assentamentos, vilas, sítios, e etc., com o uso de baixíssimos recursos e em horários alternativos, obedecendo aos Objetivos Do Desenvolvimento Sustentável (ODS) ONU e agenda 2030.

“Em janeiro de 2017, após reunião com as equipes de saúde, verificamos que as populações rurais encontravam-se com grandes dificuldades para acesso a saúde bucal, seja pela impossibilidade de locomoção até a sede do município, devido dificuldades financeiras, ou pela precariedade das estradas rurais. Este quadro era agravado pela escassez de recursos, sem a possibilidade de implementação de um novo serviço, pois não fomos agraciados pelo Ministério da saúde com a Unidade Móvel Odontológica. Pensamos em uma estratégia para atender a população desses locais de difícil acesso, em horários alternativos, que ampliassem o atendimento a saúde bucal dos trabalhadores rurais. Como solução procedemos à compra de um consultório odontológico portátil de baixíssimo custo, para que pudesse ser transportado com facilidade em qualquer veiculo e ser instalado em qualquer local, por exemplo, escolas, assentamentos, sítios, vilas, etc., levando a saúde bucal a todas as localidades rurais do Município.” Destaca doutor Alexandre.

“Mapeamos nossa área rural e a dividimos, partindo das localidades com acesso mais difícil para começarmos o atendimento aos finais de semana, contudo não tínhamos os equipamentos necessários para tal, neste contesto buscamos alternativas para a solução do problema e encontramos na aquisição de um consultório portátil que custou 12 mil reais, utilizamos então um veiculo tipo caminhonete e materiais odontológicos da secretaria de saúde, com o custo total de aproximadamente de 15 mil reais, e uma equipe formada por um Cirurgião Dentista e um auxiliar em saúde bucal, que, com apoio logístico da coordenação de atenção básica (responsável pela alimentação e combustível) iniciamos nosso trabalho em Março de 2017, com um custo operacional de cerca 150 reais por viagem, atendemos em media 25 pacientes por dia, com realizações de cirurgias odontológicas, restaurações, instruções de higiene oral e distribuição de medicamentos. Com este custo tão baixo conseguimos manter este projeto ativo até os dias de hoje. Foram atendidos no período compreendido entre os anos de 2017 e 2018, cerca de 500 pacientes dentre os quais 199 homens, 179 mulheres e 118 crianças até 10 anos, (sendo que alguns pacientes nunca tinham ido ao Dentista), realizamos 1.682 procedimentos de intervenção odontológica (cirurgias, extrações, restaurações, instrução de higiene oral) e todos estes foram cadastrados no sistema do Ministério da Saúde (e-SUS).” Relata o odontólogo.

Reconhecimento ao trabalho

Esse não é o primeiro reconhecimento ao trabalho feito a gestão do município de Alto Paraíso de Goiás nos últimos anos.

Em maio de 2019, o prefeito Martinho Mendes da Silva recebeu, durante a 17ª edição da “Agro Centro-Oeste Familiar”, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, o prêmio “Prefeito Amigo da Agricultura Familiar”,   pelo projeto “Prefeito Amigo da Agricultura Familiar em Alto do Paraíso de Goiás”, que teve como foco o crescimento inovador da agricultura, para geração de empregos e renda para as famílias do município.

O trabalho ganhou o reconhecimento da Federação Goiana de Municípios, que tinha como parceiros a Universidade Federal de Goiás (UFG) e outras entidades de classe ligadas à agricultura familiar. Nesse projeto, somente quinze, dos duzentos e quarenta e seis municípios goianos, alcançaram a pontuação máxima.